Cecília Dassi sobre personagem em 'Viver': 'Desliguei das minhas vergonhas'

Fale a verdade: você levou um susto ao ligar a TV e dar de cara com Cecília Dassi de calcinha, em cena de “Viver a Vida”? A atriz de 20 anos, que estreou nas novelas aos sete (“Por Amor”), está em seu oitavo folhetim, como a desinibida Clarisse. É sua primeira personagem sensual. “A sensualidade nunca foi uma característica minha. Tive aulas de expressão corporal para ajudar a me desligar das minhas vergonhas”, conta ela, que, ao contrário da lolita da trama, detesta chamar a atenção. “Também detesto roupas provocantes”, afirma.

Mas, apesar do jeitinho aparentemente meigo, Cecília diz que pode ser bem explosiva. “Meu rostinho angelical engana. Em geral, sou meio impaciente, e quando estou de TPM...”, diverte-se. E se em “Viver” a atriz mantém um romance com um homem bem mais velho que ela, na vida real ela namora um estudante de jornalismo. Os dois estão juntos há três anos, e pensam em morar juntos. “Mas são planos a longo prazo, com calma, conforme a nossa vida for se estruturando e permitindo que isso seja feito da melhor forma”. Ainda tem dúvidas de que Cecília cresceu?



Em “Viver a Vida”, você interpreta sua primeira personagem sensual. Teve receio em aceitar o papel?

Cecília Dassi: Acho que teria tido um pouco se não tivesse feito os dois testes que fiz. A sensualidade nunca foi uma característica minha. Mas nos testes deu tudo certo, recebi muito elogios do Maneco (Manoel Carlos, autor da novela), então vi que estava preparada. Me senti segura. Tive aulas de expressão corporal, para ajudar a trazer esses elementos da sensualidade e a me desligar das minhas vergonhas.



Você tem rosto angelical, parece meiguinha... Na vida real, faz mesmo este estilo calminha?

Depende do que você considera calminha (risos). Não sou como a Clarisse. No sentido da sensualidade, de fato sou muito calma. Detesto roupas provocantes e chamar atenção demais quando chego em algum lugar. Mas por outro lado, o rostinho angelical engana. Em geral, sou meio impaciente e, sinceramente, você com certeza não gostaria de passar muito tempo comigo quando estou de TPM (risos) ...

É difícil crescer diante dos olhos do público? Acha que sua infância foi diferente por conta da fama?

De certa forma foi, sim, é inevitável. Mas nada que tenha sido traumático ou muito difícil pra mim. Sempre consegui levar bem, acho que muito por conta da ajuda da minha família.


Por ter começado novinha, acha que as pessoas têm mais dificuldade para te enxergar como uma mulher sensual?

Acho que sim. É meio que uma tendência nossa. Acontece com os filhos, com parentes próximos... As pessoas têm que se acostumar com a ideia de uma forma que não teriam se eu fosse uma atriz nova, que tivesse no meu primeiro personagem.

Se acha sensual?

Não me acho sensual. Mas quando quero me sentir sexy, aposto principalmente na maquiagem e no cabelo. Acho que a sensualidade vem muito de dentro da gente, muito mais do que da aparência. O segredo é estar de bem consigo mesma.

Como foi gravar cenas um pouquinho mais ousadas, de calcinha, por exemplo?

Foi bem tranquilo, muito mais do que pude imaginar. Consegui me desligar completamente da maneira como estava vestida durante o tempo em que estava em cena.


Na trama, a Clarisse tem um relacionamento com um homem bem mais velho que ela. Já teve alguma experiência assim?

Não, mas não por achar errado ou qualquer coisa assim. Não vejo o menor problema nesse tipo de relacionamento com diferença de idade, e acho que tem tantas chances de dar certo quanto um relacionamento com pessoas da mesma idade. O que importa é o amor e a personalidade de cada um.


Você é gaúcha, mas mora no Rio há 13 anos. Já se considera carioca?

Estou aqui desde 1997, mas nunca me considerarei carioca. Que os cariocas não me entendam mal, por favor! O Rio de Janeiro é lindo de doer! Mas sou perdidamente apaixonada pelo meu estado, tenho muito orgulho de toda a riqueza cultural que temos, de todas as tradições, e mesmo que tivesse que me mudar para o Nepal e ficar 70 anos sem voltar pra lá, teria sempre muito orgulho de ser gaúcha.

Você já disse que não faz o tipo baladeira... O que gosta de fazer nas horas vagas?

Amo dançar, mas é difícil encontrar lugares legais, com música boa, que não estejam muito lotados de gente se espremendo e derramando bebida em você. Fora as pessoas mal educadas que fumam no meio da pista de dança, mesmo estando proibido fumar em locais fechados, e homens que acham que só porque você está na boate, está a fim de beijar o primeiro que aparecer. Então acabo saindo muito raramente. Prefiro só jantar, ir ao cinema, essas coisinhas.


O que pretende fazer após o fim da novela?

Com o fim da novela, voltarei a me dedicar à faculdade de psicologia. Por enquanto não tenho trabalhos à vista, mas estou ansiosa por fazer uma peça legal, adulta, que é uma experiência que ainda não tive.