Geral
Alunos reclamam de falta de transporte e estrutura do novo prédio da UESPI em Oeiras
Além do transporte, alunos reclamam da falta de estrutura, como a cantina
Por: Da Redação em 09/04/2022 - 08:40
 Por Sheron Weide
Foi inaugurado recentemente em Oeiras (dia 23 de janeiro de 2022) a nova sede do campus Professor Possidônio Queiroz da Universidade Estadual do PiauÃ. A obra já era esperada com muita ansiedade pela comunidade acadêmica que contava com uma estrutura antiga localizada no Centro de cidadee que não oferecia uma estrutura adequada aos estudantes e servidores da instituição.
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Entretanto, a aquisição do novo prédio não foi suficiente para cessar a luta dos alunos. O campus agora está localizado no bairro Parque Leste, distante 3,6 quilômetros do antigo prédio e com uma estimativa média de 45 minutos de caminhada para chegar até lá. Os estudantes reclamam que não há a possibilidade de fazerem este deslocamento tendo em vista que Oeiras não possui transporte coletivo municipal e que a UESPI não deu nenhuma alternativa.
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"É situação insalubre, principalmente para mulheres, pessoas com deficiência e minorias sociais em geral porque é um lugar afastado, com pouca iluminação tornando-se perigoso e suscetÃvel à criminalidade. Nós sentimos a UESPI completamente apática com a situação porque literalmente lavaram as mãos. O diretor em conversa com integrantes do DCE falou que isso não era problema da UESPI e que nós deverÃamos buscar alternativas". O relato é da pedagoga e membro da diretoria do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Campus Professor Possidônio Queiroz, LetÃcia Souza.
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Em virtude da insatisfação do alunado, foi realizada na manhã de hoje (08) uma assembleia geral dos estudantes de maneira virtual. A assembleia contou com a participação de cerca de 100 alunos, entre veteranos e calouros. Por maioria, o DCE aprovou uma semana de mobilização no campus.
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"Decidimos votar por uma semana de paralização e mobilização que seria uma greve, mas em uma semana só e ao final dessa semana de paralização fazer uma nova assembleia geral e decidir se a gente fica ou permanece", explica LetÃcia.
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O que a diretoria diz?Â
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O diretor do campus Professor Possidônio Queiroz, Harlon Homem informou que participou da assembleia e que apoia a causa. "Dou total apoio na condição de diretor e professor efetivo da instituição, é uma luta legÃtima porque a gente sabe a dificuldade que é para os pedestres se locomoverem em Oeiras".
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De acordo com Harlon, desde a chegada do novo prédio o transporte foi uma preocupação da direção e que algumas ações foram tentadas.
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"Nós encaminhamos um ofÃcio ao presidente da câmara de vereadores solicitando uma audiência pública porque o transporte coletivo municipal, que é responsabilidade do municÃpio conforme o artigo 30. Não estamos tratando de transporte escolar para educação superior, é transporte público coletivo municipal. A gente não recebeu ainda resposta dessa audiência pública, até conversei com alguns vereadores sobre isso e foi dito que seria marcada a audiência".
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Outro apelo do diretor foi através da 8ª Gerência Regional de Ensino com os ônibus da rede estadual, mas Harlon disse que legalmente não seria possÃvel porque o transporte é de exclusividade dos alunos de ensino médio.
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"Outra maneira que a gente tentou foi através de transporte alternativo, mas aqui não tem associação de transporte coletivo nem empresa de ônibus. E realmente é inviável o acesso à BR a noite para ir e voltar a pé, mas precisamos encontrar uma solução".
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O diretor ainda afirmou que tentou contato com a governadora Regina Sousa e com o coordenador regional do ProPiauà no território Vale do Canindé, Gilmar Fontes e aguarda respostas.
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Em relação ao transporte, a assessoria da Prefeitura Municipal de Oeiras nos informou que já foi marcada uma reunião com a chefe de gabinete do prefeito Zé Raimundo para a próxima segunda-feira (11) para que seja definida uma data para uma reunião entre o gestor e os alunos.
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Falta da cantina e de estrutura
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 As reclamações não se resumiram apenas à falta de transporte, os uespianos alegam que a inauguração foi precipitada porque a estrutura nova não será capaz de receber os alunos para as aulas presenciais previstas para o próximo dia 18 de abril, isto porque segundo eles, a cantina não funciona e não há nenhuma outra opção de restaurante próximo a UESPI.
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"O projeto da UESPI de Oeiras não dispõe de um restaurante universitário, acredito que nenhum conte. Temos apenas uma lanchonete e não tem ninguém trabalhando lá e não temos notÃcias de quando ela irá funcionar, então é um campus que não tem comida ali nas adjacências porque é um bairro afastado, só tem um posto que fica há 20 minutos de caminhada na BR sem calçada", reclama a estudante LetÃcia.
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Quando perguntado sobre a cantina, Harlon disse que: "em janeiro foi encaminhado para o setor responsável da UESPI um termo de referência para a abertura do edital para a sessão onerosa para o ponto de lanchonete aqui do campus, acabou atrasando, mas o termo de referência já está quase pronto e a gente acredita que próxima semana o edital será lançado e esperar que algum concessionário venha e ocupe a cantina*.
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Outra reclamação pertinente é no que diz respeito à estrutura da instituição. "Não tem mobÃlia suficiente, a UESPI orçou um monte de coisas, mas essas mobÃlias nunca chegaram e tudo que tem lá dentro do campus é coisa velha que retiraram do antigo campus. Não tem ar condicionados suficientes, metade do setor tem e a outra não tem; não tem livros na biblioteca; o auditório é inexistente; não tem laboratórios", pontua LetÃcia.
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O diretor rebate. "As catorze salas de aula estão recebendo ar condicionado; tem carteiras para todas as turmas que irão funcionar no semestre 2021.2, que são sete turmas divididas entre manhã, tarde e noite. As sete salas têm mobÃlia; quadro; pincel; apagador; energia, então as atividades de ensino estão garantidas. Temos internet a cabo no campus inteiro, inclusive com roteadores em alguns pontos. Tem caixa de som, impressora, papel. A mobÃlia da biblioteca ainda está em trâmite, entretanto o empréstimo e devolução de livros irá funcionar e iremos utilizar uma sala para os estudos. O auditório está sem ar condicionado, mas nós ainda estamos num processo de adaptação".Â
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Na próxima semana o DCE deverá publicar o calendário com as atividades de mobilização, a previsão é que tenha manifestações pelas ruas da cidade.
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Fonte: Cidades na Net