Gelo na pista e quase levo um tombo

Dia 18 – 19/11

O frio continua sendo a maior dificuldade da nossa viagem, hoje não foi diferente. Já saímos de Bariloche debaixo de chuva e 6 graus. À medida que avançávamos pela bonita estrada que nos levaria a Esquel a temperatura baixou a 2 graus e tivemos até gelo na pista, por pouco não levei um tombo. Atualmente minha indumentária para me proteger do frio conta com 16 peças de roupa e se tivesse espaço para mais seria bem vinda. Quando paramos em El Bolson para tomarmos café e nos aquecermos um pouco nós tivemos uma conversa sobre nossas limitações físicas e ficou acertado que iríamos até onde o limite de um dos dois fosse atingido, nesse instante Rochinha fez um comentário: “Só um maluco como tu vem a lugar desse e depois volta”. Apesar de uma estrada bela nenhuma foto foi registrada por absoluta falta de condições de parar. Depois de Esquel o sol deu as caras e a temperatura ficou mais agradável. Entramos na região produtora de petróleo da Argentina e ficamos admirados com a quantidade de cavalos mecânicos extraindo óleo ininterruptamente. Rodamos mais de 900km e às 18h estávamos em Caleta Olivia.

Dia 19 – 20/11

Essa viagem está servindo para que eu seja apresentado a algumas dificuldades comuns a quem viaja por aqui, mas que na minha viagem com o Domingos ficaram me devendo. O frio já está até íntimo, para falar a verdade, até demais. Hoje, depois de um dia que amanheceu com sol, tudo parecia que ia ser só alegria e estrada para percorrer, e foi, até o momento em que começou a chover, já em direção a El Calafate. O frio voltou, a temperatura novamente bateu os 2 graus e o vento patagônico apareceu com toda força. Durante mais de duas horas nós lutamos para manter as motos em pé e andando. Não vou descrever detalhes porque além de não conseguir ser fiel ainda poderia parecer exagerado, mas daqui em diante quando falarem de vento por estas bandas eu saberei do que estão falando. O Rochinha me surpreende, além de ser um grande parceiro de viagem tem suportado e enfrentado as dificuldades sem reclamar ou esmorecer. Dentro das suas limitações de pouca experiência tem cumprido todas as exigências da viagem, mesmo que às vezes, em um ritmo mais lento. Rodamos novamente mais de 900km e hoje cruzamos com muitos motociclistas pela estrada, a maioria em grupos e todos já voltando de Ushuaia. Não pensem que essas dificuldades no desanimam, muito pelo contrário, elas tornam os nossos objetivos mais valorizados e por falar nisso amanhã nossos olhos serão presenteados com a beleza do Glaciar Perito Moreno.

Dia 20 – 21/11

“Depois da tempestade vem a bonança”. É isto mesmo meus amigos, hoje foi um dia de muita alegria, emoção e beleza. Das nove da manhã às sete da noite estivemos frente a frente e sobre o Glaciar Perito Moreno, uma obra prima da natureza que nenhuma palavra escrita ou falada, fotografia ou até mesmo imagens podem transmitir a alguém a verdadeira noção da beleza real e encanto deste espetáculo que Deus plantou aqui na Patagônia Argentina. Como eu disse palavras são inúteis portanto entendam um pouquinho do que estou falando com as fotos, podem até deixar o queixo cair mas por favor não babem. Amanhã cedo partimos com destino a Punta Arenas e Ushuaia, e como vão ser dias cansativos e de muita viagem só volto ao ar quando estiver no “Fin Del Mundo”. Um grande abraço a todos e que Deus nos proteja.