Como a Inteligência Artificial auxilia na identificação e esclarecimento de dúvidas sobre dermatite atópica

Um grupo de 11 professores ligados à International Society of Atopic Dermatitis (ISAD), que conta com a participação de três médicas brasileiras, elaborou um estudo baseado em inteligência artificial (IA) para abastecer o aplicativo ChatGPT com perguntas e respostas científicas sobre dermatite atópica voltadas para a parte social.

Segundo a dermatologista Ana Mósca, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologista do Rio de Janeiro (SBDRJ), "esses professores são também pesquisadores de dermatite atópica no mundo". Cada integrante do grupo elaborou dez perguntas e respostas para consultas de pacientes sobre a doença. O resultado do trabalho, iniciado no ano passado, foi publicado em inglês no Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology.

O conteúdo do trabalho está à disposição de todos e não somente da comunidade médica e científica. As informações permitem à população em geral saber como se portar em situações relacionadas à doença, oferecendo acolhimento e respostas variadas, como aquelas ligadas a banhos de ervas e chás, conforme destacado pela dermatologista.

O trabalho está sendo traduzido para vários idiomas, incluindo português, japonês, russo, espanhol e francês, visando alcançar pacientes em diversas partes do mundo, especialmente em países com carência de assistência social, como é o caso de ações sociais desenvolvidas pelo grupo internacional para ajudar esses pacientes.

A dermatite atópica é uma doença inflamatória desencadeada por fatores ambientais e alérgicos, manifestando-se com lesões na pele, principalmente o eczema acompanhado de coceira. Existem medicamentos específicos para o tratamento da doença, porém de alto custo e difícil acesso para pacientes carentes, o que levanta desafios no manejo e controle da dermatite atópica moderada a grave, considerada uma patologia difícil devido aos impactos físicos, emocionais e sociais que acarreta nos pacientes.

O diagnóstico precoce é fundamental para reduzir a gravidade da evolução da doença, evitando complicações e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Buscando facilitar o acesso a novos medicamentos de alto custo para o tratamento da dermatite atópica, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) abre consulta pública a partir desta sexta-feira (28) até o dia 17 de julho, permitindo a participação popular nesse processo.