
Mais de 60 mil eleitores do Piauà podem ter tÃtulo cancelado em maio; veja como regularizar
28/04/2025 - 08:43Em todo o paÃs, mais de 5,1 milhão de pessoas ainda precisam regularizar o documento.
Na tarde do último sábado, um incêndio destruiu pequenos arbustos e restos de árvores na área que faz parte do entorno do primitivo córrego que alimentava o Lago Azul. Em verdade, não era um lago, mas poço cavado pela água nas pedras. Lugar bonito e acolhedor, repleto de árvores, exatamente no ponto em que os morros da Cruz e o da Sociedade se encontram.
O Lago Azul sofreu danos impactantes ao seu ecossistema em agosto do ano passado, no mesmo episódio que degradou 14 hectares do Morro da Cruz. Os estragos à cobertura vegetal e às formações rochosas foram tantos que a elevação ficou sendo chamada de Morro Pelado. Embargo da Secretaria Estadual de Meio Ambiente impediu que mais danos ambientais fossem cometidos.
A área tem valor ecológico, é um dos símbolos de Oeiras, mas inadequada para edificações e imprestável para agricultura. Por isso, a primeira pergunta que se faz é: por que continua sendo destruída? Infelizmente, a destruição está se alastrando e ameaça outro santuário ecológico, igualmente importante por sua beleza e valor natural: o Grotão do Lago Azul.
Chamado por alguns, com exagero, de canyon, o Grotão do Lago Azul são duas altas paredes naturais de pedra, repletas de macambiras e faveiras, que fincam suas raízes nas pedras. As faveiras são as principais responsáveis pela cor verde nesta época de seca em que a maior parte da vegetação se torna cinza. O lugar é habitado por pássaros, lagartos, gaviões e roedores como preás e mocós. No inverno, as águas das chuvas formam pequeno regato que desce pela imensa fenda situada entre os dois morros. De difícil acesso, é um lugar relativamente protegido, mas se ressente da proximidade com os estragos feitos no Morro da Cruz. E a mão do homem chegou ao Grotão, pois são visíveis as marcas de fogo que destrói a vegetação, única e vulnerável proteção daquele santuário ecológico.
Enquanto fazíamos fotos e anotações para este texto, sentamos à sombra. De repente, algo atraiu nosso olhar para o alto de um dos paredões: oriunda de uma pedra em desintegração, fina e branca areia descia pela encosta e era levada pelo vento. Grãos pequeninos, espalhados pelo vento, formavam pequenas nuvens dançantes, sob os reflexos dos raios do sol. Uma imagem bela e de rara sutileza.