
‘’Queremos levar a Assembleia para perto do povo’’, destaca Severo Eulálio sobre Avança Alepi em Oeiras
30/04/2025 - 10:00O evento contará com a presença de parlamentares estaduais, lideranças locais e do governador Rafael Fonteles.
(*) Tomaz Teixeira
A grande imprensa do Piauí não tem procurado mostrar a realidade sobre o processo de cassação que envolve o governador Wellington Dias e seu vice, Wilson Martins. O governador do Piauí, a exemplo de todos aqueles que já foram cassados, também tropeçou no quesito conduta vedada. As provas são semelhantes às que cassaram o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB).
Wellington Dias e o PT aprovaram, já no mês de janeiro do ano da reeleição (2006), uma Lei que fez doação gratuita de carteiras de motorista (CNH). Para ter validade legal, a Lei teria que ter sido votada no ano anterior ao da eleição e sua execução a partir do início do ano, conseqüentemente possuindo dotação orçamentária legal para tal.
Desavisados e despreparados, os assessores do governador, pensando em buscar eleitores, fizeram a doação gratuita de milhares de carteiras de motorista, numa Lei de autoria da deputada Flora Izabel. O governador Cássio Cunha Lima, da Paraiba, também criou um programa social que destinava recursos para famílias pobres fazerem recuperação e melhorias de residências. Pisou na conduta vedada e foi um dos primeiros a ser cassado.
Wellington vai também a julgamento. Se for para fazer justiça e não decidir com dois pesos e duas medidas, o governador do Piauí está na mira para ser cassado pelo TSE. O crime é o mesmo e a jurisprudência não pode ser diferente.
Caindo Wellington e Wilson Martins - e eles parecem que caíram da rede e estão brincando com as varandas - a história da política do Piauí vai ter uma reviravolta inesperada. Em política, tudo é possível.
Se cair, quem ascenderá politicamente será o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Temístocles Filho (PMDB), que, além de assumir o Governo do Estado, pode ser candidato na escolha a ser feita pela Assembléia dentro de 30 dias. Após essa eleição, poderá dizer: "Bem, agora que sou governador com mais de um ano de mandato, sou candidato à reeleição" E daí? E daí é que a política do Piauí vai dar uma guinada de 360º, deixando muita gente de calças na mão.
O governador e seu vice podem ser cassados, sim, embora já tenha o parecer do relator a seu favor e de seu vice. E o plenário do TSE vai aceitar esse parecer que parece mais coisa de encomenda?
Quem conhece o processo e vem acompanhando as decisões com cassações de governadores, pelo TSE, sabe do risco que correm Wellington Dias e Wilson Martins. A cassação do governador de Tocantins, Marcelo Miranda, deve servir de alerta para Wellington.
(*) Tomaz Teixeira é jornalista.