BEPI prende suspeito de tráfico de drogas em Picos e apreende entorpecentes e veículos
18/12/2025 - 09:30A ocorrência foi registrada por volta das 10h30, durante diligências realizadas pela equipe do BEPI na área urbana da cidade
Construída há 47 anos por iniciativa da comunidade do bairro Junco, Zona Leste de Picos, a Unidade Escolar Miguel Lidiano foi abandonada pelo governo do estado. Devido aos riscos de desabamento o prédio foi interditado no início de 2013 e os alunos transferidos para um local improvisado, situado no bairro Pedrinhas.
Durante o desfile cívico de 7 de setembro, a comunidade escolar do Miguel Lidiano exibiu faixas com frases de efeito denunciando o abandono do prédio e, cobrando providências do governador. No entanto, até o momento nenhuma providência foi adotada.
Segundo a professora Ana Luíza da Costa Ramos, desde a fundação da escola há 47 anos, o governo nunca fez uma reforma no Miguel Lidiano, apenas pequenos reparos.
“Os recursos vêm para o Miguel Lidiano e as direções vão fazendo pequenos reparos. Mas, com o passar dos tempos a escola foi se desgastando e aí tem essa necessidade. O número de alunos aumentou, a realidade da comunidade mudou e tinha que ser feita uma reforma ampla, porém, desde 2002 o governo promete e até agora nada”, denunciou a professora Ana Luíza.

A educadora lembra que a promessa vai passando de ano para ano e sempre que a comunidade escolar do Miguel Lidiano busca informações sobre a reforma, recebe justificativas por parte dos representantes do governo do estado. “É um documento que falta, é o registro do engenheiro que não deu certo, é licitação, sempre tem uma desculpa”, lembra.
Ana Luiza informa ainda que no ano de 2012 chegou uma ordem para que o prédio fosse desocupado e os alunos transferidos para a Escola Normal e para o Urbano Eulálio, localizados no centro da cidade.
Os locais propostos pelo secretário da Educação para o Miguel Lidiano funcionar temporariamente eram totalmente contrários, contramão, pois a escola atende alunos dos bairros Junco, Parque de Exposição, Paraibinha e Pedrinhas e também das localidades Samambaia e Morrinhos.
Ana Luíza informou que professores, coordenadores e direção procuraram saber do secretário da Educação o porquê dessa transferência, pois a comunidade escolar sentiu que o intuito do governo era fechar a escola.
“Os alunos iam para o centro e no ano seguinte não teriam mais matrículas e, com isso resolveriam o problema. Não tinha risco de desabar na cabeça de nenhum aluno e a escola fechava”, pontuou a professora Ana Luíza.
Reação
Diante dessa possibilidade a comunidade escolar, o núcleo gestor e os pais fizeram um abaixo assinado, os professores levaram ao Ministério Público e foi cedido um prédio para a escola funcionar temporariamente. Trata-se do Centro de Convivência, do bairro Pedrinhas, que pertence a Sasc.
“O governo prometeu que a reforma sairia até abril de 2013, sendo que já estamos em outubro e o prédio está lá, totalmente abandonado sendo utilizado para outros fins. Estamos preocupados porque pode acontecer de lá ser invadido ou os antigos proprietários pedirem o terreno de volta, pois foi doado para construção da escola”, lembra Ana Luíza.

De acordo com a professora Ana Luíza, com a interdição do Miguel Lidiano o ano letivo de 2013 já iniciou no Centro de Convenções de Pedrinhas. A promessa do governo é de que em abril começaria a reforma do prédio do Junco e no próximo ano as aulas já seriam lá.
“No entanto, até o momento o prédio continua abandonado. Já retiraram portas, quebraram banheiros, estão retirando os equipamentos. Acho que do jeito que está não teremos mais prédio e temos medo de perder a identidade, porque o Miguel Lidiano é a primeira escola do bairro Junco, tem uma história”, relata à educadora.
A Unidade Escolar Miguel Lidiano oferta o Ensino Fundamental Maior do 6º ao 9º ano, Ensino Médio e o EJA, além dos programas do governo federal, como Mais Educação, Saúde na Escola e mais recentemente o Ensino Médio Inovador.
Levantamento feito pela reportagem do Portal GP1 concluiu que quando a escola funcionava no bairro Junco chegou a ter 800 alunos. Porém, devido às dificuldades inerentes ao abandono do prédio esse número caiu pela metade.
“Com o abandono do prédio e a estrutura física da escola ficando cada vez mais deficiente fomos perdendo alunos. Até o ano passado contávamos com pouco mais de 400 matriculados. Em 2013 iniciamos com menos de 200, mas agora recuperamos e estamos chegando próximo dos 400”, informou Ana Luíza.
Para a professora o que está faltando é interesse por parte do governo. Por isso ela faz um apelo para que as autoridades dêem mais atenção, solucionem o problema e façam com urgência a reforma da Unidade Escolar Miguel Lidiano.
“Seis escolas de Picos que passaram por um processo de reforma recente estão sendo reformadas e o Miguel Lidiano esquecido, há 47 anos esperando e nada. A obrigação é do governo e a população vai continuar cobrando, pois entende que está faltando atitude dos governantes para solucionar esse problema”, alerta a professora Ana Luíza em tom de desabado.
Outro lado
A gerente regional da 9ª GRE, em Picos, Maria Umbelina Pacheco Leal, garantiu que a reforma da Unidade Escolar Miguel Lidiano, no bairro Junco, será feita. Segundo ela, a demora é por conta da documentação e do excesso de burocracia, mas tudo está sendo resolvido.
Ela informou que na última sexta-feira, dia 4 de outubro, seria publicado no Diário Oficial do Estado e no Diário Oficial da União, o edital de licitação para reforma e ampliação da escola, além da construção de uma quadra poliesportiva.
“Acreditamos que num prazo de 30 a 40 dias nós já sabemos qual foi à empresa vencedora da licitação e, assim as obras sejam iniciadas”, destacou. Umbelina informou que serão investidos recursos da ordem de 1 milhão e 300 mil reais.