
Festival cultural promove capoeira e vozes femininas na Vila do Mocha, em Oeiras
07/06/2025 - 09:34Evento da Escola Pro Capoeira reúne atividades formativas e roda de conversa como parte do projeto Vozes da Resistência
Após receber o tÃtulo de cidadão piauiense, na
Assembléia Legislativa, o jornalista e escritor Zuenir Ventura participou do 12º Seminário LÃngua Viva na noite da última quarta-feira. Na roda de bate papo, que contou com a participação do também jornalista, José Paulo Cunha, do poeta Salgado Maranhão, da escritora LÃlia Dinis e do presidente da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, Cineas Santos, o escritor e jornalista proferiu a palestra "1968 - O que fizemos de Nós.
No inÃcio do bate papo, Zuenir Ventura lembrou que esteve na capital piauiense, ano de 1972, oportunidade em que veio contratar correspondentes para o jornal que trabalhava na época e também em que conheceu o poeta Torquato Neto, na Praça do Liceu, lugar que, segundo ele, guarda na memória até os dias de hoje, principalmente por conta da amizade que teve com o poeta piauiense.
Indagado por um dos participantes sobre como ele avaliaria a geração de 68, Ventura disse que faz de tudo para não ser saudosista, mas admite que foi o tempo bom e citou Paulinho da Viola quando diz, 'meu tempo é hoje'. "Naquela época houve uma geração muito especial, porque o tempo é um mistério, e eu sou um deles", disse.
Ele mencionou alguns aspectos positivos do final da dé-cada de 60 como a geração de Picasso, de Caetano e ainda da atitude dos jovens da época que deixavam não só os cabelos crescerem, mas também as idéias, isso antes da Internet e da tecnologia em tempo real. "Naquela época os jovens já estavam a transformar o mundo, dentro do voluntariado e com muita capacidade", disse ele.
Fazendo referência a atualidade, Zuenir disse que o que está acontecendo hoje, pode ser comparado a geração de 68, mas afirmou que uma das maiores dificuldades desta geração tem sido o problemas com as drogas. Segundo ele a geração de 68 foi uma época marcada por várias transformações, o que para ele vem acontecendo ao longo dos tempos, claro que de maneira diferente, como por exemplo, os movimentos de mulheres, gays, negros, ecológicos e outros.
"O fato destas transformações estarem acontecendo de forma diferente, não significa que não esteja acontecendo e a maior transformação, ou revolução que está acontecendo nesta geração é a Internet, com as novas tecnologias" afirma.
O jornalista destacou que a Internet foi criada pensando nos jovens, principalmente os chats e blogs, que são os sites de relacionamento, e que é uma revolução muito boa, mas o problema, segundo ele, é que as pessoas ficam privilegiando o pior, quando se poderia aproveitar o que se tem de melhor.
A ameaça das novas tecnologias
O jornalista Zuenir Ventura também foi indagado durante a sua participação no Salipi sobre o fim do jornalismo impresso em detrimento das novas tecnolo-gias. Ele acredita que toda nova tecnologia ameaça a anterior. "Por exemplo, com ao advento da escrita, diziam que o homem ia perder a memória, porque anotando as coisas não precisariam mais da memória e ela seria atrofiada. As pessoas sempre dizem que a nova tecnologia vai acabar com a anterior, mas eu acredito que toda tecnologia nova exige o aperfeiçoamento da anterior", opinou.
"Eu não acredito, que as novas tecnologias vão acabar com os jornais impressos, agora é preciso algumas mudanças. Antes o jornal dava a manchete, e era a primeira notÃcia, hoje não se pode mais fazer isso, porque corre o risco da manchete que o jornal está dando, o leitor já tenha visto no dia anterior, em tempo real, e se o jornal der novamente corre os risco de não vender jornal, agora as manchetes tem que ser outras" ilustra ainda Zuenir.
Na opinião do jornalista, a forma como estes jornais poderiam está sobrevivendo seria trabalhar com o jornalismo interpretativo explicativo. Para ele atualmente há um excesso de informações. "Antes, no tempo de censura não se tinha informação, hoje se tem em excesso, notÃcia demais dar indigestão. A todo o momento o cidadão é bombardeado por notÃcia e a pessoa não sabe o que está acontecendo, na minha opinião o melhor jornal hoje, seria o jornal de explicação, porque o cidadão está recebendo a noticia, mas não sabe o que está acontecendo", afirmou.
O jornalista e escritor Zuenir Ventura também falou dos movimentos estudantis. Segundo ele estas manifestações estão sumidos ou enfraquecidos porque, os estudantes atualmente não estão sabendo contra quem lutar. "Antes tinha a ditadura e outras coisas que estavam de encontro ao desejo da classe estudantil e era o foco das lutas", pontuou.
Outro problema apontado por Zuenir, é a falta de interesse dos jovens com a polÃtica. "Eles até tem razão, devido à s coisas que vem acontecendo na polÃtica, como por exemplos os grandes escândalos que vem acontecendo, mas os jovens não sabem é que fazem parte da polÃtica participando ou sendo omissos", finalizou.
Diário do Povo