
Anuário aponta aumento de 30% em acidentes com motoristas sem CNH com 73 mortes no Piauí
08/02/2025 - 09:20O levantamento também mostra que 433 pessoas sofreram algum tipo de lesão, representando um aumento de 43,85% referente ao ano anterior.
Um novo golpe invadiu as redes sociais e tem feito muitas vítimas em Oeiras. Contas no Instagram, Twitter e TikTok oferecem retorno de até 1.000% sobre valores enviados via Pix . É assim que golpistas trocam quantias provenientes de atividades ilícitas, passíveis de bloqueio pelo banco, por dinheiro livre para utilização. Os perfis costumam oferecer uma lista de possíveis trocas ao usuário: se enviar um Pix de R$ 10, recebe R$ 100; ao enviar R$ 500, recebe R$ 5.000.
Pode ser que, após enviar o dinheiro, a pessoa não receba nada em troca. O dinheiro é rapidamente sacado pelos golpistas, impedindo que instituições bancárias, quando contatadas, desfaçam a transferência. Mas há casos em que o prometido se concretiza ao menos por um curto período de tempo.
Erenito Júnior, técnico em TI da JN TELECOM, e especialista em segurança digital, explica que o golpista envia um valor oriundo de crimes (como clonagem de um cartão) e, dada sua origem, tem grande chance de ser confiscado. Em troca, ele recebe da vítima um valor menor, mas que vem de uma conta regular e, portanto, pode ser livremente utilizado. "Muitos dos perfis deixam claro que o dinheiro vem de atividades ilícitas, exibindo informações sobre contas bancárias e cartões sequestrados. Se comprovada, a ciência do cidadão acerca da origem do montante recebido permite sua caracterização como cúmplice do crime", diz o especialista.
O esquema tem um funcionamento simples. No contato inicial, o golpista pergunta à pessoa qual é o pacote desejado, ou seja, quais os valores ela deseja depositar e quais receber. Então, ela é orientada a enviar a quantia para uma determinada conta, que geralmente pertence a laranjas ou foi sequestrada pelo golpista.
Após o envio, pode ser que a pessoa não receba retorno do valor. Caso receba, normalmente o dinheiro é proveniente de contas ou cartões clonados ou sequestrados. Assim, o golpista troca o dinheiro “sujo”, oriundo de atividades ilícitas, por quantias vindas de uma conta bancária regular, depositado de livre e espontânea vontade pela vítima.
Os perfis de golpistas variam. Alguns vendem o esquema como "oportunidade de investimento"; outros se apresentam como forma de "burlar o sistema". Há perfis que explicitam as atividades ilegais que os sustentam; comemoram abertamente sequestros de contas e dizem que o envio é feito a partir de contas de laranjas. Às vezes, também utilizam nomes e logotipos de instituições bancárias como tentativa de demonstrar legitimidade, assim como vídeos de depoimentos e mensagens de supostos "clientes".
Erenito Júnior explica que é comum que a pessoa que enviou dinheiro ao estelionatário, teoricamente vítima do golpe, seja responsabilizada criminalmente. "Se preliminarmente não teve conhecimento, teoricamente a pessoa não seria responsabilizada. Mas em geral, nesse tipo de fraude, a pessoa sabe, porque não existe técnica de dinheiro fácil. Não tem explicação para uma pessoa fazer uma transferência de R$ 50, receber R$ 1.000 de volta e achar que se trata de uma transação normal."
O especialista também alerta para o risco ao compartilhar de dados. "A exposição dos dados pessoais é sempre um risco, porque esses dados podem ser utilizados para a prática de outros golpes ou outras fraudes, como ter os dados utilizados para abertura de contas. Nunca forneça seus dados bancários, pois nem os bancos pendem senha, dígito de verificação do cartão de crédito. É importante proteger seus dados pessoais e não acreditar em perfis que não são institucionais", pontuou o técnico da JN TELECOM.
O que fazer se você cair nesse golpe
Se a pessoa realmente não tinha consciência de que participou de uma fraude, é recomendado entrar em contato com o banco para bloquear o Pix. "Tentar imediatamente, assim que tomou ciência da situação ilícita, entrar em contato com o banco para receber os valores. Mas é muito raro ter efetividade porque provavelmente houve saque dos valores assim que as pessoas receberam do outro lado", diz Erenito Júnior, que afirma que o mais importante é não acreditar em promessa de dinheiro fácil. "Isso não existe, ainda mais em um ambiente atual de dificuldade econômica de muitas pessoas."