Assalto a banco de Bom Jesus foi terceirizado por quadrilha

 Assaltantes experientes, auxiliados e orientados por pessoas da região. O secretário de Segurança do Piauí, Robert Rios Magalhães, traçou um perfil da quadrilha que assaltou o Banco do Brasil da cidade de Bom Jesus. O crime aconteceu no dia 15 deste mês.

Formada por mais de 10 homens, a quadrilha contava apenas com quatro ou cinco assaltantes profissionais. Os demais, afirma Rios, eram criminosos de menor porte contratados para ajudar a aterrorizar a população local. Durante a invasão à cidade, inúmeros tiros foram disparados para o alto ou em direção a veículos e imóveis, como no caso da igreja e do quartel da Polícia Militar, ambos alvejados.

A estratégia utilizada pelos assaltantes neutralizou as forças de segurança e impediu a reação dos populares. "Eles colocaram uma dianteira de 40 minutos à nossa frente", admite o secretário. O planejamento do bando também ficou evidente no uso de reféns e no bloqueio à rota de fuga, formado com dois veículos incendiados.

Perseguidos e aparentemente cercados em uma região de mata fechada, nas cercanias do município de Santa Luz do Piauí, os assaltantes demonstram habilidade ao se deslocarem na área. Isso leva a Secretaria de Segurança a afirmar que eles estão recebendo ajuda de mateiros e caçadores.

"Há gente da região envolvida. Sabemos que algumas pessoas sumiram logo depois do assalto", afirma Robert Rios, que confirma a "terceirização" de parte das tarefas do assalto. De acordo com o secretário, a área onde as buscas estão concentradas é despovoada e a polícia tem contado com pouca ajuda da população local. Mais de 100 PMs foram mobilizados para a caça ao bando.

Vasculhando a mata, a equipes já encontraram um revólver levado de um dos vigilantes do banco e um pente de fuzil. São os indícios mais fortes de que pelo menos parte da quadrilha está encurralada.

Um dos helicópteros da Polícia Militar será enviado para auxiliar nas buscas. Em manutenção, a aeronave será liberada somente terça-feira, dia 19.

Durante entrevista na TV Cidade Verde, o secretário Robert Rios deixou claro que a ousadia e a violência custarão caro ao bando. Ele relembrou a reação da polícia contra a quadrilha que roubou o Banco do Brasil de Luzilândia, quando dois assaltantes foram mortos durante confronto com a polícia.

"A reação vai ser dura. Ninguém pense que vai chegar no Piauí, insultar a polícia, levar dinheiro e achar que não vai acontecer nada", avisou Rios.