Muita emoção na missa de sétimo dia do cantor Edimar Bringeo

Uma música feita de acordes em tom menor, que refletem tristeza e saudade. Assim definem amigos do mundo da música piauiense, que perde Edimar Bringeo.

A missa de sétimo dia foi marcada pelo choro e pela lembrança da contribuição que ele deu, a fim de representar a música do Piauí. Junto aos cantos na Igreja de São José Operário, no bairro São José, em Picos, dor, misturada à esperança de que a Paz prevaleça, deram o andamento da missa, que começou às 19h.

Celebrada pelo padre Adauto, a cerimônia contou com os pais de Edimar Antônio de Sousa, de 46 anos, além dos demais familiares e amigos do mundo da música. Com a igreja lotada, as principais palavras do pároco foram de conforto. "O mundo precisa de Paz. É o que desejo para os pais de Edimar Bringeo, pois só quem perdeu um filho é que sabe o que eles estão sentindo.

Beatriz, afilhada, da irmão de Edimar Bringeo, retrata bem o que a família sente. "Dor, muita dor. Estamos apenas aguardando os resultados das investigações, pois o que sabemos é somente polo que a imprensa fala", comenta a jovem com a camisa estampando o retrato de Edimar, tendo o dizer "Só DEUS cala a minha voz", escrito atrás.

MÚSICOS DE PICOS LAMENTAM

Natural de Bocaina, região de Picos, Edimar Bringeo conquistou o respeito e a admiração de muitos no ramo da música, não só no entorno de Picos, mas em todo o Piauí em fora também.

Durante o momento de homenagens, o jornalista Ivo Farias, que trabalha na rádio Cultura de Picos, relembrou, quando em meados dos anos 90, em Jaicós deu o nome artístico de “Edimar Bringeo”, ao desconhecido Edimar Antônio de Sousa, que na época, cantava no grupo Sambatuque Show. A partir dali, o seresteiro tornou-se cantor profissional em 1994, ao viajar para São Paulo e gravar o primeiro CD pela gravadora Gema, já como Edimar Bringeo, vindo a gravar depois outro CD, dessa vez pela gravadora Ação Tropical.

Chaguinha, músico de Picos, também se emocionou, ao lembrar da convivência artística e pessoal com Edimar Bringeo. Durante a homenagem, comandou, junto a outros cantores da região, a música “Saudade da macambira”, umas das preferidas de Edimar. “Uma semana atrás, na terça-feira passada, estive com Edimar, conversando com ele na porta da minha casa e, aquela conversa, acabou sendo a despedida”, comenta o cantor.

Para o radialista Wilson Mendes, uma lacuna ficou na música piauiense com a partida de Edimar Bringeo. “Somente ele fazia aquele estilo que o consagrou: o brega romântico. Atualmente não há pessoa alguma para dar prosseguimento à forma que Edimar Bringeo atuava”, conclui o Wilson.

Francisco Luz, cantor de forró, nascido e criado em Picos, lamenta a morte do cantor. “Ano passado nos apresentamos na prainha, aqui em Picos. Ele era um artista com a voz conhecida, inconfundível. A morte dele é uma perda irreparável e vai ser difícil alguém substituí-lo”, pondera, o artista picoense.