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A luta contra a COVID-19 tem várias trincheiras. Se não podemos ter uma vacina ou medicamentos que ajam diretamente contra o vírus, trabalhar informações é muito importante para minimizar os efeitos das contaminações e reforçarmos os cuidados para proteção contra a possibilidade de adoecermos todos ao mesmo tempo, o que é o principal motivo para manutenção do isolamento social na nossa cidade e no nosso Estado.
Uma destas trincheiras de informação foi assumida pelo Engenheiro Cartográfico oeirense Vicente de Paula Sousa Júnior.
Vicente juntou as informações do painel de casos da COVID-19 publicado diariamente pela Fundação Municipal de Saúde de Teresina e dados cartográficos com os bairros de Teresina e atualiza diariamente, através de suas redes sociais (Facebook – https://www.facebook.com/vicentepsjr; Twitter – https://twitter.com/vicentepsj).
Com os dados atualizados ele construiu e atualiza diariamente três mapas. O primeiro é o Mapa do Número de Casos. Neste existe uma escala de cores que transmite a informação do número de casos com base na cor. Neste caso ele fez uma adaptação colocando por categorias, para que não passasse uma ideia errônea do número de doentes por localidade.
Mapa de Número de Casos. Fonte: Vicente de Paula Sousa Jr.
O segundo é o Mapa de Densidade Kernel que, com base nos pacientes que foram testados de cada bairro e que sinalizaram positivo para doença faz uma estimativa traçando por onde o vírus pode está contaminando, pois o método de construção deste mapa trabalha com um raio que pode representar o espectro de ação de transmissão do vírus.
Mapa de Densidade de Kernel. Fonte: Vicente de Paula Sousa Jr.
E o terceiro é o Mapa do Espelhamento de Moran, que se baseia no Índice de Moran, cuja interpretação é que regiões com casos semelhantes sofrem influência entre si, demonstrando, por exemplo, que bairros com casos que possuem bairros vizinhos também com casos confirmados se agrupariam na correlação espacial, confirmando a ideia expressada pelo Mapa de Densidade Kernel e expressando uma série de correlações par a par (por exemplo: correlação alta-alta ou alta-baixa ou baixa-baixa e assim por diante).
Mapa do Espelhamento de Moran. Fonte: Vicente de Paula Sousa Jr.
A ideia é fabulosa e permite subsidiar as autoridades com informações sobre a dinâmica do isolamento. Na minha opinião pessoal (lembrando que não sou epidemiologista, apenas me interessei pela questão que estamos vivenciando) iniciativas como esta, somada a amostragem já em execução pela Fundação Municipal de Saúde, somada a uma maior testagem na população, coordenadas pelas autoridades em saúde pública, podem embasar melhor as decisões de interrupção do isolamento social horizontal em vigência.
Neste aspecto em particular parabenizo a iniciativa do Eng. Vicente Sousa Jr., com quem tive oportunidade de discutir aspectos da sua pesquisa na área de energias renováveis, com dissertação recentemente defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA-UFPI), orientada pelos competentes Prof. Dr. Francisco Francielle Pinheiro e Dra. Giovana Mira de Espindola. Durante sua graduação Vicente teve a oportunidade de fazer um período no Gottfried Wilhelm Leibniz Universität Hannover, na Alemanha, entre 2013 e 2015, financiado pelo Programa Ciência Sem Fronteiras do Governo Federal.