Estudante é assassinado pela polícia durante uma operação

O estudante Fernando Vieira de Alencar, 24 anos, foi assassinado na noite de anteontem com um tiro disparado por um policial militar, cujo nome não foi regelado. O crime aconteceu no cruzamento da rua Bene-ditinos com a avenida Miguel Rosa, na zona Sul de Teresina, quando a vítima tentava separar uma briga envolvendo o primo identificado como "Tonho" e uma terceira pessoa. O comando da PM apresentou uma outra versão para o fato.

Segundo informações prestadas por familiares de Fernando Vieira, que se encontravam no Instituto de Medicina Legal - IML, tratando da liberação do corpo, ele teria sido informado de que o seu primo estava brigando nas proximidades da "farmácia" e ele se dirigiu para o local, acompanhado da sua esposa "Graziela" e, lá chegando viu a confusão e tentou contornar a situação, mas no momento em que tentava retirar "Tonho", a PM chegou e foi logo agindo à sua maneira.

Os familiares de Fernando Vieira, afirmaram que primeiro os militares agrediram "Graziela" que ficou com escoriações nos braços e depois o espancou com coronhadas na cabeça e, por último, um tiro foi disparado, cujo projétil o atingiu na barriga, provocando a sua morte.

O corpo foi removido para o Instituto de Medicina Legal - IML, onde foi examinado e na manhã de ontem liberado para o velório que aconteceu em sua residência localizada na quadra - 9, casa - 9, no conjunto Betinho, na zona Sul de Teresina.

VERSÃO DA POLÍCIA MILITAR - A reportagem do Diário do Povo manteve contatos com o coronel Francisco Prado, comandante geral da Polícia Militar e ao ser indagado sobre o fato, afirmou que naquele momento estava fora de Teresina, mas confirmou que pela manhã havia recebido um telefonema de um assessor informando que durante a noite passada havia acontecido um problema com um militar durante uma abordagem feita a quatro jovens que haviam tentado assaltar uma pessoa.

O coronel Prado disse que não poderia assegurar que o fato que lhe foi relatado é o caso do jovem Fernando Vieira, mas como foi o único que tomou conhecimento envolvendo a PM, acredita que seja o mesmo.

Segundo ele (coronel), quatro jovens tentaram assaltar um senhor e este correu, e logo depois encontrou uma viatura da PM, relatou o fato e pediu ajuda. Naquele momento, ele entrou na viatura retornou ao local da tentativa de assalto, onde mostrou os acusados e durante a abordagem teria acontecido o disparo.

APURAÇÃO - O coronel Prado afirmou que hoje ao retornar as atividades no quartel mandará apurar o fato e garante que se militar foi culpado, certamente será punido.


Diário do Povo