Oeiras
Oeirense vai a Aparecida do Norte, no estado de São Paulo, de bicicleta para pagar promessa
A viagem teve início no dia 1°e terminou neste domingo, 25, quando o oeirense chegou a Basílica de Nossa Senhora Aparecida,percorrendo aproximadamente 3 mil KMs
Por: Da Redação em 25/09/2022 - 20:36
A fé é capaz de mover a vida de milhares de pessoas, entre elas, a de um oeirense que foi à Aparecida do Norte, São Paulo, de bicicleta, percorrendo uma distância de aproximadamente 3 mil quilômetros.
Trata-se de Francisco das Chagas de Sousa, conhecido como 'Resgate', de 36 anos, que foi de Oeiras a Aparecida do Norte-SP, como forma de pagamento de uma promessa feita a sua mãe, que tinha o sonho de conhecer a basílica da padroeira do Brasil. "Essa viagem é para pagar uma promessa que fiz para minha mãe, que o sonho dela era conhecer Aparecida do Norte e a Basílica, mas que não teve a oportunidade e eu estou realizando esse sonho por ela, já que ela não está mais entre nós", conta Resgate.
A viagem teve início no dia 01° de setembro e terminou neste domingo, 25, quando o oeirense chegou a Basílica de Nossa Senhora Aparecida.
Resgate saiu de Oeiras, e estabeleceu um primeiro trecho a ser percorrido, que foi de Oeiras a Brasília e o restante da capital federal até Aparecida.
A viagem de bicicleta foi sofrida, pois, Resgate, mesmo sendo ciclista e já tendo participado de diversas provas, e já ter feito o percurso de Oeiras a Juazeiro do Norte-CE, em 2019, em pagamento de uma promessa pela recuperação da saúde de sua filha que foi acometida por uma forte pneumonia e foi curada, ele não tinha feito ainda um percurso tão longo.
O maior desafio foi o calor que predomina nesse período do ano e as variações climáticas, além do trânsito que é sempre perigoso. "Peguei chuva em Goiás e Minas Gerais, a bicicleta quebrou na Bahia e novamente em Goiás, onde cheguei dormir no mato porque não deu para para chegar a cidade para dormir em algum posto de combustíveis. Na Bahia também dormi em pequenos vilarejos e em Brasília, dormi na casa do meu amigo Francisco Xavier".
Mesmo que muitos achem loucura, Resgate desde o momento que teve a ideia seguiu com a sua promessa e conta que quando chegou ao destino é uma emoção muito grande. “O incentivo das pessoas é grande e a emoção de chegar também. "A emoção vem e vira em choro, impossível conter as lágrimas", contou.
Bagagem
Apesar do grande tempo de viagem, o oeirense foi bem econômico na bagagem. Ele procurou levar poucas coisas, para não ter tanto peso. Entre os itens estão ferramentas para manutenção rápida na bicicleta, remendo para pneus, câmara, alforjes com roupas para trocar, suplementos, alimentos saudáveis e água, além, é claro, de uma imagem de Nossa Senhora, que ele usa para protegê-lo durante o caminho.
Para dormir, apenas um colchonete e uma manta. Raras às vezes, Resgate se deu ao luxo de passar a noite em uma pousada. O merecido descanso acontecia onde fosse mais fácil, como no pátio de um posto de gasolina, uma capela ou mesmo na mata.
Como o cansaço chega ao limite ao fim da jornada, o retorno para casa será feito de ônibus.
Momentos difíceis
Como em toda viagem, houve momentos complicados. Ele destaca os trechos em São Paulo, com pistas com muitas entradas, que precisavam ficar atentos aos motoristas que entram em velocidade de pista - entre 80 e 100 km/h -, então já começava a cair o rendimento por estar em constante estado de alerta. Em alguns trechos não tinham acostamento para que ele pudesse passar, por isso, precisava trafegar na pista, mais recuado, o que também gerava uma certa angústia. "O difícil foi trafegar por estradas sem acostamento, com a incompreensão dos motoristas que não respeitam os ciclistas. Por segurança tive que fazer longos trechos a pé, o que tornou a viagem mais desgastante".
Contato com a família
Os contatos com os familiares acontecia somente na parte da noite, o que os deixava um pouco aflitos. "De dia era muito raro ter contato porque você precisa manter-se focado no pedal. Eu entendo que foi difícil para eles porque estavam lá, sem saber estava acontecendo, sem saber se estava tudo bem, se estava dando certo", relembra Resgate.
Encontro com Helton Dantas, empresário de Oeiras nas estradas da Bahia
"A fé foi o que me moveu até esse objetivo. Na jornada eu rezava em pensamento, e isso me conectou muito com Deus. Minha fé também foi renovada, o que foi muito bom. Quando cheguei a cidade, caiu a ficha que venci esse desafio. Foi maravilhoso, uma sensação indescritível", emociona-se Resgate.
Por fim, ele agradece a todos que acreditaram que o objetivo seria cumprido. "Quero agradecer primeiramente a Deus, por me fortalecer e estar comigo nessa jornada; aos meus familiares pelo apoio; a empresa que trabalho, a ENGIPEC, em nome de dona Ediliane Freitas; aos grupos de ciclismo de Oeiras: GS Pedal, Associação Oeiras Bike Clube e Grupo Giro de Bike; os pequenos empresários; a minha cidade, principalmente a Igreja Nossa Senhora da Vitória, a capela do bairro Várzea, Nossa Senhora das Graças e todos meus amigos oeirenses e os que moram em São Paulo, em especial o Anselmo, que foi comigo de Osasco a Aparecida. Agradeço também ao pessoal de Eliseu Martins, Canto do Buriti, Cristino Castro e Corrente, enfim, a todos que acreditaram que eu cumpriria a minha promessa", finaliza.