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As atrizes Rosa Maria Murtinho e Nathalia Timberg dividem o palco do espetáculo "Sopros de vida", que será apresentado em Teresina nos dias 22 e 23 de maio, no Theatro 4 de setembro. O texto da peça é assinado por David Hare, enquanto a direção fica por conta de Naum Alves de Souza.
No encontro de duas mulheres, que durante suas vidas, partilharam um mesmo homem, marido de uma, amante de outra, é traçado o retrato de cada uma, a partir deste afeto comum. A dramaturgia realista de linhas cuidadosamente definidas não permite que nada fique fora do lugar.
Neste exemplar de boa técnica do playwriting pretende-se apenas a correta escrita dramática como expressão técnica. David Hare, ao colocar frente a frente essas duas mulheres, acrescenta ainda um elemento tão caro ao estilo: oferecer papéis para o brilho de atrizes. Neste formato tão próprio da dramaturgia anglo-saxã, cabem no traslado para o palco brasileiro, os mesmos propósitos e igual intenção, mas nem sempre se consegue recriar a geografia humana e os contornos sociais com sotaque próprio.
Em Sopros de vida, o esboço das personagens está por demais referenciados ao seu ambiente cultural e a peculiaridades da vida inglesa. A tradução de Nathalia Timberg e Naum Alves de Souza procurou, com eficácia, corresponder a todas as referências originais. Consegue até diferenciar modos de falar, sem perder a fluência na transcrição. O diretor Naum Alves de Souza desenhou a montagem a partir dos meios propostos pelo autor, marcando o contexto inglês e aproximando a interpretação das atrizes do naturalismo.
Desta forma, ele busca integrar as caracterÃsticas determi-nantes do texto a atuações mais próximas a sensibilidade do intérprete nacional. No cenário, de Celina Richers, procura-se manter a caracterÃstica de uma casa em ilha no Sul da Inglaterra, enquanto os figurinos de Beth Filipecki seguem o perfil das personagens.
Com iluminação correta de Wilson Reiz e música de Edgar Duvivier, oportuna em raros momentos, Sopros de vida vive, basicamente, da presença da dupla de atrizes. Rosamaria Mur-tinho, como a esposa em visita à amante do marido, se põe no lugar meio encoberto em que Frances viveu, para, antes de ser a deflagradora da ação, ser um abafado vulcão de sentimentos. A atriz conduz com economia de gestos e de intensidades esses movimentos interiores.
Nathalia Timberg projeta a medida das reações que a visitante lhe provoca, além de dar um tom evocativo à consciência da passagem do tempo, sustentando os impulsos vitais da personagem, que resulta numa interpretação nuançada e vigorosa. As apresentações estão marcadas para as 21 horas (no dia 22) e às 20 horas (no dia 23).