Em visita de Kirchner, Dilma defende ações conjuntas contra crise

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira durante a visita da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em Brasília, respostas conjuntas do continente sul-americano à crise econômica global. Para Dilma, os países da região precisam se defender dos efeitos da crise nos países desenvolvidos.

"Devemos definir ações conjuntas e concretas para defender nossos países da excessiva liquidez que valoriza artificialmente nossa moeda e da avalanche de produtos manufaturados que não são encontrandos no mercado dos países desenvolvidos e atingem o emprego e a indústria nas nossas regiões", disse.

Dilma Rousseff destacou a estratégia de países sul-americanos de buscar o desenvolvimento econômico com a inclusão social, o que fortalece as nações do continente. "Uma região que cresce, distribui renda, inclui socialmente, fortalece sua democracia, que tem expressivas reservas de petróleo, tem uma parte muito importante da reserva de água doce no mundo, tem recursos minerais, tem uma das maiores produções de alimento no mundo e, sobretudo, um grande bem, que são seus mais de 400 milhões de habitantes que durante muito tempo foram marginalizados e afastados do processo e hoje se transformam na maior riqueza que possuímos. Quanta diferença em relação a outras partes do mundo hoje dominadas pela recessão, desemprego, pelo caos financeiro e fiscal e pela imobilidade política na resolução dos desafios que tem pela frente".

Cristina Kirchner também destacou a necessidade de articulação dos dois países no setor privado: "Vamos trabalhar muito sobre a articulação do setor privado argentino e brasileiro porque não pode haver incompatibilidades".

E agradeceu ao apoio brasileiro, manifestado por Dilma, à demanda argentina em relação às Ilhas Malvinas, atualmente sob controle da Grã-Bretanha. "Obrigada pelo apoio ao que é uma causa nacional e creio que regional também que é trazer para nós as Ilhas Malvinas".