
Falece em Oeiras, Maria de Souza Feitosa aos 83 anos
01/05/2025 - 07:33Matriarca da família Feitosa enfrentava uma doença pulmonar e deixou filhos, netos e bisnetos
Para fugir das regras que entraram em vigor em janeiro deste ano, milhares de pessoas iniciaram ainda no final do ano passado uma correria para tirar a primeira CNH (Carteira Nacional de Habilitação). De acordo com os dados do Detran-PI (Departamento Nacional de Trânsito do Piauí) mais de 14 mil usuários abriram processo para tirar a documentação em dezembro do ano passado. Com a correria dos futuros novos condutores, auto-escolas e o Detran ficaram sobrecarregados.
Para se ter uma idéia, na última sexta-feira, mais de 70 usuários, divididos em duas filas esperavam para fazer o teste da baliza, no Espaço David Solano (Cidade Detran). O serviço funciona das 8h às 13h e a informação é que usuários do dia anterior teriam prioridade e que provavelmente os candidatos que não realizassem o teste naquele dia teriam a prova remarcada para hoje.
O vendedor Cléber de Sousa Lúcio, 27 anos, esperava para fazer a baliza. Com o processo prestes a completar um ano, ele disse que a maneira com que os serviços no Detran funcionam dão pouca agilidade ao processo. “Provavelmente eu não faça hoje o teste e daí? Vou ficar para terça-feira. Isso atrapalha, porque tem os gasto com o tempo e ainda os custos financeiros”, disse.
O instrutor Antonio Pereira, diz que a situação se arrasta desde o anúncio da nova resolução. “O Detran não tem um número suficiente de examinadores e por isso há essa fila longa de carros todos os dias. Talvez se funcionassem em dois turnos, daria para atender melhor a nova demanda de usuários”, avaliou o instrutor.
Os Centros de Formação de Condutores também registraram um aumento de alunos em busca da Carteira de Habilitação. De acordo com Wallace Leal, gerente operacional de uma auto-escola em Teresina, a média mensal de 40 matrículas, passou para 400 com o anúncio das novas regras. “Isso acabou acarretando a estrutura de muitos centros de formação e conseqüentemente os serviços no Detran”, disse.
Com a Resolução 285 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a carga horária de aulas teóricas passa de 30 para 45 horas. Além da legislação de trânsito, noções de primeiros socorros e direção defensiva, os candidatos terão aulas de noções de proteção ao meio ambiente e convívio social no trânsito. A carga horária das aulas práticas passa de 15 para 20 horas. Haverá aulas com ênfase em situação de risco, como ultrapassagem, obstáculos na pista, cruzamentos e curvas. Motociclistas terão curso teórico em via pública. Segundo estimativas das auto-escolas, os preços, que atualmente saem por aproximadamente R$ 100, devem ter acréscimo de até R$ 200.
Número de exames cresceu 72% com novos usuários
A correria pela primeira habilitação fez o número de exames práticos subir de uma média diária de 180 para 250 testes por dia. De acordo com o diretor de habilitação do Detran-PI, Walter Oliveira, a média mensal de habilitações subiu de 7.500 para 12 mil nos últimos meses. Segundo ele o anúncio das novas regras provocou o aumento na demanda de usuários e acabou acarretando o órgão.
“Num primeiro momento a correria foram nos postos do Detran e em seguida nas clínicas para a realização dos exames médicos. Com isso ampliamos nosso horário de atendimento para as 18 horas ainda colocamos o Espaço David Solano para a realização das provas teóricas. No entanto ainda não estamos funcionando como deveríamos para atender toda essa demanda”, explicou Walter Oliveira.
Em relação a grande quantidade de usuários que esperam diariamente para realizarem o teste da baliza, o diretor de habilitação do Detran-PI disse ainda que o número de examinadores foi ampliado em cinco, ficando um quadro de 47 profissionais. “Já estamos atuando na nossa capacidade, porque temos que cumprir um teto salarial. Estes funcionários ainda cumprem uma carga horária nos finais de semana em 40 cidades do interior do Estado, eles trabalham sem folga e não temos como colocar as bancas examinadoras em dois turnos, porque se tornaria bastante cansativo”, disse.
O diretor acredita que em 2010 a demanda será menor, já que os processos abertos no final do ano passado já estarão dentro do prazo de vencimento. “Outra correria é quando um processo está prestes a vencer. Nós fazemos de tudo para agendar a prova do candidato para que ele não perca o prazo do processo”, disse ainda Walter Oliveira.
Diário do Povo