
8ª GRE se destaca na 4ª edição do Prêmio Alfa-10 durante evento do Pacto pela Educação 2025
01/05/2025 - 08:30Três escolas da região são reconhecidas por resultados expressivos no IDEPI-Alfa
Repudiando qualquer tipo de tratamento desrespeitoso para a população das cidades do interior e para os trabalhadores e trabalhadoras que exercem as suas profissões fora da capital do Estado, e que Oeiras não deve absolutamente nada a nenhuma outra cidade, o Campus Professor Possidônio Queiroz emitiu uma Carta Aberta ao Povo do Piauí, onde exige tratamento com respeito e dignidade e resolução das demandas do Campus, motivos pelos quais o Campus vem funcionando de forma precária.
Confira a carta na íntegra:
CARTA ABERTA AO POVO DO ESTADO DO PIAUÍ
Oeiras-PI, 07 de outubro de 2019
Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Piauí, Wellington Dias;
Excelentíssimos(as) senhores e senhoras Deputadas Estaduais do Piauí;
Magnífico Reitor da Universidade Estadual do Piauí, Nouga Cardoso Batista;
Povo do Estado do Piauí,
É já de conhecimento público a situação de precarização que a Universidade Estadual do Piauí – UESPI vem sofrendo diante da proclamada crise econômica e fiscal do Estado do Piauí, entretanto, quando tratamos de vidas humanas e do futuro de jovens, é hora de elegermos prioridades sob a perspectiva da grandeza e dos valores que norteiam a civilização humana. Faz-se urgente e necessário que o povo do Estado do Piauí tenha clareza de tudo o que está em jogo neste momento em nossa universidade, mais especificamente no Campus Professor Possidônio Queiroz da Universidade Estadual do Piauí situado à cidade de Oeiras, primeira capital deste Estado.
Hoje o campus Professor Possidônio Queiroz conta com quatro cursos de graduação: Matemática, Letras/Português, História e Pedagogia. Estes quatro cursos regulares e presenciais atendem à região do Vale do Canindé - composta por dezessete municípios (Bela Vista do Piauí, Cajazeiras do Piauí, Campinas do Piauí, Colônia do Piauí, Conceição do Canindé, Floresta do Piauí, Isaías Coelho, Oeiras, Santa Cruz do Piauí, Santa Rosa do Piauí, Santo Inácio do Piauí, São Francisco de Assis do Piauí, São Francisco do Piauí, São João da Varjota, Simplício Mendes, Tanque do Piauí e Wall Ferraz) com uma população superior a 120 mil (cento e vinte mil) pessoas.
Em sua maioria, a parcela da população deste Vale, de outros estados da federação e/ou de outras regiões do Piauí atendida pelo campus de Oeiras é de pessoas de baixa renda. Destacamos este fato, senhoras e senhores, para reiterar a missão de nossa universidade e os relevantes serviços prestados a este povo e a Este estado, apesar de todas as dificuldades e limitações, falta de recursos humanos e financeiros que esta instituição sofre historicamente desde a sua fundação. Mesmo assim, os servidores públicos permanentes ou temporários e terceirizados envidam esforços diários para oferecer a melhor formação acadêmica possível para todos e todas que passam por este campus.
Não estamos, prezado Governador, reivindicando qualquer privilégio. Não estamos, magnífico Reitor, exigindo tratamento diferenciado. Não estamos, excelentíssimos deputados e deputadas, reclamando ganhos individuais. Estamos nós, a comunidade acadêmica do Campus Professor Possidônio Queiroz, exigindo o mínimo para que nosso trabalho possa ser realizado, com a qualidade que lhe já é inerente.
Nossas demandas, senhoras e senhores, são claras e demonstram o compromisso único com o desenvolvimento do Vale do Canindé e com a Missão Institucional de nossa universidade: 1) Queremos que seja lançado edital de concurso para professor permanente do curso de Matemática do campus de Oeiras com as seis vagas já previstas e garantidas em orçamento; 2) Precisamos que os cursos de Letras/Português, História e Pedagogia sejam reconhecidos pelo Conselho Estadual de Educação para que tenhamos novas turmas a partir de 2020; 3) Precisamos da nomeação de um professor efetivo para o curso de História; 4) Precisamos de um cronograma definitivo de conclusão e inauguração do novo Campus da UESPI de Oeiras; 5) Exigimos que sejam pagas em sua integralidade as bolsas e auxílios estudantis em atraso.
É de imediata urgência que os 12 estudantes de Matemática que estão sem nenhum professor da área tenham o retorno das aulas na modalidade presencial regular. É inadmissível que estes estudantes, que trabalham e vivem em Oeiras e que entraram no curso de boa fé verem na universidade o lugar de transformação de suas vidas e da vida de suas famílias sejam tratados pelo Estado de maneira desonrosa e com pouco caso.
Agora diga-nos, senhor Governador, se algo que aqui pedimos reflete causa menor ou desimportante para o desenvolvimento da região na qual o senhor mesmo nasceu e se criou? Há, magnífico reitor, algo de descabido ou desnecessário em nossas demandas? Não seria justo, nobres deputados e deputadas, que os estudantes recebessem em dia suas bolsas e auxílios que giram em torno de R$ 400,00 (quatrocentos reais) por mês e que serve para a sobrevivência destes jovens? Senhoras e senhores piauienses, estamos aqui pedindo, lutando, adoecendo, por algo que não seja fundamental para a nossa região e para a cidade de Oeiras?
A primeira Capital do Piauí carrega um título injusto e que não condiz mais com a realidade. Alguns repetem sem pensar que Oeiras é a terra do “já teve”. Não, senhoras e senhores, não! Oeiras tem! Oeiras é a terra do futuro, pois Oeiras é destaque na educação de seu povo. Oeiras tem! Oeiras tem um grupo de professores universitários altamente qualificados prontos para transformar a realidade de centenas e milhares de jovens piauienses desde que o Governo do Estado do Piauí nos ofereça as condições mínimas para fazermos o nosso trabalho.
Oeiras não deve absolutamente nada a nenhuma outra cidade. Portanto, exigimos ser tratados com respeito e dignidade. Queremos que a administração superior da Universidade Estadual do Piauí trate-nos com isonomia e que respeite as nossas demandas. Queremos que o governo do estado do Piauí trate-nos com o respeito devido que todo cidadão e cidadã piauiense merecem.
Repudiamos qualquer tipo de tratamento desrespeitoso para a população das cidades do interior e para os trabalhadores e trabalhadoras que exercem as suas profissões fora da capital do Estado. Portanto, exigimos a consideração e tratamento respeitoso devido em resposta as nossas demandas por parte das autoridades constituídas deste Estado. E pedimos, ao povo do Estado do Piauí, que lutem conosco. Nós queremos trabalhar. Nós queremos realizar sonhos. Nós queremos desenvolver, cada vez mais, a Cidade de Oeiras, o Vale do Canindé e o Estado do Piauí.
Campus Professor Possidônio Queiroz
Universidade Estadual do Piauí - Oeiras