
Pai de Whindersson Nunes diz que filho está bem e detalha seu estado atual
10/03/2025 - 17:01Humorista se internou voluntariamente em uma clÃnica psiquiátrica em São Paulo
Os vilões sempre tiveram função importante dentro dos folhetins. São eles que conduzem a trama e atrapalham o desfecho apaixonado do casal de protagonistas. No entanto, telenovelas recentes têm mostrado que o principal antagonista pode ir além da simples crueldade ou do drama exagerado. Os desfechos para quem pratica vilanias podem até ser sempre os mesmos: redenção, morte, prisão ou loucura. Mas a repercussão de tipos maquiavélicos junto ao público acaba levando os autores a abusarem da criatividade entre uma maldade e outra.
"O público se identifica com o vilão porque ele tem coragem de ir lá e fazer o que todo mundo gostaria. Existe um lado vil em cada um e nem por isso as pessoas agem de forma agressiva o tempo todo. Então, é possível ser engraçado, espirituoso e cometer atrocidades. Sempre coloquei ambiguidades nos vilões das minhas tramas", confessa Walcyr Carrasco, autor de Amor à Vida.
Inicialmente, parecia que o principal vilão da atual novela das 21h seria o afetado Félix (Mateus Solano). No entanto, no decorrer dos capítulos fica evidente que o personagem é apenas um subproduto de César (Antonio Fagundes), o pai que nunca lhe deu a devida atenção e mente por trás dos maiores segredos da trama. "Juro que eu não sabia que meu personagem seria tão do mal e tão do bem ao mesmo tempo. É um homem hipócrita, que sempre se justifica em seu moralismo", analisou Fagundes.
A impressão que se tem é que parece que existe um vilão para puro entretenimento, já que coube a Félix os momentos mais engraçados da trama, com direito até a bordões repetidos exaustivamente – como "eu salguei a santa ceia". E, enquanto isso, paralelamente, um outro vilão, mais sisudo, faz a trama acontecer.
A tática do vilão substituto de Amor à Vida acontece em muitas novelas. E, recentemente, foi uma das alternativas para Avenida Brasil. Na trama, Carminha (Adriana Esteves), concentrou a novela em torno de suas maldades para depois justificá-las com histórias traumáticas de infância, tudo por conta da cabeça diabólica de seu pai, Santiago (Juca de Oliveira). "Me surpreendi com a repercussão. Ela fazia coisas horríveis e foi abraçada pela massa. Carminha era fruto de seus traumas e era muito divertida, acho que foi isso que a aproximou do público", opinou Adriana.
O mesmo esquema de dois vilões a serviço da trama ocorrerá em Joia Rara, próxima novela das 18h da TV Globo. Na trama de Thelma Guedes e Duca Rachid, o malvado Ernest (José de Abreu) é o vilão por trás das maldades de seu filho bastardo, Manfred (Carmo Dalla Vecchia), cuja maior ambição sempre foi conquistar o carinho do pai.
Segundo Duca, a alta popularidade dos que praticam a maldade dentro das tramas depende da humanização e da construção dos atores para terem o efeito desejado. "Ninguém é tão monocromático. Todo mundo se divide entre maldades e bondades. E é por isso que os vilões não são mais tão odiados como antigamente", acredita Duca.
Na contramão de vilões ambíguos e com posturas que refletem seus traumas, o remake de Dona Xepa, da TV Record, reflete bem a função mais tradicional deste tipo de personagem dentro da trama. Rosália (Thais Fersoza) tem sua maldade justificada apenas por sua ambição. Com poucas nuances, ela faz de tudo para ter o que quer. "Rosália é do tipo que não se arrepende. É a primeira vez que encarno alguém tão má e estou adorando. A vilania é excelente para a atuação, basta encontrar um caminho crível para isso", explica Fersoza.