Entrevistas
ENTREVISTA: Preta Lessa: uma lição de vida e resiliência na luta contra o câncer
Com uma visão única sobre a vida, Preta nos ensina sobre coragem, gratidão e a importância de sermos solidários uns com os outros.
Por: Da Redação em 03/12/2023 - 17:26
 Em uma conversa franca e inspiradora, Preta Mendes Lessa, uma mulher forte e determinada que enfrenta corajosamente os desafios impostos pela batalha contra o câncer. Nesta entrevista, Preta compartilha sua jornada pessoal e profissional, destacando seus valores, sua fé inabalável e a importância da famÃlia em sua vida. Além disso, ela aborda os momentos que desencadearam sua luta contra a doença, a importância do apoio emocional, e suas estratégias para lidar com o estresse e a ansiedade associados ao tratamento.
Preta também fala como mantém sua rotina diária mesmo diante dos desafios do tratamento. Ao longo da entrevista, sua resiliência e otimismo transparecem, oferecendo lições valiosas para todos que enfrentam adversidades. Com uma visão única sobre a vida, Preta nos ensina sobre coragem, gratidão e a importância de sermos solidários uns com os outros. Sua história é um testemunho de força e amor pela vida, uma verdadeira inspiração para todos nós.
Acompanhe essa entrevista emocionante com Preta Lessa, uma fênix que continua a brilhar mesmo diante das tempestades.
Preta, como você se descreveria, destacando seus interesses, paixões e o que a torna única na sua jornada pessoal e profissional?
Eu me descrevo uma pessoa normal, apenas com uma qualidade que nem todo mundo tem, mas que deveriam ter que é aceitar as pessoas como elas são, meu interesse é uma sociedade igual para todos. A minha jornada pessoal e profissional é conseguir realizar um sonho que ainda está no papel, mas que em breve vou conseguir realizar e você já é meu convidado especial.
Sua famÃlia sempre teve um papel central em sua vida. Pode nos falar sobre suas relações familiares e como elas moldaram quem você é hoje?
Fui criada por meus avós maternos, fui muito bem educada por eles, graças a Deus, fui criada dentro da igreja evangélica. Tive que me separar dos meus pais aos dois anos de idade, meu pai foi brutalmente assassinado com três facadas ao sair do bar, em seguida a minha mãe foi embora me deixando aos cuidados dos meus queridos avós. Fui educada nas rédeas curtas, mas nem por isso deixei de fazer minhas traquinagens enquanto criança e adolescente, morei por um bom tempo em BrasÃlia, depois retornei e me casei.
Fale um pouco sobre seu casamento e sua experiência de ser mãe de três rapazes. Como esses aspectos da sua vida têm sido importantes e influenciado quem você é?
Me casei aos 17 anos, com Valdeci Lessa, no dia 08/09/1994. Eu com 17 anos e ele com 37 anos, meu casamento causou um burburinho danado na cidade, as mesmas fofocas de sempre. Eu mesmo sendo muito jovem, já não ligava, sempre vivi minha vida sem me preocupar com terceiros. Tive o meu primeiro filho em 05/05/1994, uma gravidez de gêmeos que infelizmente só sobreviveu um deles, que foi o João Marcos, o outro teve seu momento comigo e partiu, no inÃcio eu não entendia o porquê, mas depois eu consegui entender. (Gravidez prematura, com 8 meses)
Em 1999 tive meu terceiro filho também prematuro com apenas 6 meses e 15 dias, João Victor.
Em 2006 tive meu quarto filho, também prematuro com apenas 7 meses, João Arthur, meu caçula.
Procurei educá-los muito bem e graças ao meu jeito de educar, mesmo sendo um pouco carrasca, deu certo.
Sobre o meu esposo, aconteceu um pouco diferente, eu consegui moldar ele, não como eu queria, até porque não tenho esse direito, mas ele tem tentado viver um pouco mais moderno.
Eles influenciam muito na mãe que eu sou, eles são tudo de melhor que eu tenho.
A fé desempenha um papel importante em sua vida? Qual a importância da fé te na sua vida?
A fé desempenha um papel muito importante, sem fé não somos nada. A minha fé é faz acreditar que eu irei vencer o invencÃvel.
Preta, você pode compartilhar um pouco sobre os momentos que desencadearam sua jornada de enfrentamento do câncer? Como você lidou com o impacto da descoberta da doença?
Sim, posso sim. Antes de receber o diagnóstico já tinha uma certeza bem concreta que não seria algo comum. Quando recebi o diagnóstico eu não me assustei nem fiquei com medo, eu apenas pensei nos meus filhos e no meu esposo, eles sim ficaram muito preocupados. Mas, eu aceitei como uma missão de vida e assim venho enfrentado da melhor forma possÃvel, sempre buscando viver cada dia como se fosse o último. Em fevereiro de 2023 tive que fazer a retirada do baço por causa do tipo de câncer que fazer crescer os órgãos.
Como foram os primeiros dias após o diagnóstico e o inÃcio do tratamento? Quais foram as suas emoções e como você encontrou forças para enfrentar esse desafio?
Os primeiros dias foram um pouco difÃceis para meus filhos e meu esposo, mas eu consegui fazer com que se tornasse mais leve para eles, sendo como eu sou, não me deixo abalar muito fácil.
Eu sempre fui grata por Deus por ter sido generosa comigo, junto comigo sempre tem pessoas piores do que eu e eu sempre procuro ajudar cada uma das minhas colegas de tratamento. A minha força sempre vem de Deus e ele sempre me dá muitas forças para ser como eu sou, mesmo sendo difÃcil ouvir as pessoas dizerem que você não tem problemas de saúde, porque você quer sempre estar bem.
Como o câncer afetou sua vida diária e suas perspectivas de futuro?
O câncer não afetou tanto, mas tive que fazer algumas restrições, a fibromialgia maltrata bastante. Eu continuo com meu sonho no papel na certeza de realizá-lo antes de descer do trem.
Quais foram os maiores desafios emocionais que você enfrenta desde que iniciou essa jornada contra o câncer?
Meus desafios emocionais que mais me afeta foi ter que diminuir um pouco com a frequência que ajudo as pessoas que me procuram, mesmo tomando medicação as vezes, eu respondo pelo celular, mas na hora que consigo andar de moto, vou até as pessoas que precisam.
Muitas pessoas que enfrentam uma doença encontram apoio na famÃlia, amigos e até de desconhecidos. Como as interações com outras pessoas têm influenciado a sua jornada?
A minha famÃlia é o meu maior apoio, mas eh tenho sempre que lembrar que eu sou o alicerce do meu lar e a pedra angular da minha famÃlia. Todos eles me ajudam muito é um ajudando o outro e vamos vivendo.
Quais são as estratégias e métodos que você utiliza para lidar com o estresse e a ansiedade associados ao seu tratamento?
Eu estudo muito sobre a espiritualidade m, faço muitas meditações, muito evangelho no meu lar. É incrÃvel, mas eu penso tanto nos outros e procuro ajudar que não tenho estresse. Todos os dias, sendo eles bons ou ruins eu agradeço a Deus.
Quando você procura lidar de uma maneira com mais aceitação fica mais fácil.
Como você encara o dia a dia, continuando a cumprir seus afazeres diários e seu trabalho como confeiteira, mesmo enfrentando os desafios do tratamento? Quais estratégias ou fontes de inspiração a ajudam a manter sua paixão pela confeitaria e seus compromissos diários?
Eu procuro encarar da melhor maneira possÃvel, quando não estou sendo medicada vivo a minha vida normal, geralmente no dia do tratamento estou em Teresina, mas quando saio do tratamento costumo ir para o shopping, e as vezes levo até uma das meninas comigo. Minha maior inspiração é a minha amiga e melhor confeiteira Dálila; eu procuro o máximo cumprir com os meus compromissos em casa e na confeitaria.
Quais são as coisas que você aprendeu ao longo dessa batalha que você gostaria de compartilhar com outras pessoas que também estão lutando contra alguma enfermidade?
Eu aprendi que ninguém é melhor do que ninguém, você pode ser rico ou pobre, nada muda há não ser as instalações, mas o tratamento é igual. A coragem para enfrentar tudo é fundamental para a sua recuperação, não é fácil, mas não é impossÃvel. E que a pior vida é melhor do que a morte.
Ao longo dessa jornada de enfrentamento à doença, qual foi o maior desafio que você enfrentou?
Meu maior desafio foi ouvir algumas pessoas falarem que eu não tenho doença alguma, que eu inventava que estava doente, isso me machucou muito.
O que você gostaria que as pessoas entendessem sobre a experiência de enfrentar o câncer e como podem ser mais solidárias e compreensivas com aqueles que estão passando por isso?
Eu queria muito que as pessoas fossem mais humanas e pensassem um pouco no próximo, não só em quem tem câncer, mas em todas as pessoas que precisam de um ombro amigo, seja por um câncer, ou por qualquer outro problema fÃsico ou mental.
O que eu digo sempre para os colegas é que tudo nessa vida é justo e necessário e nunca devemos desistir mesmo diante de qualquer circunstância.
Preta, diante de tudo o que você tem vivido nos últimos anos, como você ver a vida? O que é a vida?
Diante desses 4 anos de tratamento, eu mudei muito meu modo de pensar e fiquei ainda mais apaixonada pela a vida, apesar de tudo que eu tenho vivido, eu amo viver. Nem as dores que sinto me tira essa vontade de viver.
Eu sou como uma fênix!
Quero também agradecer a minha rede de apoio, que são minha famÃlia e minhas amigas e algumas profissionais de saúde, que não medem esforços pra me ajudar nos dias difÃceis, amigas que ficam a noite toda cuidando de mim, meus filhos que são mais especiais e que se dedicam muito a mim e também meu esposo que mesmo com tantos problemas nunca me abandonou, não vou citar os nomes das pessoas pra não causar nem um tipo de chateação, mas todas elas sabem quem são. Gratidão a todos!