
Últimos dias de Abril deverão ser chuvosos no PiauÃ, alerta Defesa Civil
23/04/2025 - 11:07Neste ano, o inverno piauiense foi marcado por chuvas irregulares e abaixo da média histórica
A Polícia Civil divulgou na noite deste domingo (25/03), vídeos com trechos do depoimento de Joaquim Pereira Neto, principal testemunha no inquérito que investiga a morte do ex-vereador Emídio Reis. As imagens ele dá mais detalhes sobre a "encomenda" do crime, ao dizer que a ordem era "pra ter morte e não ter velório" e ainda, em vídeo feito onde ele está preso, Joaquim nega ter sido torturado pela polícia.
Ao ser questionado sobre a "ordem para matar Emídio", que segundo as investigações da Polícia Civil, partiu do vice-prefeito de São Julião, Francimar Pereira, Joaquim dá detalhes e não hesita em dizer os nomes envolvidos.
JOAQUIM PEREIRA: Me disseram assim, era pra ter morte e não ter velório.
POLÍCIA: Quem disse isso?
JOAQUIM PEREIRA: Francimar disse pro Antônio.
POLÍCIA: Mas ele pediu alguma coisa para os pistoleiros na hora da morte? Dá uma taca ou coisa assim?
JOAQUIM PEREIRA: Não. Só pra não ter velório. Porque eles sabiam que ia repercutir lá na cidade, num repercutiu?
O preso conta ainda sobre como ocorreu o pagamento e os momentos antes de Emídio Reis ser abordado. Confirma que o carro do ex-vereador foi seguido na estrada e que parou, porque já conhecia os envolvidos. Diz ainda que não havia contado esses detalhes antes por achar que seria solto mais cedo.
JOAQUIM PEREIRA: Eu gostei do jeito que o senhor tratou, aí como eu falei lá eu já não tava querendo falar essas outras duas coisas, porque eu achei que ia sair hoje da cadeia, como o senhor falou...
POLÍCIA: Acontece que as coisas são um pouco mais complicadas
JOAQUIM PEREIRA: Exatamente... eu entendo, e até agradeço o senhor. E vou lhe dar os detalhes de como foi. Ele (Virgílio) me desse, olhe, 'eu segui ele em Picos, passei o carro por ele, no trajeto de Picos para Campo Grande'. Emídio para no Campo Grande pra deixar uns pepel com o contador.
POLÍCIA: Ah, o contador.. exatamente.
JOAQUIM PEREIRA: Aí neste instante Antônio Virgílio desce do carro..
POLÍCIA: Ele chegou a deixar esses papel com o contador?
JOAQUIM PEREIRA: Não ele ainda manerou lá, parece que procurou.. Aí nessas horas Antônio Virgílio já tinha descido do carro. Aí o Emídio era amigo do Virgílio, de conversa.. ele era uma pessoa muito aberta. Aí entrou no carro pedindo uma carona até a entrada de Alagoinha.
POLÍCIA: Quem acompanhava o Antônio Virgílio?
JOAQUIM PEREIRA: O Valté..
POLÍCIA: E quem mais?
JOAQUIM PEREIRA: Agora ele não falou quem era o outro, ele não disse o nome.
POLÍCIA: Mas tinha mais outro?
JOAQUIM PEREIRA: Tinha, mais outro.
POLÍCIA: Quando ele pega a carona, qual é o momento em que ele aborda a vítima?
JOAQUIM PEREIRA: Abordou ele na entrada da Alagoinha, que ele ia descer...
POLÍCIA: Aí quando chegou na entrada...
JOAQUIM PEREIRA: Aí os outros dois chegaram e entraram.
POLÍCIA: Mas ainda levaram ele vivo para o local?
JOAQUIM PEREIRA: Aí, foi como ele disse, pegou e entrou.. dois entrou dentro do carro. Eles disseram pro Emídio assinar uns papel. Emídio não desconfiou de nada.
POLÍCIA: O dinheiro, tava onde?
JOAQUIM PEREIRA: O quê?
POLÍCIA: O dinheiro.
JOAQUIM PEREIRA: Os 15 mil?
POLÍCIA: É..
JOAQUIM PEREIRA: Os 15 mil o senhor pode pegar uma filmagem lá no banco Itaú, eu peguei lá, naquele de Picos.
POLÍCIA: Tu pegou no dia 1º?
JOAQUIM PEREIRA: Foi, foi os cheques que eu levei
POLÍCIA: De quem era o cheque?
JOAQUIM PEREIRA: O cheque foi o Francimar que me entregou.
POLÍCIA: E tava no nome dele?
JOAQUIM PEREIRA: Não, tava no nome de outra pessoa
POLÍCIA: Mas você assinou o cheque?
JOAQUIM PEREIRA: Assinei
(....) Há um corte no vídeo, e já segue para o trecho em que ele comenta sobre a execução
JOAQUIM PEREIRA: Eles disseram que atiraram, 'nós atiremos', eles disseram.
POLÍCIA: Que cavou o buraco, ele também não lhe disse
JOAQUIM PEREIRA: Disseram que fizeram o buraco, o buraco quem cavou foi eles, com uma enxada lá.