The Taking of Prince Harry - Filme sobre sequestro fictício do príncipe Harry vai ao ar

 Um documentário de ficção sobre o sequestro do príncipe Harry durante uma missão no Afeganistão foi programado para horário nobre da noite desta quinta-feira (21) em um canal pago britânico, apesar do pedido expresso das forças armadas de retirá-lo da programação.

O filme de 90 minutos, que deve ser transmitido durante um horário de grande audiência do Canal 4, relata o sequestro fictício do príncipe por talibãs e as negociações para sua libertação. Uma cena particularmente dramática mostra o ator que interpreta o príncipe com uma arma apontada para sua cabeça. O talibã aperta o gatilho, mas a arma não estava carregada. Um close mostra a expressão aterrorizada do príncipe.

O chefe das forças armadas britânicas tentou em vão tirar da programação o filme, que, segundo o general Jock Stirrup, "põe em causa a segurança e o moral das tropas britânicas no Afeganistão", cerca de 10 mil soldados.
Harry, segundo filho do príncipe Charles e da princesa Diana, passou dez semanas no Afeganistão com as forças britânicas há 3 anos, antes de sua presença ter sido descoberta. O risco de ele constituir um alvo privilegiado para os talibãs ou que ele fosse sequestrado justificou seu repatriamento precipitado em janeiro de 2008.

O príncipe depois anunciou seu desejo de retornar ao campo de batalha no Afeganistão, e seu irmão mais velho William seguiu seu exemplo: em um documentário de terça-feira no canal pago Sky, William, 28 anos, deixou claro sua determinação de ir ao fronte no Afeganistão.

William, segundo na ordem de sucessão ao trono após seu pai, o Príncipe Charles, concluiu uma formação de piloto de helicóptero para operações de resgate na Força Aérea Real.

O caçula, Harry, 26 anos, conhecido no exército como "Tenente Wales", é igualmente piloto de helicóptero, com formação para pilotar Apaches.

No entanto, é pouco provável que os dois herdeiros da Coroa sejam enviados ao Afeganistão, onde mais de 340 soldados britânicos perderam a vida desde 2001.
As autoridades militares, "muito irritadas", segundo uma fonte da Defesa, destacaram que "se o Canal 4 persistir com a transmissão, como é provável, cometerá grande falha no dever de respeitar os sacrifícios de nossos soldados e de suas famílias para o bem de todo o país".

Mas o canal pago negou o pedido, dizendo ter respondido através de uma carta às preocupações do general Stirrup. O documentário de ficção "trata do tema com sensibilidade", acrescentou um porta-voz do Canal 4. "Trata-se de um assunto legítimo para um documentário que explora os riscos aos quais o príncipe Harry se submeteu", concluiu.