Por que Preferimos Acreditar no Mal?
Abre o teu coração à glória do bem, para que a glória do bem te clareie o caminho.
(Emmanuel - Chico Xavier)
Ainda tão pequeninos diante da perfeição Divina, vivemos num mundo onde as provações nos testam e nos aprimoram ou nos amarguram e nos endurecem. Depende da nossa escolha.
Amigos traem, familiares decepcionam, perdemos pessoas, erramos feio, acertamos sem aparentes recompensas ou reconhecimentos, somos magoados, muitas vezes incompreendidos, levamos algumas rasteiras da vida e quando menos percebemos o coração enrijeceu.
Aos poucos deixamos de acreditar no bem. Se alguém errou, foi intencional. Se alguém não veio, foi por falta de consideração. Se alguém não cumprimentou, é mal educado. Se a verdade foi omitida, só pode ter sido por maldade. Se alguém acertou ou venceu, foi por sorte ou trapaça. Se ficou amigo, deve haver algum interesse. Se melhorou as condições materiais, foi por meio ilícito. E assim por diante. Se isso não for percebido a tempo chagamos ao ponto de torcer pra que seja mesmo o que nós pensamos só pra falarmos depois: “Eu não disse?” ou “Eu sabia!!” ou “Dessa criatura eu só esperava isso mesmo!”
Essa é uma reação natural do coração depois de alguns ou muitos sofrimentos e decepções. Preferimos já antever o mal em tudo, pois assim se o mal realmente acontecer, achamos que já estávamos preparados e que assim doerá menos. Mas o efeito é justamente o contrário: sofremos em dobro e por mais tempo. O sofrimento começa no momento em que tiramos as conclusões precipitadas, muitas vezes equivocadas e perdura depois que o fato acontece, quando acontece, pois muitas vezes não passa da nossa imaginação.
O pensamento negativo é como uma bomba de toxinas que soltamos em nosso organismo. Quem nunca sentiu um gosto amargo na boca ou um frio ruim no estômago por lembrar de acontecimento que trouxe raiva, tristeza ou desilusão? O mesmo ocorre por imaginarmos que algo ruim poderá acontecer ou pode ter acontecido.
Partindo de uma conclusão equivocada, muitas outras podem surgir fazendo com que tomemos decisões erradas gerando reações ruins que geram outras reações piores e assim está lançada a corrente do mal que atrapalha a vida de quem a fortalece e faz sofrer também a quem estiver por perto.
Mas essa corrente não é inquebrável e existe outra mais forte: a corrente do bem. Para iniciá-la, não precisa muito, basta pensar no bem, acreditar no melhor, sem medo de se decepcionar, sem querer estar sempre certo, fazendo o bem sem olhar a quem, por que “o bem que hoje fazemos é nosso advogado em todas as horas” e nos acumula as riquezas espirituais, as únicas que realmente nos pertencem, as únicas que realmente levamos quando Deus nos chama.
Quando acreditamos no mal, acreditamos que a força das pessoas e das circunstâncias é maior que a força de Deus. Quando acreditamos no bem e agimos pelo bem, colocamos nossa vida nas mãos do Pai e nos tornamos instrumentos do Seu amor.
Estejamos certos, acreditar no bem não dói, ao contrário, ameniza todas as outras dores.
NOTA: Texto originalmente publicado em 10/03/2009. Devido à mudança no sistema de gerenciamento do portal, alguns conteúdos, como o da Coluna Palavras de Luz, não puderam ser migrados, motivo pelo qual foram novamente postados, constando a data de início das atividades do novo Mural da Vila. Infelizmente, não pudemos fazer o mesmo com os comentários postados para esta matéria, mas ficaram todos registrados no coração, como um gesto de carinho.