
Polícia Militar apreende drogas, celular com restrição e motocicleta adulterada em Oeiras
30/04/2025 - 08:38Abordagem no bairro Canela resulta na condução de suspeito à Delegacia Seccional após patrulhamento da Operação Planejada
A Comissão de Combate às Ações do Crime Organizado - Cico, completou, ontem, 10 anos de sua criação, tendo como objetivo maior combater a atuação de organizações criminosas no Estado, especialmente um grupo que tinha como líder o então tenente-coronel da Polícia Militar, Correia Lima.
Tudo começou em fevereiro de 1999, quando o então superintendente da Polícia Federal e hoje secretário de segurança, Robert Rios juntamente com o então Coordenador Regional Policial da Polícia Federal, Airton Franco, decidiram começar um trabalho investigativo sobre as ações das organizações criminosas no Estado.
O primeiro passo foi solicitar ao juiz federal Rui Costa Gonçalves, da 3ª Vara Federal, autorização para que algumas pessoas tivessem os seus telefones grampeados. O pedido foi atendido e durante oito meses foi feito um trabalho de escuta que resultou na elaboração do "1º Dossiê do Crime Organizado".
O documento foi entregue pelo delegado Robert Rios ao então governador Francisco de Assis Moraes Sousa, o "Mão Santa", recomendando a criação de uma força-tarefa para combater esse tipo de crime.
Diante da situação, o governador Mão Santa, repassou o documento para o então secretário Carlos Lobo, da Segurança. Uma reunião foi realizada entre as autoridades do Estado e a força-tarefa foi criada.
GRUPO FORÇA-TAREFA - A Polícia Federal que havia feito as investigações preliminares colocou a sede da instituição à disposição, oferecendo salas, setor técnico e policiais para atuar no caso. O Ministério Público colocou à disposição os promotores Afonso Gil Castelo Branco, Eliardo de Sousa Cabral, José Hamilton Bezerra e Hosaias Matos de Oliveira. O então juiz e hoje desembargador aposentado José Bonifácio Júnior representou a magistratura, decretando as primeiras prisões e na área federal continuou Rui Costa Gonçalves. Vale ressaltar o apoio oferecido pelo então deputado federal e hoje governador Wellington Dias. Coube ao secretário Carlos Lobo assinar a portaria número 903/99 de 13 de outubro, criando a Comissão Investigadora do Crime Organizado, tendo como integrantes os delegados Francisco das Chagas dos Santos Costa, o "Bareta", como coordenador e como membros Menandro Pedro Lopes da Luz, Raimundo Nonato Ferreira de Carvalho, Eduardo Alves Ferreira e Laércio Eulálio de Araújo Lima.
INVESTIGAÇÕES - No dia 14 de outubro, a equipe da Polícia Civil se instalou em uma das salas do prédio sede da Polícia Federal e as investigações foram intensificadas. O motivo da instalação dentro da PF foi para evitar ingerências nas investigações.
Os primeiros dias de investigações foram usados para análise do conteúdo do "Dossiê do Crime Organizado, sendo que uma semana depois foram feitos os primeiros pedidos de decretações de prisões temporárias, sendo que algumas foram transformadas em preventivas após os prazos de duração.
PRISÃO DE CORREIA LIMA - No dia 28 de outubro, portanto, 15 dias, Correia Lima que estava em Recife, foi comunicado pelo então comandante geral da PM, coronel Valdílio de Sousa Falcão que ele seria punido administrativamente e que viesse para Teresina.
No dia seguinte, 29, ele chegou veio para Teresina e ao chegar no Aeroporto Petrônio Portela, foi recebido pelo coronel Valdílio Falcão que lhe deu voz de prisão e juntamente com outros policiais o conduziram para o quartel da PM. A prisão administrativa foi por 30 dias e antes que o prazo fosse encerrado, o juiz Bonifácio Júnior decretou a sua prisão.
TRANSFERÊNCIAS - Alegando medida de segurança e para evitar a interferência do mesmo em algum ato investigativo, Correia Lima foi transferido para uma unidade da polícia militar de Brasília (DF), em companhia do então delegado José Wilson Torres, que também estava preso.
Meses depois, eles retornaram para Teresina e novamente Correia Lima foi transferidoa, desta feita para São Luís (MA), ficando o tempo suficiente para o coronel Edvaldo Marques, que havia substituído Valdílio Falcão, no comando da PM, construir uma cela especial na sede do Batalhão de Operações Especiais - BOPE, no bairro Ilhotas, para custodiá-lo.
Já este ano, Correia Lima teve a sua patente cassada e foi transferido para a Penitenciária Fontes Ibiapina, em Parnaíba, onde ainda se encontra recolhido.
MUDANÇA DA SEDE DA COMISSÃO - Em 2003, Bonfim Filho já não era mais delegado geral da Polícia Civil e o então secretário Raimundo Leite, adaptou uma casa localizada no bairro Três Andares, na zona Sul de Teresina, para acomodar a equipe da Cico Bonfim Filho, já na condição de coordenador, fez a mudança e as investigações continuaram.
ESTATÍSTICA - Levantamentos feitos junto aos arquivos da Cico revelam que durante os 10 anos de atuação foram instaurados 680 inquéritos, presos 860 acusados de crimes, apreendidas 300 armas (vários calibres e modelos).
PROJETO DE MUDANÇA - No início deste ano, o delegado Bonfim Filho encaminhou um relatório das atividades da instituição ao secretário Robert Rios e fez um plano de metas para 2010, no qual está contido a mudança de Comissão Investigadora do Crime Organizado - Cico para Departamento de Repressão as Ações do Crime Organizado - DRACO, que seria composto de várias divisões, dentre elas, anti-sequestro, roubo a banco e crimes cibernéticos, além da criação de um Grupo Especial de Ações Táticas para auxiliar os delegados dessas divisões nas ações operacionais.
VERSÃO DO COORDENADOR - Ao falar sobre a Cico, o delegado Bonfim Filho afirma que é uma instituição respeitada e de credibilidade em todo o país, chegando a dizer que os bandidos pensam duas vezes antes de praticar um crime no Piauí, pois os casos repassados para a Cico foram esclarecidos, por mais complexo que seja.
Diário do Povo