Prefeitura inaugura Ponto de Atendimento de Saúde no Mocambo, zona rural de Oeiras
12/09/2024 - 17:42O espaço recebe o nome de João Silvestre da Costa, figura respeitada e admirada por toda a comunidade.
Nos últimos dez anos, o número de pacientes à espera de um transplante de córnea no Brasil aumentou quase três vezes, saltando de 10.734 em 2014 para 28.937 em junho de 2024. As regiões de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais estão na liderança dessa lista, com aproximadamente 12,5 mil pacientes aguardando o procedimento. Esses dados foram apresentados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) em nota divulgada nesta segunda-feira (2).
Segundo a avaliação do CBO, a pandemia de covid-19 teve um impacto significativo nos procedimentos eletivos, o que contribuiu para o aumento da fila de espera. O crescimento mais acentuado foi observado em 2020, quando o número de pessoas na lista subiu de 12.212, em 2019, para 16.337, representando uma elevação de 33%. Nos anos seguintes, esse quadro se agravou, com a fila registrando 20.134 em 2021, 23.946 em 2022 e 26.905 em 2023. Os números incluem pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela rede privada.
A interrupção de cirurgias eletivas durante a pandemia, a baixa disponibilidade de doadores e a necessidade de melhorias na gestão de transplantes foram identificados como os principais fatores que aumentaram a fila de espera. De 2014 a junho de 2024, um total de 146.534 pacientes passaram por transplantes de córnea no Brasil, com a Região Sudeste sendo a mais afetada. São Paulo, em particular, viu um crescimento significativo na fila, que passou de 2.835 pacientes em 2019 para 4.587 em 2023.
No Rio de Janeiro, a fila quase dobrou entre 2021, com 2.898 pacientes, e 2023, alcançando 4.274. O Rio Grande do Sul e Pernambuco também apresentaram um aumento considerável nas listas de espera. Enquanto isso, estados como Ceará e Amazonas notaram quedas significativas de 67% e 77%, respectivamente, durante o mesmo perÃodo. Dados do Amapá e Roraima não foram registrados durante essa análise.
O tempo médio de espera para realização dos transplantes no Brasil é de 194 dias, ou pouco mais de seis meses. O Maranhão e o Pará lideram o ranking com os maiores tempos de espera, ambos em cerca de 19 meses. Em contrapartida, estados como Ceará, com 63 dias, Paraná, com 119 dias, e Pernambuco, com 121 dias, apresentam tempos de espera muito menores. O CBO destaca que algumas distorções na assistência provocam filas em que pacientes esperam anos para serem atendidos, com casos extremos de espera chegando a 190 meses, ou seja, 16 anos.
Para que a fila de espera por transplantes de córnea seja eliminada, o CBO estima que seria necessário praticamente dobrar a capacidade anual de transplantes. No ano anterior, foram realizados 16.027 transplantes, um número expressivo, mas ainda insuficiente para atender à demanda crescente. Neste ano, até junho, foram contabilizados 8.218 transplantes, com quase 3 mil realizados em São Paulo.
Atualmente, o Brasil conta com 651 equipes treinadas para a realização de transplantes de córnea, distribuÃdas em 429 serviços habilitados. Apesar de todos os estados brasileiros dispondo de equipes capacitadas, a maioria dos especialistas se concentra nas regiões Sudeste e Sul. São Paulo detém 210 equipes transplantadoras, seguido por Minas Gerais com 72, Rio de Janeiro com 65 e EspÃrito Santo com 31.
Ainda que a capacidade operacional tenha aumentado e o volume de transplantes cresça, o CBO alerta que a demanda permanece superior à oferta. A entidade ressalta a necessidade de uma distribuição equitativa dos recursos, especialmente em regiões com menos infraestrutura de saúde ocular. Medidas coordenadas entre o governo e organizações de saúde se tornam essenciais para melhorar os serviços de transplante de córnea no Brasil.
Além disso, o CBO enfatiza a importância de aumentar a conscientização sobre a doação de órgãos e investir na infraestrutura dos bancos de olhos em todo o paÃs. Campanhas educativas focadas nesse tema são fundamentais, assim como melhorias no sistema de captação e distribuição de córneas, para reverter essa tendência preocupante.
Essas questões serão temas de discussão durante a 68ª edição do Congresso Brasileiro de Oftalmologia, promovido pelo CBO, que ocorrerá entre os dias 4 e 7 de setembro em BrasÃlia.