
Anuário aponta aumento de 30% em acidentes com motoristas sem CNH com 73 mortes no PiauÃ
08/02/2025 - 09:20O levantamento também mostra que 433 pessoas sofreram algum tipo de lesão, representando um aumento de 43,85% referente ao ano anterior.
Da Redação Mural da Vila
Após denunciar irregularidades no processo de vacinação nas comunidades quilombolas em São João da Varjota, o líder Jorson Luiz foi alvo de ofensas racistas.
Jorson Luiz, líder da comunidade quilombola Potes, na zona rural de São João da Varjota, denunciou que durante o processo de aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid 19, a Prefeitura de São João da Varjota não atualizou os dados da comunidade, vacinando pessoas que não fazem mais parte do quilombo.
De acordo com o líder quilombola, a Secretaria de Saúde de São João da Varjota não procurou atualizar os dados e sequer procurou os líderes comunitários para obter informações sobre as pessoas que constavam na lista utilizada por eles. Segundo ele, os profissionais chegaram à comunidade, sem respeitar a instituição de rege às comunidades quilombolas no Piauí, sem ouvir a associação local e vacinando aqueles que constavam na lista elaborada por eles em que muitos não fazem mais parte da comunidade quilombola e disseram que vacinariam todos que constavam na lista e que as recomendações da CONAQ (Coordenação Nacional de Articulaculação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas), como a opinião da liderança da comunidade não seriam respeitadas.
“Eles vão fazer o que bem entendem, por que são funcionários do município, da Prefeitura de São João da Varjota, um município que não respeita as minorias, que não respeita as quatro comunidades quilombolas que estão em seu territóri. Estou aqui não apenas para relatar o que aconteceu, mas para cobrar respeito desse município com as comunidades quilombolas”, disse em vídeo Jorson Luiz, afirmando que a associação vai entrar com uma ação no Ministério Público contra o município de São João da Varjota.
Após o vídeo de Jorson Luiz ter sido publicado, o líder quilombola foi alvo de racismo, que segundo Líria Maria, que é membro da comunidade quilombola Potes, e coordenadora municipal do Movimento dos Pequenos Agricultores, partiu de integrantes da administração municipal. Na montagem racista, o líder é chamado de “apresentado”, “bicho nojento” “eu não dou um galego ladrão em 10 negros formados”, dentre outras ofensas racistas.
“Eles não gostaram pelo fato de termos feito a denúncia ao Ministério Público sobre esse “fura fila” que aconteceu aqui nas nossas comunidades quilombolas, e usando um meme da internet, pegaram a imagem do Jorson e fizeram uma montagem racista. Repudiamos essa atitude criminosa, que ofende todos os negros e negras do município de São João da Varjota”, diz Líria Maria.
Após a repercussão do vídeo, a Secretaria de Saúde de São João da Varjota emitiu uma nota de esclarecimento em que afirma que foi seguida a orientação do Plano Nacional e Municipal de Imunização. A nota não esclarece sobre o fato de pessoas que moram fora da comunidade terem sido vacinadas.
O Coletivo Negros e Negras de Oeiras emitiu uma nota de repúdio em que se solidariza com todos os negros e negras de São João da Varjota ao tempo em que pede ao Ministério Público uma apuração dos fatos e a punição dos responsáveis.
Clique nos links abaixo e veja os vídeos:
DENÚNCIA DO LÍDER QUILOMBOLA
OFENSAS RACISTAS