Boninho e Bial fazem um balanço do BBB 10

Foi da internet que surgiram Sérgio e Tessália, dois dos participantes do “Big Brother Brasil 10”. Foi principalmente na internet que o público escolheu seus favoritos e deu ao programa um novo recorde — 92 milhões e 300 mil votos, na eliminação da promotora de eventos Cacau. E foi ainda na internet que a participação dos telespectadores se tornou decisiva e ganhou ares divinos, em provas como a que fez chover e ventar dentro de um “ambiente de testes”, como batizou Pedro Bial. Na reta final da atração, que termina nesta terça-feira, pode-se dizer que, sim, o “BBB” teve um líder durante seus quase três meses: o público. Enquanto muito se fala sobre interatividade na TV, o “BBB 10”, no fim das contas, conseguiu o que muitos vêm tentando.
O público também teve uma linha de acesso direto com o reality show. Em seu perfil na rede social Twitter, o diretor Boninho atendeu (e respondeu) a pedidos e reclamações. Na rede, ele antecipou informações para os fãs do programa e, por que não, até se divertiu com as torcidas quase sempre inflamadas.



Boninho está conectado: ‘Sou muito antenado com as mídias novas e tecnologia’

Satisfeito com os rumos que a 10 edição do “BBB” tomou, Boninho fala sobre os planos para o próximo ano e analisa o elenco da casa: “Todos se misturaram. Os fortes choraram, os cabeças pisaram na bola, os gays deram de machões, foi tudo pelo avesso”.


O GLOBO: Qual o balanço desta edição?

BONINHO: O programa andou no nosso trilho, os personagens funcionaram muito. Para falar a verdade, exageraram no barraco, mas isso conta ponto a favor.

Nas outras nove edições, sempre existiu, entre o público, a busca por mocinhos e vilões. Desta vez, todos os brothers se alternaram nesses papéis ao longo do jogo. A que você credita isso?

BONINHO: A essa mistura louca proposta. Sem individualidade, todos se misturaram. Os fortes choraram, os cabeças pisaram na bola, os gays deram uma de machões, foi tudo pelo avesso.

Sua interação com os telespectadores no Twitter também foi marcante. Como foi essa troca de ideias online com fãs e detratores do programa?

BONINHO: Sempre estivemos ligados nas opiniões do público. Pesquisamos em blogs, Orkut, no nosso próprio site; tudo o que for possível para entender como eles estão vendo o jogo. O Twitter abriu mais um espaço e faço isso com prazer. A galera brinca, pede música, “manda ice”. Isso é interatividade em tempo “surreal”.

No “BBB 11”, como você pretende usar as ferramentas de internet e mídias sociais que deram ao “BBB 10” Tessália e Sérgio?

BONINHO: Sou muito antenado com mídias novas, tecnologia. Quanto mais espaço para o público brincar, melhor. Este ano vamos usar muitas entrevistas pelo Skype (ferramenta de conversa online que une vídeo e voz) e os inscritos vão ter a oportunidade de brincar com uma espécie de “Chatroulette”, um mecanismo de chat ao vivo, que te coloca cara a cara com pessoas randomicamente. Vai ser divertido!




“Sem bom humor não se chupa nem um Chicabon, que dirá participar de um ‘BBB’”, afirma Pedro Bial, citando Nelson Rodrigues. O apresentador do “Big Brother Brasil” faz seu balanço desta edição.

O GLOBO: Você pareceu mais à vontade nesta edição... Por quê?

PEDRO BIAL: Diante de turma tão boa, tão forte, intuí que seria melhor levantar bem a bola, antecipar-me, provocar os provocadores, não dar tempo para que respirassem. Não dá para fazer o “BBB” sem ir às últimas consequências.

Você foi criticado por alguns comentários, como $que fez sobre o bumbum de Cacau...

BIAL: Não comentar a enorme bunda de Cacau, que aliás dificulta até o caminhar da linda moça, seria sonegar um desses comentários que estavam na boca do povo. O que há de polêmico em reconhecer que Anamara faz o tipo do povão?

Como a presença de três gays assumidos e um machão influenciou nos rumos do jogo?

BIAL: Machão assumido? Está se referindo ao Dourado? Para os gaudérios, Dourado é muito soft. Aishsuashuashuashua (riso de adolescente no Twitter). A presença deles abrilhantou o jogo, porém não por conta de suas orientações sexuais. É claro que Serginho divertiu gente à beça com $trejeitos, o show de Dimmy também, e os músculos de Kadu e Dourado têm grande público. Só que os melhores momentos foram Dourado afinando a casca e Dicesar mostrando que é macho pra caramba.

A palavra do “BBB 10” seria tolerância ou intolerância?

BIAL: Seria tolerância, sem dúvida, por parte dos confinados. Quanto às escolhas e intervenções do público, elas dariam um belo estudo de psicologia de massas. Quem torce no “BBB” — e isso não é comigo, eu não torço, trabalho para fazer um superprograma — não só pode, como deve virar casaca.