
Falece em Oeiras, Maria de Souza Feitosa aos 83 anos
01/05/2025 - 07:33Matriarca da famÃlia Feitosa enfrentava uma doença pulmonar e deixou filhos, netos e bisnetos
No mês dedicado à Consciência Negra, o Mural da Vila apresentará a série de matérias especiais "REPRESENTATIVIDADE", na qual compartilhará histórias de homens e mulheres negros que desempenharam e continuam a desempenhar papéis importantes na história de Oeiras.
Conheça a história de Albino Apolinário de Sousa, um homem negro que desempenhou um papel significativo na história de Oeiras. Nascido em 15 de setembro de 1933 em Oeiras, filho de Celecina Apolinário, Albino deixou uma marca indelével na comunidade oeirense e nas gerações que o seguiram.
Albino era natural de Oeiras, e sua identidade estava intrinsecamente ligada ao cidade. Casado com Maria Vitória, ele constituiu uma família numerosa com 13 filhos, 23 netos e 08 bisnetos. Seus entes queridos sentem profundamente sua falta, mas também carregam com eles as lições de vida, o jeito às vezes ríspido, as brincadeiras, a voz firme e suas contagiantes gargalhadas.
Conhecido por sua paixão pelo trabalho, Albino era um verdadeiro entusiasta do labor diário. Ele não escolhia seus afazeres, fazia o que fosse necessário, demonstrando satisfação na realização das tarefas. Sua versatilidade o levou a exercer uma variedade de funções ao longo de sua vida.
Além de seu caráter forte e amizades fiéis, Albino se destacou como trabalhador rural e artesão de argila. Durante décadas, ele forneceu utensílios de barro, como jarros, panelas, alguidás, quartinhas e os tradicionais potes de barro, que eram amplamente comercializados por sua esposa na feira livre da cidade.
O artesanato de Albino foi uma parte essencial da vida de muitas famílias em Oeiras, especialmente em tempos em que a geladeira era um luxo raro. Ele produziu e comercializou sua geladeira artesanal, que era mais econômica e proporcionava água fria com um sabor peculiar, graças aos potes de barro. Esse trabalho não apenas sustentou sua família, mas também atraiu a atenção de professores, estudantes, pesquisadores, turistas e pessoas comuns que visitavam sua barraca de artesanato. Lá, juntamente com sua família, ele moldava o barro em seu velho torno de madeira rústica, criando uma ampla variedade de peças que marcaram época.
Apesar de seu nível limitado de educação formal, Albino incentivou seus filhos a se dedicarem aos estudos. Ele tinha uma inclinação natural para a matemática e frequentemente se orgulhava de suas habilidades em fazer cálculos mentais. Sua paixão por números era notável, e ele era frequentemente chamado de "Oswald de Souza", uma referência a um renomado matemático brasileiro.
Albino viveu sua vida com intensidade, aproveitando cada minuto ao máximo. Até mesmo em seus 88 anos, ele afirmava ter vivido pouco e desejava mais. Ele era um defensor ferrenho de sua família e amigo leal, mantendo sua palavra com dedicação.
Albino Apolinário de Sousa entrou para ancestralidade na tarde de sexta-feira, 27 de maio de 2022, aos 88 anos, na Unidade de Pronto Atendimento de Oeiras (UPA). Sua memória permanece viva, e seu exemplo de vida inspira aqueles que tiveram a sorte de conhecê-lo. Sua passagem pela Terra foi marcada por intensidade, exatamente como seu nome, Albino, indicava - um homem intenso em todos os aspectos.