Geral
Festa do Divino: Família Rêgo fala sobre emoção de receber a imagem em casa
Por: Da Redação em 08/06/2011 - 23:48
No próximo dia 12 a Igreja Católica celebra o Domingo de Pentecoste, data que em Oeiras é coroada pela Festa do Divino Espírito Santo. Na ocasião, um vermelho encarnado toma conta da cidade, centenas de fiéis celebram e professam sua Fé pelo Divino.
É este o grande dia da passagem da imagem do Divino de uma família para outra. A partir de então, os novos agraciados pela visita da imagem – por um ano – devem zelar e oferecer sua residência como santuário de orações para toda a comunidade.
Para entender melhor os sentimentos e sensações de quem recebe a imagem em casa, o Mural da Vila foi ouvir a família Rêgo, que por mais de uma vez foi contemplada com a visita do ‘Divino’ em sua casa.
Acolhida do Espírito Santo
“Uma alegria que as palavras são incapazes de definir”. Foi assim que a professora Socorro Brandão definiu a emoção que sentiu quando soube que a sua neta, Maria Caroline de Carvalho, havia sido sorteada para receber a imagem do Divino Espírito Santo.

A professora conta que no ano passado, quando recebeu o Divino pela segunda vez, ela e o marido - o historiador Francisco Rêgo, conhecido por Chico Rêgo - não foram à missa. Eles haviam decidido que naquele ano não colocariam o nome de nenhum membro da família no sorteio, que decidiria qual família receberia o Divino. No entanto, Chico Rêgo, sem que a esposa soubesse, resolveu colocar o nome da sua neta. “Ao chegar à secretaria paroquial senti no coração que deveria inscrever a minha neta. Fui o último a fazer a inscrição”, lembra o historiador, contando ainda que sempre acreditou que a família seria contemplada.
Casa transformada
O casal faz questão de ressaltar que o período em que o Divino está em sua residência foi um ano de muitas bênçãos. “É muito gratificante ter a nossa casa transformada em Santuário, e receber os fiéis que vêm agradecer, pedir, orar, cantar e chorar. A presença do Divino em nosso lar, nunca tirou a nossa privacidade, e nossas portas sempre estiveram abertas a todas as pessoas. Todas entram sem pedir licença. E à noite, quando fechamos às portas, nos sentimos seguros e protegidos”, comenta Socorro Brandão.
Chico Rêgo lembra que sempre é emocionante ver as pessoas e os grupos de oração que frequentam o santuário. Ele ressalta que esses grupos intercedem por todas as pessoas - políticos, ricos, pobres, padres, pastores, doentes, drogados. “Eles não esquecem ninguém, rezam por toda a humanidade”, diz o historiador, completando que pedidos deixados sobre o altar são lembrados pelos grupos de oração e pelas pessoas que frequentam o santuário".
Marcas Divinas
Questionado sobre momentos inesquecíveis acontecidos durante o período que o Divino permaneceu em sua residência, Chico Rêgo lembra, emocionado, de uma família de São Luís (MA), que tinha um filho doente, que precisava realizar uma cirurgia de alto risco em São Paulo. Antes da cirurgia, o pai da criança, ligou para o historiador, perguntando se vindo a Oeiras a criança poderia tocar na imagem do Divino.
“No dia da missa de Pentecostes, durante o trajeto de saída da igreja, um homem com uma criança nos braços tocou no meu ombro. Eu nem sabia de quem se tratava, mas pus a imagem na cabeça da criança que ele trazia. Dias depois, voltando ao médico, constatou-se a cura desta criança”, relata Chico Rêgo.
Socorro Rêgo também revelou ao Mural da Vila os momentos emocionantes que viveu durante as visitas missionárias da imagem do Divino, momento em que foram sorteadas famílias carentes nos bairros da periferia de Oeiras. Ela cita, em especial, uma senhora que mora no bairro Pedreira, num local de difícil acesso, mas que esperava com alegria receber o Divino em sua casa. Ao chegar ao local, encontraram uma mesa simples e uma bacia com água.
“Esses momentos foram de profunda emoção e que me fizeram crescer pessoal e espiritualmente, me proporcionando ainda mais a valorização da vida”, destaca a professora.

Família motivada pela Fé
Após um ano com a residência transformada em santuário, tendo sempre por perto a Imagem do Paráclito, deixando as portas abertas das 06h às 21h, o casal, que por mais de uma vez recebeu o ‘Divino’, agora fala de saudades: “Voltar da igreja e encontrar a casa vazia é o momento mais triste”, desabafam.
Conhecido por manter as tradições religiosas e culturais de Oeiras e pelo envolvimento com a organização das festas religiosas da cidade, Chico Rêgo é categórico: “Somos de uma família religiosa e tudo o que fazemos, é motivado pela fé".
Reportagem: Lameck Valentim
Edição: Jadson Osório