1º caso de feminicídio levado a júri popular em Oeiras condena réu a 33 anos de prisão

O primeiro caso de feminicídio de Oeiras, levado a júri popular nesta quarta-feira (16) , condenou o réu José Martins de Sousa, conhecido como Cancão, a uma pena de 33 anos de prisão. Cancão foi condenado pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio, porte ilegal de arma de fogo e direção embriagada.

O feminicídio, assassinato de mulheres por violência doméstica ou discriminação de gênero, passou a constar em março deste ano na Lei de Crimes Hediondos.

O crime aconteceu no dia 09 de abril deste ano. Segundo denúncia do Ministério Público, José Martins de Sousa, completamente embriagado na direção de seu veículo, chegou à residência das vítimas, portando uma arma de fogo. Ao encontrar a primeira vítima (Vitória), na calçada, efetuou três disparos (cabeça e abdómen). A segunda vítima (José) saía da casa, quando recebeu um disparo no abdómen, caiu, levantou e saiu correndo.

O acusado, em seguida, invadiu residência de sua ex-companheira, Maria Luzinete de Almeida, conhecida como Netinha, diretora da Escola Estadual José Coelho Reis, mas a mesma, ao ouvir os disparos, correu para o quintal e subiu o muro, tentando fugir. Ao visualizar o acusado se afastando do local do fato, Netinha prestou socorro a sua filha, porém, percebeu que o acusado havia ido à residência de sua sogra (dele), à procura da segunda vítima.

Netinha, então, correu e se abrigou na casa de um vizinho. O acusado efetuou mais cerca de 4 ou 5 disparos, sem descer do veículo, todos em direção ao corpo de Vitória, e em seguida, fugiu em direção à cidade de Floriano/PI, ocasião em que foi preso – próximo a localidade Alto Sereno – na posse de um revólver calibre 38 municiado, numeração raspada.