
Oeiras recebe milho da CONAB para auxiliar criadores afetados pela estiagem
06/05/2025 - 19:17A administração municipal assegura que o atendimento será realizado de forma imparcial, beneficiando todos os produtores.
Um levantamento da Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura (Fetag) nos municípios piauienses aponta para um cenário preocupante. Para quem vive no interior do semi-árido piauiense, a falta de chuvas e o clima quente e seco já dão sinal de que tempos difíceis estão começando.
Os dados parciais da Fetag mostram que 15 cidades do semi-árido, especialmente da região de Picos e São Raimundo Nonato, estão sem água para consumo humano e animal devido à forte estiagem que mais um ano promete castigar o sertão do Piauí.
As famílias residentes na zona rural dos municípios de Fartura, Pio IX, Dom Inocêncio, Monsenhor Hipólito, São Julião, Dom Expedito Lopes, Acauã, Bonfim do Piauí e Várzea Branca já sofrem as conseqüências da falta de chuva no Estado. Segundo o secretário geral da Fetag, Joaquim Cardoso, os sindicatos regionais estão coletando o número total de famílias atingidas com a estiagem. “Não temos um número certo de famílias rurais, mas a situação está caótica nessas cidades. As queixas são muitas e diárias que nos chegam”, afirmou.
O primeiro sinal da seca nesses municípios, conforme o secretário da Fetag, foi a perda das pequenas e médias plantações e quando as lagoas secaram pela falta de chuva. “Só não estão sofrendo sem água os trabalhadores rurais que moram perto de barragens, como a da Boa Esperança e Garrincha”, completou Joaquim Cardoso.
Além da falta de água e alimentação, ele explica que a população de alguns municípios atingidos está sofrendo com problemas de saúde, adquirindo doenças como a catapora. “Como não tem água, as pessoas ficam sem alimentação adequada e não podem cuidar como deveriam da higiene pessoal”, disse.
Gravidade - Segundo o levantamento parcial da Fetag, a situação é mais agravante das famílias residentes nos municípios de Fartura, São Julião, Dom Expedito Lopes, Acauã, Bonfim do Piauí e Várzea Branca, onde até as pequenas lagoas para consumo próprio secaram nas últimas semanas. “Na zona rural não há mais de forma alguma abastecimento de água”, frisou.
Seguro - Para o secretário, uma forma de minimizar o sofrimento dessas famílias é a liberação do Garantia Safra, seguro pago pelo Governo Federal aos agricultores em casos de perda da lavoura ocasionada pela seca ou enchentes. “As informações que chegaram à Federação é que algumas prefeituras estão tendo dificuldade para pagar sua contrapartida no seguro safra, o que impede a liberação do recurso”, acrescentou.
De acordo com as regras do Garantia Safra, o benefício se R$ 550 só pode ser entregue ao trabalhador de ele comprovar perda acima de 50% da produção e quando os recursos dos poderes federal, estadual e municipal tenham sido efetuados.
A Fetag informou que até o final deste mês, o levantamento será concluído e enviado para o Governo do Estado através da Secretaria Estadual de Defesa Civil para que alternativas rápidas e viáveis sejam tomadas, o mais breve possível.
Entretanto, a orientação da Defesa Civil é que a prefeitura municipal decrete estado de emergência e emcaminhe toda a documentação para a Secretaria. Somente dessa forma o governo estadual poderá homologar o decreto e encaminhar para a Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Jornal Meio-Norte