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A tribuna não foi um boa companheira para o senador Mão Santa (PMDB-PI) nesta quarta-feira (11), na sessão em homenagem ao 186º aniversário da Batalha do Jenipapo, ocorrida em Campo Maior (PI) no dia 13 de março de 1823, quando piauienses deram a vida pela causa da independência do Brasil, que havia sido declarada em 7 de setembro do ano anterior. Essa é a história que o Piauí luta para ver reconhecida e que o Congresso Nacional deverá conceder, incluindo a Batalha do Jenipapo como momento decisivo para o País livrar-se do jugo português. Mão Santa aproveitou o momento para atacar o governador Wellington Dias (PT) e o presidente Lula.
Foi rebatido por dois senadores, Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Aloizio Mercadante (PT-SP). Sem condições regimentais de apartear ou voltar à tribuna, Mão Santa ouviu calado as duras contestações que, talvez, não esperasse. Em geral, nas sessões ordinárias, o peemedebista piauiense esbraveja contra o governo sem ser incomodado.
O líder do PT chegou a considerá-lo “pequeno”: “Eu jamais subiria numa sessão de homenagem como esta para atacar quem quer que seja. Acho que seria pequeno demais diante do significado desse momento.” Marcelo Crivella, o primeiro a contra-atacar: “Eu ouvi aqui atentamente as palavras de um guerreiro do Piauí, que é o senador Mão Santa, que presta um papel extraordinário às avessas a este governo, quando faz denúncias, às vezes justas, muitas vezes injustas. Senhor governador (Wellington Dias estava na Mesa), a política é isto: é um dilúvio de ódios e paixões. Mas eu também quero ser ouvido; quero dizer que nosso governo tem conquistas, tem conquistas importantes ao povo brasileiro.”
Mas, o que disse Mão Santa para merecer tais respostas de quem, de outra bancada, foi homenagear o Piauí? Aqui está: “Porto de Luís Correia é a maior indignidade, a maior imoralidade, a maior vergonha...Olha, que vergonha, que mentiras, que demagogia!...A estrada de ferro, que vergonha!...Vi compromissos, promessas. Eu vi! Dois meses, Luís Correia; quatro meses, Teresina. Não trocaram nenhum dormente...A hidrelétrica, temos meia hidrelétrica - meia!... Faltam as eclusas. Vi a navegabilidade do Rio Parnaíba. Uma ponte, piauiense, que é uma vergonha. Aquilo é a ponte da vergonha...Essas coisas eu não aceito. Eu não aceito tomarmos casas dos pobres. Não aceito, não aceito...Eu já votei em Luiz Inácio (Lula); eu já votei no Wellington Dias. Está errado, ninguém me compra.”
Sobre os aposentados, Mão Santa disse que eles estão sendo roubados e se suicidam porque “são honrados e honestos”. Sobre o acesso à universidade, afirmou que as melhores universidades, na atualidade, são as privadas, que “só vai ser doutor o rico”. Para o senador, “a nossa família brasileira está toda destruída”.
Aloizio Mercadante rebateu cada crítica do peemedebista piauiense ao governo. Foi irônico talvez sem saber ao dizer que “o Piauí esteve e está em boas mãos” com Wellington Dias. “O Piauí em boas mãos” era o lema do ex-governador Mão Santa. “Wellington Dias fez um grande governo e, mais do que as minhas palavras, o voto do povo é o reconhecimento. Uma reeleição com 61% dos votos e um Presidente da República, que reeleito no Piauí com 78% dos votos falam por si; falam porque a estrada que liga Parnaíba a Teresina está lá, e o povo sabe que está lá; sabe porque o hospital de alta complexidade, que foi construído, ajuda a melhorar uma situação tão difícil que ainda é a saúde pública no Brasil; fala porque o Samu, que complementa a capacidade de atendimento da população, está lá, presente nos municípios e em outras partes desse Estado tão querido do Brasil, e tão carente; fala, porque conseguimos implantar o Prouni, o Bolsa Família que atende aos mais pobres, melhorar o salário mínimo; fala, enfim, porque ampliamos as vagas das universidades federal, na tão querida Parnaíba, que, tantas vezes, é sugerida neste plenário.”
O líder petista reconheceu que o “porto (de Luís Correia) ainda não andou: “Mas não andou porque, infelizmente, o parecer da autorização ambiental não foi dada, e a lei não permite que a obra inicie sem essa exigência.” Ele manifestou a expectativa de que em abril a obra seja, finalmente, tocada. Garantiu que a ampliação da pista do aeroporto de Parnaíba estará pronta e inaugurada em julho: “É uma pista que vai ajudar a alavancar o turismo, porque o Piauí está um pouco mais de seis horas de Lisboa (Portugal)...O Piauí poderá disputar um lugar diferenciado no tráfego aéreo, valorizando e gerando valor agregado, não apenas para o turismo, mas, também, para a economia.”
Mão Santa ainda recebeu um tapa de luva do governador Wellington Dias. Último orador da sessão em homenagem à Batalha do Jenipapo, ele só elogiou seu adversário. Um deles, às expansão da Universidade Estadual do Piauí: “Registro aqui, o senador Mão Santa teve coragem – e eu destaco aqui o seu reitor, Jônatas Nunes, que se incorpora à minha equipe de governo – de ampliar a presença da universidade estadual, inclusive de criar o curso de Medicina. E hoje nós estamos buscando estruturar com bibliotecas, com um conjunto de outras coisas, mas continuamos a ampliação. São 70 Municípios do Piauí, hoje, que já têm ensino superior. Numa cidade como Alegrete do Piauí (e eu sempre cito Alegrete), na região de Picos, na região próxima da Bocaina (e a Bocaina também terá), uma cidade com aproximadamente cinco mil habitantes, ali qualquer pessoa que não possa se deslocar para outro lugar, hoje, pode fazer a alfabetização, o preescolar, o ensino fundamental, o ensino médio e o ensino superior.”
O 984º pronunciamento do peemedebista, que vai comemorar o milésimo como se fosse um gol, ficará registrado nos anais do Senado Federal como aquele que melhor seria se não tivesse ocorrido. Passa a borracha.
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