
Mais de 60 mil eleitores do Piauà podem ter tÃtulo cancelado em maio; veja como regularizar
28/04/2025 - 08:43Em todo o paÃs, mais de 5,1 milhão de pessoas ainda precisam regularizar o documento.
 Bastante abalado, o jornalista oeirense Jader Damasceno, sobrevivente do acidente que resultou nas mortes dos irmãos do coletivo Salve Rainha teve que ser amparado por uma amiga após o depoimento que demorou cerca de 1 hora. O julgamento é realizado nesta quarta-feira (4) no Tribunal Popular do Júri.
Em seguida, mais calmo, Jader Damasceno conversou com a imprensa e resumiu um pouco do sentimento vivido e revivido ao lembrar-se do acidente que o deixou com graves sequelas fÃsica e psicológica.
O sobrevivente disse que queria ter tido a oportunidade de falar para o réu, mas foi orientado a se direcionar apenas para o júri.
"Eu queria ter dito: pague e pare de lutar. Ele tá andando contra a maré, ele tem que pagar. Todo mundo faz escolhas e em algum momento paga, que seja agora a hora dele pagar. Podia dizer que errou, assumir, talvez fosse até mais nobre", disse o sobrevivente. Em nenhum momento, ele olhou para o réu e disse que "não sentiu nada por ele".
"Espero que ele seja punido. Não podemos deixar que esse crime seja estatÃstica. Fiz o que pude para que as pessoas entendam que crimes como esse não devem ser cometidos. Acidente é algo inesperado. Se sei que beber e dirigir, eu posso morrer ou matar. Então eu escolhi. Pague. Eu não posso pagar, meus amigos estão pagando mortos. Eu estou pagando por uma escolha dele que seja agora a hora dele pagar pela dele [...] quero ele vivinho e pagando", diz o jornalista.
Questionado sobre a atitude do réu durante o depoimento, Jader disse "que o réu não está nem aÃ. Se ele quisesse me reparar minimamente já tinha me procurado. Não foi acidente", disse.
"Sou um potencial suicida"
O jornalista também falou sobre um ipê amarelo tatuado no corpo em alerta ao suicÃdio. "Tatuei porque preciso ficar atento à minha saúde mental. Também prometi não chorar desde o dia que vi minha mãe derramando uma lágrima por tudo isso", disse Jader Damasceno.
Durante seu depoimento, o oeirense disse que é um potencial suicida. "Naquele dia eu também morri. Eu, hoje, sou um Jader cheio de sequelas. Não tive a oportunidade nem de enterrar meus amigos, nem de me enterrar. Entendo que foi um assassinato", falou Damasceno ao acrescentar que convive com dores fÃsicas e psicológicas desde então.
O comunicador frisou ainda que, hoje, só anda e dança porque decidiu viver, mas afirmou que o acidente acabou fazendo dele um "suicida em potencial".
"Tenho tatuado no corpo flores de ipê, que relembram a causa ao suicÃdio. Hoje, eu tenho vontade de me matar depois do ocorrido. Todo dia tenho vontade de me matar. É muito absurdo estar me submetendo a isso, submeter meu pai e minha mãe, que estão ali atrás a ter que passar por isso, mas convivo com isso de uma forma intensa, diária. Eu sofro todo dia esse crime. Se em algum momento alguém olhar para mim e me chamar de estragado, porque já fui chamado de estragado, de deficiente, de problemático, alguém sabe de onde veio [do acidente]", disse em depoimento.