Em carta, IHO pede que viúva devolva imagem primitiva da padroeira do Piauí à Oeiras

Um mês após o Ministério Público Federal instaurar inquérito para esclarecer como a imagem primitiva de Nossa Senhora da Vitória foi parar na casa do ex-pároco Leopoldo Portela Barbosa, em Teresina, a presidente do Instituto Histórico de Oeiras (IHO), Maria do Socorro Barros, escreveu uma carta à família, solicitando a devolução do ícone católico, que remonta à fundação do Estado.

A correspondência é dirigida à Valdênia de Carvalho Dias Portela, viúva de Leopoldo Barbosa, antigo sacerdote da Diocese de Oeiras, e ressalta a importância que a imagem tem para a história da cidade e do Piauí. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1940, a imagem é datada do século XVII.

Na carta, Socorro Barros lembra que em outubro deste ano, o Museu de Arte Sacra de Oeiras completará 30 anos e sugere a ocasião como ideal para que a imagem seja devolvida aos oeirenses. “Apelo ao bom senso na resolução desta pendenga que vem se arrastando pelos anos, a bem dizer, está em suas mãos resolver por bem e merecer o aplauso de todos”, diz trecho da correspondência.

Relatos de historiadores dão conta de que a peça tenha sido vendida na década de 1970 ao ex-pároco por um senhor identificado apenas como “Amorim”, passando assim, a pertencer ao acervo sacro particular da família Portela. Naquela época, dizem os historiadores, era comum que imagens da Igreja Matriz ficassem sobre a custódia de famílias tradicionais quando o templo passava por reformas.

Dentro de sua investigação, o procurador da república, Saulo Linhares da Rocha, que preside o inquérito, determinou o prazo de dois meses para que o IPHAN inclua em seu cronograma de pesquisas documentais e arquivistas, os bens móveis que pertenciam à Diocese de Oeiras na época do tombamento da Catedral, em 1940.

Nossa Senhora da Vitória é padroeira de Oeiras, e desde 1997, padroeira do Piauí.

Jadson Osório (especial para o Mural da Vila)