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22/10/2025 - 16:31Expediente nas repartições municipais será normal no dia 28
Conviver com um patrimônio histórico sempre foi um desafio para muitas cidades brasileiras. Passado e presente sempre foi um ponto de discórdia entre quem defende o patrimônio e aqueles que não se importam verdadeiramente com essa questão.
Em Oeiras, essa realidade não é diferente, e dessa forma o patrimônio histórico se deteriora a cada dia. A cidade, Monumento Histórico Naciontal, tombada pelo IPHAN, vê a cada dia seus casarões indo ao chão.
É impossível não lembrar da Pensão Portela, que por omissão, ruiu completamente, colocando em risco a segurança da vizinhança e de pessoas que passavam pelo local.
Segundo o historiador Júnior Vianna, a Pensão Portela foi construída no século XIX e foi habitada até o ano 2000. A princípio, o lugar funcionava como uma casa de hotelaria e posteriormente como residência. Quando hospedaria recebeu figuras ilustres como o então candidato à presidência da República, Adhemar de Barros, em 1955. Na década de 1940, foi nessa casa que aconteceram as primeiras reuniões do Rotary Club de Oeiras. Também foi nela que, no mesmo período, Costa Machado, Possidônio Queiroz e outros intelectuais articularam-se para que nosso município permanecesse com nome de Oeiras.
Antiga Pensão Portela
Atualmente, a cidade mais uma vez convive com outra ameaça de ver uma casa no Centro Histórico desabar. Desta feita, uma casa, localizada na rua Zacarias de Góes, que pertenceu aos avós maternos do advogado Zezinho Carneiro - Luiz Gonzaga e Benedita de Jesus Gonzaga - e teve como última inquilina a senhora Francisca Gonzaga, que morou na casa por muito tempo. Há alguns anos, foi vendida para um empresário, mas desde então, permanece abandonada.
Até o presente momento, não se vê nenhuma ação do IPHAN visando preservar a casa que é tombada pelo órgão responsável pela preservação do Patrimônio Histórico e faz parte do Centro Histórico de Oeiras.

Enquanto isso, observa-se em silêncio mais um patrimônio histórico se deteriorar, ao tempo que famílias locais e a Secretaria Estadual de Cultura preocupam-se com mudança no local dos móveis de monumentos públicos, o que parece ferir egos de algumas famílias ditas tradicionais oeirenses. Para tal, a mobilização e as ações foram imediatas e efetivas, já para o que realmente é relevante, lamentavelmente, não podemos dizer o mesmo.
Há motivos mais concretos e urgentes para desejar a preservação de nosso patrimônio histórico: o principal é a qualidade de vida. Estamos falando de bens intimamente relacionados com a identidade da cidade e que, por isso, ajudam a construir em nós uma sensação de pertencimento. Ademais, destaque-se ainda a beleza insuperável que a maioria das construções antigas possui. Voltemos o olhar para a Igreja de Nossa Senhora da Vitória, concluída em 1733, e ponderemos se não é uma construção de imensurável valor arquitetônico e digna de uma demorada contemplação.
O aspecto estético, muitas vezes mais que os aspectos cultural e histórico, também fomenta o turismo. Sem as ruas e casas bem preservadas do centro histórico de Oeiras será que esses seriam destinos turísticos tão visitados?
A população, em sua maioria, anseia por mais empenho e ações que visem à preservação do seu patrimônio histórico, por meio de uma administração e de normas sustentáveis, pois o que se vê, com profunda tristeza e frustração, são ações que notoriamente se ocupam demasiadamente em embargar obras e desestimular manutenções através de exigências inexequíveis em detrimento da conservação tão almejada.
Fotos: Jônatas Valentim










