Exame de DNA comprova que crianças foram trocagas em maternidade de Goiás

Dois bebês que haviam sido trocados, em Goiás, foram devolvidos às mães biológicas na segunda-feira (3). O encontro das duas mães e das duas crianças foi marcado por muita dor e emoção.

A vendedora Keila Fagundes relutou em entregar a criança que, durante um ano, pensou ser seu filho verdadeiro. Mas a dona de casa Elaine Gomes Pires, que criou outro bebê em uma cidade vizinha de Goiânia, queria voltar para casa com o filho biológico. “Eu preferi em benefício das crianças, porque, quanto mais cedo acontecer essa troca, melhor para eles se adaptarem”, disse Elaine.

Só depois de muita conversa, elas chegaram a um acordo e os bebês foram destrocados diante do juiz da Infância e Juventude.As duas se emocionaram.

A troca foi confirmada por exames de DNA. Segundo a polícia, a confusão aconteceu em um hospital de Goiânia, onde os meninos nasceram, em março do ano passado.

As duas famílias sofreram quando receberam o resultado das análises. “Eu choro o dia todo, a noite toda. Para mim, a criança que estava comigo até hoje era o meu filho. Ele até tem a aparência das minhas meninas. Nunca desconfiei, jamais. Jamais desconfiei que um hospital pudesse cometer um erro como esse. Aliás, segundo erro, porque não foi a primeira vez”, lembra Elaine.

Os antigos registros de nascimento foram anulados pelo juiz. As famílias já podem tirar novas certidões e, se quiserem, podem até mudar os nomes das crianças.

O momento de transição será acompanhado pelo Juizado da Infância e Juventude. Para os psicólogos, as duas famílias vão precisar de ajuda para superar esse período. As dificuldades podem ser ainda maiores para mães e filhos.

“A mãe tanto pode rejeitar a criança inicialmente, quanto a criança rejeitar aquele ambiente novo. Por isso, há a necessidade do acompanhamento, para que se faça essa adaptação dessas pessoas nos novos ambientes familiares. É a criação de novos vínculos, como acontece na relação entre pais e filhos”, disse a psicóloga Eliane Beppo de Oliveira.

Três enfermeiras que estavam de plantão no dia da troca podem ser indiciadas. Uma delas já responde a inquérito sobre a troca de outros dois bebês, no mesmo hospital.