Civil enfrenta a pm no combate a milícias

O suplente de vereador Osvaldo Marques e os irmãos Jonelson Matos e Marden Matos dos Santos foram presos na noite de anteontem, durante uma operação realizada na Serra da Tabatinga, entre os municípios de Parnaguá e Júlio Borges, a 815 quilômetros ao Sul de de Teresina, como acusados de autoria de crimes ambientais e milícia armada, contando com o apoio de militares lotados na região.


A operação foi desencadeada pelo delegado Evaldo Farias, chefe do grupo Força Tática Especial - FTE, por determinação do secretário Robert Rios, da Segurança, após tomar conhecimento de denúncias a respeito desses delitos e que tem como uma das vítimas, além da União no que se refere aos crimes ambientais, a Agropecuária Guatambú Ltda.


Ao receber a determinação, os policiais foram para a Serra da Tabatinga, onde em um rancho prenderam os irmãos Jonelson e Mardem Matos e com eles foram encontradas duas motocicletas sem documentação, duas espingardas municiadas, calibres 28 e 36; quatro cutias, um tatu e um jacú (todos abatidos) e durante uma conversa com os policiais eles afirmaram que mais dois elementos estavam praticando os mesmos crimes a três quilômetros dali e quando os policiais lá chegaram foram recebidos à bala e durante o confronto os elementos fugiram e deixaram mais duas motos e outros animais silvestres mortos.


Submetidos a interrogatórios, os irmãos revelaram que quem comandava as ações era o suplente de vereador Osvaldo Marques Dias, o "Badú", que se apresenta como líder de uma associação que tem como finalidade apropriar-se de terras alheias e depois vender para grileiros. De posse da informação, os policiais foram para Júlio Borges, onde prenderam Osvaldo Dias, sendo que durante a abordagem a polícia encontrou em seu poder um revólver (municiado), calibre 38, com a numeração raspada e a camionete, modelo D-10, placa JNK7548-BA, que era procurada por força de um mandado de busca e apreensão. Ele também foi autuado em flagrante e colocado à disposição da justiça.


CONFRONTO COM A PM - Quando retornavam com o suplente de vereador Osvaldo Dias preso, os policiais civis foram surpreendidos por um grupo de policiais militares, sob o comando do sargento Magalhães que responde pela delegacia do município de Júlio Borges e três soldados, em uma camionete, modelo D-20, que abordaram os policiais civis afirmando que aquilo era um seqüestro, mesmo estando todos os policiais uniformizados com camisas com logomarca do grupo FTE.


Naquele momento, o delegado Farias disse que estava cumprindo ordens e que ele (sargento) deveria se preocupar em prender os bandidos da região e não investigar a polícia civil que estava ali para restabelecer a segurança na região.


Segundo o delegado Farias, as pessoas ligadas ao Osvaldo Dias fazem milícias na região, pois andam armados, com camisas com nomes de uma associação, usando capuzes, motos e camionetes e afrontando os agropecuaristas da região.
Diante do problema, com o sargento Magalhães, o delegado Evaldo Farias fez um relatório da fato e encaminhou para o secretário Robert Rios e para o comandante da Polícia Militar, coronel Francisco Prado para que providências no âmbito administrativo sejam adotadas. Em Corrente, seis policiais miliatres foram presos por determinação judicial.


PAGAMENTO DA PROTEÇÃO - Revoltado com a atitude do sargento Magalhães, os policiais civis encontraram e apreenderam um recibo no valor de R$ 74,00 assinado pelo militar, comprovando o recebimento do dinheiros.


De acordo com o documento a delegacia de polícia do município de Júlio Borges recebeu a quantia referente a compra de carne para a delegacia e que o valor foi pago pelo Osvaldo Dias que durante as suas ações, diz o delegado Evaldo Farias, afirmava que "Ninguém mexia com ele, pois mandava na polícia".



Diário do Povo