São Paulo comemora 50 anos da inauguração do Morumbi

A inauguração total do estádio só se deu dez anos depois, no dia 25 de janeiro de 1970, com uma partida contra outro time português, o Porto. O clube paulista, sob o comando do presidente Laudo Natel, terminara a obra sem dívidas, e com um time com craques como Gérson, Toninho e Pedro Rocha. No mesmo ano o clube ganhou o Campeonato Paulista. Sonho. O sonho de construir o Morumbi começou em 1950, quando o então presidente do São Paulo, Cícero Pompeu de Toledo, percebeu que nenhum clube seria viável sem um bom patrimônio.

O São Paulo tinha um grande time e apenas um pequeno terreno, no Canindé. O primeiro passo foi vender essa propriedade (que mais tarde passou à Portuguesa de Desportos). Mas o dinheiro arrecadado era insuficiente para se construir o estádio. Além disso, o então vereador Jânio Quadros impediu que o clube recebesse da Prefeitura a área que já havia sido escolhida no Ibirapuera para a construção do estádio.

Cícero Pompeu de Toledo não desistiu e, contrariando as previsões de que a obra era apenas uma ambição absurda, iniciou a construção do estádio, com projeto assinado pelo arquiteto Vilanova Artigas. O presidente logo recebeu o apoio de outros diretores, como Luiz Aranha, Breno Caramuru, Laudo Natel, Nelson Marcondes do Amaral e Luiz Cássio dos Santos Werneck.

Na época, a cidade de São Paulo tinha 2,5 milhões de habitantes e o bairro do Morumbi era apenas um loteamento, lançado à comercialização pela Imobiliária e Construtora Aricanduva com o nome de Jardim Leonor. O clube comprou uma área e conseguiu da imobiliária a doação de outros lotes até completar 154 mil metros quadrados.

Aos poucos, o Estádio Cícero Pompeu de Toledo foi afastando a ideia de que tinha sido construído longe demais do centro. O crescimento da cidade contribuiu para isso e o estádio acabou ficando no meio de um dos bairros mais valorizados, perto do Palácio dos Bandeirantes, Hospital Albert Einstein e mansões particulares.