
Em entrevista, Emanuel Vital fala sobre o Dia da Consciência Negra e o legado de ‘’Negras e Negros do Rosário’’
19/11/2024 - 19:48Emanuel Vital é professor, jornalista, ambientalista e negro do Rosário.
 Visando proporcionar aos oeirenses um maior conhecimento daqueles que concorrem ao cargo de Conselheiro Tutelar, o Mural da Vila fará uma série de entrevistas com todos os candidatos.
As eleições para a composição do Conselho Tutelar de Oeiras acontece no dia 06 de outubro. O processo de escolha ocorrerá mediante voto direto, de forma facultativa e secreto dos eleitores do municÃpio. Poderão participar da escolha as pessoas maiores de 16 (dezesseis) anos que possuam tÃtulo de eleitor inscrito em sua respectiva região administrativa.
Na série de entrevistas, as perguntas serão exatamente as mesmas para todos os candidatos, primando pelo princÃpio da isonomia.
Conheça a candidata Arlene Meneses. Confira!
1- GostarÃamos que você fizesse a sua apresentação, contando um pouco da sua história e formação.
Meu nome é Arlene de Meneses Rocha Miranda, tenho 38 anos, casada com Assis Miranda, mãe de dois adolescentes, Arley e Maria LuÃsa. Sou graduada em Serviço Social pela Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza – FAMETRO, com aperfeiçoamento em Educação, Pobreza e Desigualdade Social pela Universidade Federal do PiauÃ-UFPI. Realizei projetos sociais voltados para a proteção de crianças e adolescentes em Fortaleza-Ce e trabalhei no SINE/IDT, órgão do Estado de Ceará, no qual fazia levantamento estatÃstico para mensurar o emprego e o desemprego naquele estado.
2-Porque decidiu disputar uma vaga no Conselho Tutelar de Oeiras?
Primeiramente porque tenho qualificação profissional para o cargo, então já é algo próximo da minha área de atuação, me sinto muito a vontade e preparada para desempenhar essa função com todos os requisitos e profissionalismo que ela exige. Sabemos que é um trabalho muito delicado, pois estaremos tratando com vidas de pessoas em formação intelectual, cognitiva e social. Portanto, a minha luta será essa, a busca pela garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes de nosso municÃpio.
3-Qual é a sua proposta central para caso seja eleito (a)?
Como é um trabalho de fazer cumprir o que preconiza o ECA, a minha meta será sempre estabelecer caminhos e soluções em total acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Proponho encontrarmos meios de resgatar jovens que estejam fora da escola, pois tenho um projeto com esse foco, contribuir com erradicação da exploração do trabalho infantil, da exploração sexual e procurar estar atenta a toda e qualquer situação de violação de direitos de crianças e adolescentes na nossa cidade e regiões.
4-Como tem sido a divulgação e campanha para conseguir votos na comunidade oeirense?
Comecei a divulgação de uma forma muito simples pelas redes sociais e informando aos meus familiares e amigos sobre a candidatura. Logo em seguida todos manifestaram apoio e começamos a divulgar minhas propostas e tudo que está relacionado ao pleito eleitoral. Nosso objetivo é sensibilizar uma boa parcela da nossa população para que todos nos conheçam e nos ajude sendo parceiros do Conselho Tutelar de Oeiras.
5-Já fez parte de algum projeto voltado aos direitos da Criança e do Adolescente antes de concorrer ao pleito?
Já trabalhei um ano no CRAS Quintino Cunha, Fortaleza CE, como estagiária do Serviço Social, nos programas de convivência e vÃnculos familiares e no Bolsa FamÃlia, no qual fazÃamos acompanhamentos das famÃlias que estavam em descumprimento com as condicionalidades do programa. Foi a partir dessa demanda que realizei um projeto de intervenção voltado para os adolescentes que estavam descumprindo as condicionalidades na educação, pois havia uma grande evasão escolar por parte dos mesmos. Nesse projeto buscamos resgatá-los trabalhando todas as questões que os faziam se evadirem do sistema de ensino. Fiz um outro projeto na área do combate a exploração sexual de crianças e adolescentes também lá em Fortaleza. Foram intervenções que me deram um olhar bem crÃtico e que me motivou a lutar ainda mais pela proteção desse público que infelizmente aqui no Brasil, nós enquanto sociedade não voltamos o nosso olhar com mais interesse e preocupação, achamos que é sempre um problema dos outros e não nosso. O discurso está sempre no senso comum de que nada surte efeito, mas não é assim que trabalho, minha perspectiva é de que boas polÃticas públicas e uma rede de proteção bem alinhada podem e fazem diferença na vida de muitos. Trazendo o bem-estar social que tanto queremos.
6-Em sua opinião, quais os maiores agravantes para o não cumprimento das leis do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e, quais medidas devem ser tomadas diante dos agravantes?
A falta de entendimento por parte da sociedade de que a lei não é necessária, para mim é um sério problema. Acredita-se em meios conservadores e arcaicos para se educar do que simplesmente tratar uma criança e um adolescente como realmente são, indivÃduos em formação. A partir desse entendimento deve-se aplicar a uma criança e adolescente aquilo que é mais fraterno, o amor. Com isso teremos uma rede de proteção criada por nós mesmos contribuindo para uma boa formação intelectual, cognitiva e social dessas que são o futuro do paÃs.
7- Quais os mais graves problemas das crianças e adolescentes de Oeiras?
Eu percebo que aqui em Oeiras existe um trabalho intenso realizado pelas secretarias de educação e de assistência social voltados a combater práticas de violações de direitos de crianças e adolescentes. Já vi várias ações nesse sentido. Mas infelizmente ainda convivemos com a exploração sexual de crianças e adolescentes, com a exploração do trabalho infantil, altos Ãndices de consumo de entorpecentes por adolescentes, então, esse é um trabalho que não pode parar e o conselho tutelar está junto com a população oeirense para a cada dia diminuir esses Ãndices de violências contra crianças e adolescentes.
8-Porque você é um (a) bom (boa) candidato(a) ao cargo de conselheiro (a) tutelar?
Acredito que sou preparada profissionalmente para o cargo, já realizei projetos voltados a proteger esse público e teve bons resultados, então, agora é dizer aos leitores que me coloco a disposição da nossa população para juntos realizarmos um trabalho humanizado respaldado sempre no que diz a lei e com isso contribuir para uma sociedade melhor e mais justa.
Obrigada!