Exército ajuda no resgate em Nova Friburgo - Rio de Janeiro - Tragédia

 As equipes de resgate da cidade de Nova Friburgo ganharam o apoio do Exército na difícil tarefa de encontrar corpos e sobreviventes em meio aos escombros, quase cinco dias após a tragédia que devastou a Região Serrana do estado do Rio de Janeiro.

Por volta das 10h (horário de Brasília) deste domingo, a Agência Efe presenciou a chegada de 20 oficiais a uma rua do bairro Jardilândia que ficou totalmente soterrada depois dos deslizamentos de terra causados pelas fortes chuvas.

Além do Exército, as autoridades de Nova Friburgo contam com o apoio do Corpo de Bombeiros, da Força de Segurança Nacional, da Polícia Militar e da Defesa Civil na busca por corpos e sobreviventes, remoção de entulho, segurança, limpeza e reconstrução de vias e rodovias.

Quando os militares chegaram a Jardilândia na manhã deste domingo, dezenas de pessoas já escavavam em meio aos escombros à procura de parentes e amigos que ainda estão desaparecidos.

Paulo Henrique de Assis tinha muitos familiares que viviam no local. Os corpos de quatro de seus parentes já foram encontrados, inclusive o do sobrinho de 11 anos, mas ele ainda procura duas tias e uma prima.

Mesmo com poucas possibilidades de sucesso, ele garante que "não perdeu as esperanças" de encontrar alguém com vida.

Já Giovani Moreira da Silva, que vive na mesma rua, não teve nenhuma morte na família. Sua casa foi uma das únicas que ficou de pé após as avalanches e ele e a esposa se protegeram dos deslizamentos embaixo de um colchão.

"Meu primo me chamou do outro lado, pediu para eu sair, mas já não havia para onde correr. Então eu coloquei um colchão em cima de mim e minha esposa, e daí deixamos a avalanche passar. A casa toda tremeu", relembra.

Silva conta que ainda conseguiu salvar muitos vizinhos. "Tiramos as pessoas pelo terraço, pelo alto, saímos resgatando todo mundo", relata o sobrevivente.

Mesmo sem mortos entre os parentes, ele retorna todos os dias a Jardilândia para ajudar nas operações de resgate. De acordo com Silva, cerca de 20 pessoas ainda estão soterradas apenas naquela rua.

Cinco dias após o forte temporal que desencadeou uma tragédia na Região Serrana do estado do Rio de Janeiro, os moradores reclamam da demora dos trabalhos de limpeza e resgate.

As autoridades garantem que o problema acontece por conta da dificuldade de acesso a determinadas regiões. As escavadeiras ainda não conseguiram chegar a muitos lugares devido à grande quantidade de escombros.

O comandante do Batalhão da PM de Friburgo afirmou que, em toda a Região Serrana do Rio, pelo menos 20 bairros ainda estão completamente isolados.

De acordo com dados da Defesa Civil, o número de mortos pelas chuvas e deslizamentos de terra no estado já passa de 620. EFE