
Confira os deputados que irão compor a Mesa Diretora no Biênio 2025-2027 na Alepi
03/02/2025 - 09:25Mesa será presidida pelo deputado Severo Eulálio (MDB) e conta com outros sete membros
O Governo do Estado montou operação para
atender as famílias que foram desabrigadas pelo rompimento da Barragem Algodões I, no município de Cocal da Estação. Foram convocados cinco helicópteros, Defesa Civil Nacional, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) e voluntários. Uma comissão de gestão foi formada para coordenar as ações de resgate e atendimento às famílias, que perderam casas e familiares. Até agora foram identificadas cinco mortos, vários desaparecidos e cerca de 600 famílias atingidas que estão sendo atendidas pelo Governo.
Wellington Dias esteve com uma equipe no local do acidente. Ele comparou o rompimento da barragem de tsunami. A lâmina d´água tinha uma altura de 20 metros, o equivalente a um prédio de quatro andares, e arrastou tudo que estava na frente. “Eu vi animais mortos, casas com o telhado para baixo e paredes para cima, bois, cavalos mortos. Geladeira em cima de árvores. As carnaúbas derrubadas. Uma cena terrível. A água arrastou tudo”, informou o governador.
Alguns cemitérios tiveram os túmulos revirados. Na tarde foram localizados mais um adolescente e um idoso.
Wellington Dias recebeu ontem ligação do presidente Luís Inácio Lula da Silva que prestou solidariedade a todo o Estado do Piauí, especialmente aos moradores do município de Cocal de Estação, onde uma criança morreu após o rompimento de uma barragem.
De acordo com o governo do Estado, ao saber do ocorrido, o presidente Lula determinou o apoio imediato da Defesa Civil Nacional no atendimento à população de toda a região atingida.
Há cerca de um mês, o Governo foi informado de fissuras na parede da Barragem Algodões I. Foi autorizado o serviço de contenção, porque havia rachaduras e a estrada de acesso para o paredão da barragem foi cortado.“Há 25 dias as famílias que estavam no local foram retiradas e foram retiradas 10 mil pessoas entre Cocal e Buriti dos Lopes. As famílias voltaram às suas casas, porque houve redução das chuvas. Quem quisesse permanecer nos abrigos foi aconselhado a ficar”, disse o governador. O Governo do Estado, através da Emgerpi (Empresa de Gestão de Recursos do Piauí) obra de reparo foram feitas e foi dada garantias de que não havia mais perigo.
Segundo o governador Wellington Dias as pessoas perceberam que estava chegando um volume grande de água e pela madrugada acionaram o Governo. “Tivemos que retirar as pessoas pela segunda vez, foi cerca de duas mil pessoas para serem retiradas num período de menos de duas horas. Foi uma operação onde as pessoas estavam apavoradas”, explicou o governador.
Conforme dados enviados pela Defesa Civil Nacional, em Cocal, já são 953 desalojados, 2.000 desabrigados, 80 feridos leves, 4 mortes e um total de 2.953 famílias afetadas, 120 casas destruídas, 11 desaparecidos, mas equipes do corpo de bombeiros ainda não retornaram das buscas. Foram disponibilizados dez abrigos entre abrigos e igrejas.
Hoje, mais três aeronaves chegarão a Cocal para reforçar as buscas e ajudar no resgate e transportes das pessoas.
Prefeitos se solidarizam para ajudar desabrigados
Os prefeitos das cidades da região também estão participando das operações de resgate das pessoas que foram vitimas da tragédia.
O prefeito de Piracuruca, Raimundo Louro, disse que os prefeitos da região chegaram ao local ainda na noite de segunda-feira, 27, por volta das 20 horas. Ele disse que da Prefeitura de Piracuruca foram disponibilizadas duas lanchas, 4 caminhões e 4 caminhonetes. “Eu cheguei lá por volta das 22 horas, já haviam outros prefeitos, já estava o corpo de bombeiros, mas eles não conseguiam entrar na água, eram muitos destroços”, informou o prefeito.
De acordo com Raimundo Louro os Bombeiros só entraram na água a partir das 5 horas da manhã. “Muita coisa, arame, resto de cassas, resto de tudo, estava difícil até mesmo para os bombeiros”, afirmou. Segundo Raimundo Louro os prefeitos das cidades vizinhas estão em constante contato com o prefeito de Cocal da Estação,
População de Cocal da Estação culpa autoridades pela tragédia
A população do município de Cocal da Estaão já elegeram os culpados pela tragédia que se abateu sobre o município com o rompimento da barragem Algodões I que matou pelo menos cinco pessoas, deixou milhares de desabrigados e causou um rastro de destruição que atingiu pelo menos dois municípios. Segundo os moradores, os responsáveis são os engenheiros e os técnicos do Governo do Estado que foram ao local e disseram durante vários dias que a situação estava sob controle. “Eu mesmo presenciei momentos antes do rompimento da barragem os operários dizendo que estavam morrendo de medo dela romper e o engenheiro que estava ao lado mandava eles ficar calados para não alarmar”, disse o lavrador Sebastião da Silva que reside ao lado da barragem de Algodões I e viu toda a tragédia. A sua casa só não foi levada pelas águas porque fica em cima de um alto, mas as águas chegaram a menos de três metros da sua residência. Segundo ele, os operários, percebendo que a situação era irreversível, afirmaram que estavam correndo o risco de morrerem para ganhar alguns poucos trocados enquanto o grosso do dinheiro ficava em Teresina com os chefes. O rompimento da parede aconteceu exatamente às 16 horas de anteontem. Conforme Sebastião e o seu vizinho identificado apenas como Paulo, eles só escaparam porque viram os operários começar a sair com os tratores e correrem para cima de um morro que fica no fundo das casas. “A água começou a sair de pouco, mas a cada minuto aparecia um novo buraco na parede da barragem.
De repente ouvimos um estrondo e a água desceu de uma vez. Em menos de dois minutos estava na porta da minha casa”, disse Sebastião, que tem 60 anos. Conforme o seu relato, quando a água desceu pareceu um grande incêndio que quando passa vai deixando um rastro de destruição. A água que desceu violentamente abriu todo o leito do rio Pirangi deixando a distância e entre uma margem e outra numa largura aproximada de 200 metros.
Pedras que pesam toneladas foram arrastadas e a água onde chegava deixava a paisagem igual ao tsunami que aconteceu na Ásia há cerca de três anos. Árvores centenárias enormes foram arrancadas pela raiz e levada durante quilômetros pelas águas.
Nem os peixes resistiram à força das águas. Muitas traíras, piabas, carás e até mesmo os mussuns morreram após serem jogados longe do leito do rio. Enquanto alguns choravam os prejuízos, outros aproveitaram para pescar na água empoçada ao longo da antiga estrada que ligava a barragem. Há cerca de três quilômetros da barragem, descendo havia uma espécie de balneário onde a população do município se divertia nos finais de semana, Tudo foi destruído. Um clube chamado Beira Rio, uma mansão do ex-prefeito José Maria Monção foram completamente destruídos pela enxurrada. Os postes que não caíram ficaram tortos e as poucas casas em pé tiveram água até próximo ao teto. A Igrejinha do povoado conhecido como Zé Ferreira foi poupada. Ela não caiu, mas as águas só não levaram os bancos porque as portas não permitiram. Em meio ao turbilhão de destruição, os santos em cima dos oratórios foram os únicos objetos a ficarem intactos dentro da igreja.
MPF apura responsabilidades sobre tragédia de algdões
O Ministério Público Federal determinou a abertura de um procedimento investigatório para apurar responsabilidades no caso do rompimento da parede da Barragem Algodões I, no município de Cocal, a 268 Km ao Norte de Teresina. Cerca de 2,5 mil famílias tinham sido retiradas do local, por prevenção, e retornaram na última semana, por determinação do engenheiro responsável pela obra, Luís Hernane de Carvalho.
O procurador da República, Kelston Lages, informou que o Ministério Público Federal está colhendo informações para adotar as devidas providências que o caso requer. O Ministério Público do Estado também está avaliando a situação e ser há responsabilidade do engenheiro ou do Estado em decorrência da fatalidade acontecida.
A presidente da Emgerpi (Empresa de Gestão de Recursos do Piauí). Lucile Moura, que autorizou o reparo da barragem, disse que não houve falha no monitoramento das águas. Segundo ela, o planejamento fugiu ao controle devido as chuvas intensas e açudes que romperam no Ceará e desaguaram em Algodões I.
Lucile Moura não acredita em erro do engenheiro Luis Hernane de Carvalho em autorizar as famílias a voltarem as suas casas. Ela disse que isso foi feito com base em um parecer técnico previu o fim das fortes chuvas. “Isso foi um acidente. Não existe obra de engenharia no mundo que suporte uma ação dessas”, disse.
O governador Wellington Dias disse que não estão buscando responsabilidades para o fato que foi um acidente natural. “Vimos engenheiros, bombeiros, policiais militares, mototaxistas, muita gente empenhada em fazer o bem. Em salvar vidas. Ninguém pode, neste instante, ir nesta direção. Se alguém tomou decisões fui eu. Precisávamos atender as pessoas e tínhamos segurança para as obras. O engenheiro estava em cima da obra, fazendo a obra quando começou esta situação. Foi a mesma pessoa que deu o alarme. Ninguém paga a vidas das pessoas. Não tem preço, mas não vamos ir nesta direção”, explicou o governador. “Acusação e processo é de cada um. Mas as vitimas estão precisando da gente e esta é a nossa prioridade”, acrescentou.
“A água não levou mais de dois minutos para inundar tudo aqui”, disse o lavrador José Maria Silva. “É lamentável um engenheiro dizer que as famílias poderiam voltar. Ele deu a garantia que se responsabilização que não tinha nenhum risco. Não acredito que ele seja engenheiro”, completou, reclamando da atitude do engenheiro que autorizou as famílias a voltarem para suas casas.
Uma mulher grávida de oito meses, que não quis se identificar, foi resgatada pelos bombeiros, juntamente com os filhos. A mulher foi atendida pela equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e já sentia as dores do parto.
A mulher morava na região ribeirinha da barragem Algodões I e foi encontrada em um barraco, juntamente com os dois filhos. Ela disse que sobreviveu às águas, porque segurou em troncos de pau.
Governador Wellington Dias reage a críticas da oposição
“Eu creio em Deus, mas não sou Deus. Todas as decisões que tomei, tomaria de novo, com base nas informações que eu tinha”, respondeu o governador Wellington Dias ao saber que estava sendo criticado pela oposição, porque poderia ter evitado a tragédia em Cocal.
“Eu sou um bancário e pela vontade do povo fui levado à condição de governador. Eu creio em Deus. E acho que quem quiser fazer acusações ou denúncias é um direito de cada um, neste momento, que quero apoiar estes municípios e estas vitimas. È a nossa prioridade”, assinalou Wellington Dias.
Ele disse que é impossível evitar acidentes deste tipo. Mas pode-se monitorar as que ainda têm e buscar soluções para fazer um controle das barragens e açudes para evitar problemas deste tipo.
“Temos que pensar nisso e evitar futuros desastres. Deve ter um sistema de bacias e os técnicos devem trabalhar isso. A Defesa Civil Nacional está chamando todos os estados que vivenciaram situações drásticas para ter uma preparação para o futuro”, adiantou o governador.
O governador foi criticado pelo senador Heráclito Fortes (DEM) alegando que este desastre poderia ter sido evitado, porque foi comunicado antes para o Governo do Estado, as condições da barragem Algodões I.
Deputados descrevem cenário desolador
O deputado federal Júlio César (DEM) e o deputado estadual Luciano Nunes (PSDB) estiveram hoje à tarde na região da barragem de Algodões. De acordo com os parlamentares o cenário do local é desolador. Eles estiveram no local onde a barragem rompeu e descreveram que o buraco aberto pela força da água tem a extensão de quase um quilômetro. Os deputados se dirigiram ao município por volta do meio dia e retornaram por volta das 18 horas.
Segundo Luciano Nunes, as famílias que moram próximo a barragem, “uma distância de três quilômetros da barragem tiveram suas casas totalmente destruídas, foram cerca de 150 residências arrastadas no local ficaram apenas barrancos de areia”, informou o deputado.
Além das casas destruídas a população que mora próximo ao local está sem notícias de familiares. De acordo com os deputados não há como mensurar o tamanho da tragédia. “Não é possível saber ao certo quantos mortos agora, mas a preocupação é grande e o cenário é triste, pois há pessoas procurando familiares sem saber se conseguiram escapar”, explica o deputado Júlio César. Luciano Nunes disse que não há mais água na barragem, que chegou a armazenar mais de 50 milhões de metros cúbicos de água.
Em Buriti dos Lopes as famílias foram retiradas com mais facilidade. “Visitamos os abrigos e a coordenação e não houve mortes.
Nossa meta é verificar as famílias em cada comunidade. São cem comunidade nas margens de 80 Km do rio Piranji. Todas foram sobrevoadas para analisar a situação e buscar pessoas desaparecidas”, informou o governador.
A Companhia Energética do Piauí (Cepisa) desligou a energia na região para evitar acidentes. “Nós tivemos 17 torres do linhão de energia que abastece a região derrubadas. A região vai permanecer sem energia, porque a destruição foi muito forte e ainda estamos tomando providências”, disse o governador.
Os prefeitos de Cocal da Estação, Fernando Sales Filho (DEM) e de Buriti dos Lopes, Ivana Fortes (PMDB) estão sendo orientados pelo coronel Alexandre Lucas, da Defesa Civil Nacional. Foram instalados comandos para situação de segurança, saúde, alimentação e o atendimento necessário nos dois municípios.
Algodões , tragédia anunciada
5 de maio - Por conta das intensas e constantes chuvas no Piauí, a Barragem Algodões I, localizada no povoado Algodões, a cerca de 20 quilômetros de Cocal, apresenta hoje 80% do reservatório preenchido, podendo sangrar pela primeira vez. Seguindo orientação do governador Wellington Dias, no sentido de dar maior segurança à população que reside no povoado e proximidades, a Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi) enviou, nesta terça-feira (5), uma equipe de engenheiros para o local
12 de maio - A expectativa da Barragem Algodões I, na cidade de Cocal da Estação, sangrar pela primeira foi confirmada na madrugada desta terça-feira, dia 12 de maio. O fato ocorreu por volta das 00h30. Até essa segunda-feira, faltavam apenas 55cm para a barragem sangrar e escoar pelo rio Piranji. A forte chuva que caiu na região do Povoado Algodões aumentou ainda mais o nível das águas do reservatório, com capacidade para mais de 53 milhões de metros cúbicos, provocando o transbordamento
13 de maio - A situação da Barragem Algodões I tornou-se insustentável. Tudo por conta do rompimento de uma de suas laterais, após fortes chuvas que incidiram no dia 12 de maio. A previsão era de que se rompimento da reserva aconteça, toda a cidade de Buriti dos Lopes e parte de Cocal ficarão debaixo d’água. Por isso, as autoridades dos dois municípios e do Governo do Estado estão em alerta total.
Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e Emgerpi intensificaram na tarde de hoje a retirada das famílias, para evitar o pior.
14 de maio - O quadro é tão preocupante que o governador Wellington Dias suspendeu sua agenda de trabalho desta quinta-feira, 14, em Brasília, e segue para a cidade de Cocal, onde irá acompanhar o trabalho de retirada das famílias das proximidades de Algodões I e das margens do rio Pirangi.
15 de maio - Estabilidade. É a palavra que define a atual situação da Barragem Algodões I, localizada em Cocal da Estação. Isso devido a paralisação das chuvas na região e das águas vindas das barragens localizadas no estado do Ceará, as quais desembocam na represa de Algodões.“Dessa maneira, temos condições favoráveis para agilizar os trabalhos”, ressalta a presidente da Emgerpi, Lucile Moura, que visitou o local na manhã deste sábado, dia 16. Assim os trabalhos de reparos no local estão sendo realizados com a máxima intensidade e seguindo orientações do projetista da barragem, o engenheiro Luiz Hernane.
22 de maio - As famílias dos municípios de Cocal da Estação e Buriti dos Lopes, que estavam em abrigos por medida preventiva, em função do risco de rompimento da Barragem Algodões I, começam a voltar para casa nesta sexta-feira. A partir desta sexta-feira, as cerca de 2.500 pessoas que tinham sido removidas, numa ação conjunta entre Emgerpi, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil e as Prefeituras de Cocal e Buriti dos Lopes, começam a ser levadas de volta para suas casas. A garantia de que esse risco acabou foi dada, nessa quinta-feira (21), pelo engenheiro Luiz Hernani, responsável pelo projeto de construção da obra em 2001.
Em função das fortes chuvas dos últimos dias em Cocal da Estação, houve o deslocamento da ombreira esquerda do canal do sangradouro ao lado da barragem e não o rompimento do reservatório de Algodões I, o qual permanece intacto.
27 de maio - Por medida de segurança, na tarde desta quarta-feira, a defesa civil juntamente com o Corpo de Bombeiros está retirando as famílias que moram numa área de 10 quilômetros nas proximidades da barragem.
Diário do Povo