
Oeiras sedia I Encontro dos Núcleos de Capoeira Raízes do Brasil
02/05/2025 - 10:10Evento reuniu grupos locais e convidados, com apoio da Prefeitura de Oeiras e instituições parceiras
Apesar de ter usado o direito de ficar calado sobre o caso Eliza Samudio durante depoimento Fórum de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, nesta sexta-feira, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, declarou, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, que o goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza tentou se matar na prisão. Esta foi a segunda audiência do processo no qual a dupla é acusada de sequestro e lesão corporal contra a ex-amante do atleta, em outubro de 2009 .
- Não estou mais aguentando essa situação. Estou preso com o Bruno há 70 dias. O Bruno tentou se matar várias vezes.- disse ao juiz Marcos José Mattos Couto.
O advogado de defesa Ércio Quaresma disse que só soube que o atleta estaria tentando suicído nesta sexta-feira, através de Macarrão. O amigo do atleta teria contado que viu Bruno tomando medicamentos em excesso e também confeccionando uma "tereza" (corta feita com lençóis). Segundo Quaresma, no Complexo Penitenciário de Bangu, a dupla divide uma cela.
O advogado afirmou que, após o retorno de Bruno e Macarrão a Minas, ele pedirá acompanhamento psiquiátrico para que o goleiro. Quaresma não descartou pedir, no futuro, prisão domiciliar para seu cliente, mas disse que não fará isso agora.
No fim da tarde, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) divulgou uma nota informando que Bruno "em nenhum momento que esteve acautelado em unidade prisional desta secretaria tentou suicídio". Segundo a secretaria, o goleiro passou por uma avaliação psiquiátrica, na qual foi diagnosticado um quadro de depressão, e a indicação foi que o preso não ficasse isolado. "A partir desse laudo médico, Bruno Fernandes das Dores de Souza passou a dividir a cela com o interno Luiz Henrique Romão. Esse procedimento foi adotado uma vez que seria impossível que o interno em questão dividisse a cela com outros presos da unidade", conclui o texto.
Antes de participar da audiência, Bruno desmaiou na cela do Fórum. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, o atleta teve queda de glicose e foi atendido. Ele afirmou que não comeu nada durante o dia. O goleiro não assistiu aos três primeiros depoimentos de testemunhas na audiência de instrução e julgamento, que começou às 13h35m e durou 1h40m. Após os depoimentos, a mãe de Eliza, Sônia Moura, disse esperar apenas por Justiça.
Bruno também não falou durante o depoimento. Dentro de 30 dias deve sair sentença deste processo. A acusação tem cinco dias corridos para apresentar a alegações finais. Depois disso, a defesa tem mais cinco dias corrido para apresentar as suas.
A primeira a ser ouvida foi a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim. Ela disse que o contrato do goleiro está suspenso, e não foi cancelado, aguardando o desfecho dos processos criminais. Patrícia não soube dizer se Bruno foi notificado oficialmente, mas afirmou que conversou com o atleta. Patrícia ressaltou que, mesmo sendo absolvido, ele não vai voltar a jogar pelo Flamengo porque a imagem do clube ficou muito desgastada com o caso.
O diretor executivo do clube, Arthur Antunes de Coimbra, o Zico, foi a segunda testemunha a depor. Antes de fazer a primeira pergunta ao ídolo da torcida rubro-negra, o promotor Eduardo Paes fez questão de pedir um autógrafo. Paes analisa se incluirá no processo os crimes de subtração de documentos e tráfico de drogas, por conta da substância que Eliza teria sido obrigada a tomar. Por sequestro e lesão corporal, Bruno e Macarrão podem cumprir de três a nove anos de prisão.
O jogador Léo Moura, o terceiro a ser ouvido, lembrou que Bruno era capitão do time e que estava sempre com o grupo. Após os três depoimentos, Bruno entrou na sala de audiência. Ao vê-lo, a mãe de Eliza Samudio começou a chorar e se retirou.
Entre os depoentes, estava o jogador Paulo Victor, reserva do Flamengo. Ele disse que presenciou o dia em que Eliza e Bruno se conheceram, durante uma orgia. Ele contou que, durante a festa, viu muitas pessoas sem roupa, mas que não participou. O ex-jogador do Flamengo Álvaro, atualmente sem clube, disse que seu irmão já tinha saído com Eliza Samudio e que ela era conhecida no Brasil e no exterior por sair com jogadores.
Após a audiência, promotoria e defesa terão cinco dias para as alegações finais. Depois, o juiz tem 30 dias para dar a sentença.
Goleiro fará exame de DNA para saber se é pai do filho de Eliza
Bruno e Macarrão chegaram ao Fórum de Jacarepaguá às 11h15m. Eles estavam algemados, usando camisas da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e com os cabelos bem curtos.
O advogado de defesa Ércio Quaresma voltou a afirmar que Bruno fará o exame de DNA para saber se é pai do filho de Eliza . Ele disse que, caso a paternidade seja confirmada, o atleta pedirá a guarda da criança.
O juiz já determinou o retorno de Bruno e Macarrão para Minas Gerais. A dupla está no Rio desde o dia 26 de agosto , quando foi realizada a primeira audiência do processo, no Fórum de Jacarepaguá. Na ocasião, a amiga de Eliza Milene Baroni Fontana afirmou que Bruno, Macarrão e e mais dois homens ameaçaram matar a ex-amante do goleiro e jogaram álcool em seu corpo. Outras quatro pessoas prestaram depoimento.
Em outubro de 2009, Bruno e seu amigo teriam tentado fazer com que Eliza abortasse o filho, cujo pai seria o atleta. Na época, a ex-amante do goleiro estava grávida de cinco meses. Bruno e Macarrão foram levados para o presídio Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em julho.