Reviravolta em Oeiras

Extraído da Coluna do jornalista Zózimo Tavares do Jornal Diário do Povo, edição de 23 de Janeiro de 2012.


Sobrou para o prefeito Antônio Portella Barbosa Sobrinho (PPS) a instalação oficial do governo em Oeiras, para comemorar o 24 de Janeiro, que assinala a luta do Piauí pela sua Independência: os caciques do esquema governista, à frente o governador Wilson Martins, enquadraram o prefeito e fizeram-no retirar a sua candidatura à reeleição. Não foi só isso: Portela engoliu também, ainda que atravessado, o ex-prefeito cassado B. Sá, com quem rompeu na virada do ano, inclusive demitindo de sua equipe todos os auxiliares ligados a ele, e vai apoiar a candidatura do filho dele, Lucano Sá (PSB), à sua sucessão.

Ou faz isso ou Oeiras não recebe mais um tostão de convênio ou qualquer outra benesse oficial até o fim de seu mandato. Sem forças para enfrentar a tratorada, o prefeito se jogou no chão e se rendeu. E já começou a andar de rua em rua pedindo voto para eleger o filho do ex-adversário, que no passado foi também seu protetor político. O que falta, agora, para reunificar o esquema político vitorioso em Oeiras nas eleições de 2008, é puxar o PT para o palanque do filho do ex-prefeito B. Sá.

Por enquanto, os petistas da Primeira Capital estão fazendo beicinho. O Partido dos Trabalhadores quer lançar candidato próprio à Prefeitura. E tem duas cartas na manga: o professor Edmilson Carvalho, irmão do deputado federal Assis Carvalho, e o secretário Francisco Guedes, da Sasc. Como o PT não tem perspectiva alguma de ganhar a eleição em Oeiras, o partido deve baixar a bola e cavar mesmo é uma candidatura de vice, na chapa de Lukano Sá.

O senador Wellington Dias e o deputado Assis Carvalho estão conduzindo as negociações nesse sentido, para que o partido não fique sem nada. Há pelo menos meio século a política de Oeiras, berço de nossa história, é assim: o poder local se alterna ora nas mãos do grupo de Juarez Tapety, ora nas do grupo de B. Sá. Já passou de pais para filhos. Ultimamente, não há uma eleição em Oeiras em que um filho de Juarez ou de B. Sá não seja candidato.

As últimas tiveram e as próximas terão dois filhos dos velhos caciques na disputa, um de cada. O povo, pelo visto, gosta! E a terra, como canta seu hino, segue invicta! E que belo cenário, este, dos conchavos políticos por debaixo do pano, para lembrar e comemorar a Independência do Piauí!