
PolÃcia Militar apreende drogas, celular com restrição e motocicleta adulterada em Oeiras
30/04/2025 - 08:38Abordagem no bairro Canela resulta na condução de suspeito à Delegacia Seccional após patrulhamento da Operação Planejada
A estudante Nayra Veloso, mais conhecida como Nayrinha, amiga de Fernanda Lages, foi presa na manhã desta quinta-feira (15). Ela recebeu voz de prisão em casa, à s 6h30, e foi levada para a sede da PolÃcia Federal no PiauÃ. Nayrinha foi interrogada e, no final da tarde, transferida para a Penitenciária Feminina de Teresina. A informação foi confirmada pelo promotor de Justiça Ubiraci Rocha.
Nayrinha foi ouvida primeiro por um dos delegados federais que conduzem as investigações e, em seguida, por Ubiraci. "Ela estava muito nervosa. Chorou um pouco, disse que não podia pagar isso sozinha e eu disse que esse era o ponto chave: ela não podia pagar só; falei que ela é que sabia se aguentava essa barra sozinha. Ela negou ter alguma coisa a ver com isso; disse que gostava da Fernanda, era amiga dela. Mas não contou nada ainda", relatou o promotor.
O pedido de prisão temporária de Nayrinha foi protocolado na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina no dia 06 de março. Além do mandado de prisão, foram expedidos mandados de busca e apreensão: um para o apartamento de Nayrinha, em Teresina, e o outro para a casa da sua mãe, na cidade de Valença.
De acordo com Ubiraci, Nayrinha foi presa porque os delegados da PF concluÃram que "ela mente e acoberta fatos". Por conta disso, "Nayra passou da condição de testemunha à de suspeita direta na participação ou execução do eventual crime", explica o promotor.
Antes de concretizar a prisão, a PF aguardou o resultado de uma perÃcia realizada nos sapatos de Fernanda e da policial militar Joselane Borges, que participou da reconstituição do suposto crime, procedimento realizado pela PolÃcia Civil do PiauÃ. Os calçados usados pela PM tiveram que ser analisados porque Joselane pisou, durante a reconstituição, na mesma área em que Fernanda teria sido vista por testemunhas - debaixo de uma árvore, em frente à obra do Ministério Público Federal, onde Fernanda foi encontrada morta, por volta das 6 horas do dia 25 de agosto de 2011.
As marcas do sapato de Fernanda
As análises, feitas em BrasÃlia, constataram que os rastros encontrados no local eram dos sapatos da própria Fernanda. "A perÃcia aqui no Piauà amplia em 1.000 vezes as marcas deixadas pelo sapato e a de BrasÃlia em 100.000 vezes. O resultado voltou e atestou que a marca era do sapato de Fernanda, ou seja, ela esteve em frente ao MPF entre 3h e 4h da madrugada do dia 25 de agosto", enfatizou Rocha.
Os resultados dessas análises reforçam os depoimentos das duas testemunhas que viram Fernanda e mais duas pessoas em frente à obra naquela madrugada. A partir de fotografias, as testemunhas reconheceram que uma dessas pessoas era Nayrinha.
"Nayra esconde quem seja esse homem", frisou Ubiraci, acrescentando que a jovem sustenta sempre uma mesma versão: a de que não esteve em frente à obra naquela madrugada, tendo visto Fernanda pela última vez no Bar O Pernambuco, na zona Norte de Teresina. "A mentira está no fato dela negar ter estado em frente à obra com Fernanda. Ela diz que não se lembra", afirmou.
Fernanda foi vista sentada em uma pedra, e Nayrinha e essa terceira pessoa em pé, conversando. A identificação desse homem pode ser a chave para a elucidação do caso. "Se Nayra resolver falar o que sabe, abre-se caminho para o esclarecimento definitivo da verdade", ressaltou o promotor.
Como estratégia para obter de Nayrinha mais informações, a PF trouxe de Valença a sua mãe, para conversar com a filha. "O delegado pediu à mãe que convencesse Nayra a falar a verdade", disse Rocha. As duas puderam conversar a sós.
Para Ubiraci, Nayrinha tem duas opções: "Se falar, protege a ela mesma. Se não falar, protege a alguém". A jovem deve ser liberada em cinco dias, caso a prisão não seja prorrogada.