Educação
Candidatos ao SINTE de Oeiras apresentam propostas e posicionamentos. Veja entrevista com José Augusto, da Chapa 1
José Augusto e Josevaldo Lemos respondem a perguntas enviadas pelo Mural da Vila sobre propostas, trajetória e visão sindical
Por: Da Redação em 08/06/2025 - 19:57
Com o objetivo de ampliar o acesso à informação e contribuir para a participação consciente no processo eleitoral do SINTE Regional de Oeiras, o Portal Mural da Vila convidou os dois candidatos à presidência da entidade para uma entrevista com perguntas idênticas e espaço igual de resposta. A proposta busca oferecer aos profissionais da educação da regional um panorama claro das ideias, prioridades e compromissos de cada chapa.
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As entrevistas foram encaminhadas por whatsapp e solicitavam, além das respostas, uma breve apresentação do candidato e de sua chapa, bem como fotografias individuais e coletivas. O conteúdo será publicado na Ãntegra, sem cortes ou edições, respeitando os princÃpios de isonomia e transparência que orientam este processo.
Confira a entrevista com o professor José Augusto, da Chapa 1:

1- Quais são as principais demandas dos trabalhadores da educação na Regional de Oeiras que sua gestão pretende priorizar?
Diante da falta de reconhecimento por parte dos últimos governos do estado sobre a importância dos trabalhadores da educação no cenário educacional do Piauà e da penalização imposta aos nossos aposentados,  que tanto contribuÃram para a educação do nosso estado e que, com a reforma da previdência de 2019, tiveram que voltar a contribuir novamente para a previdência,  podemos afirmar que o nosso maior desafio, não só da Regional de Oeiras, mas do nosso sindicato em nÃvel estadual, é continuarmos lutando por uma carreira digna para professores e funcionários administrativos, por meio de um plano de cargos e salários que garanta essa valorização, além de mantermos o embate para acabar com a taxação dos nossos aposentados.
Essas são prioridades dentro das pautas de luta das polÃticas sindicais. Já voltando o olhar para dentro da nossa instituição, a nossa principal prioridade é a formação sindical da base, porque acreditamos que só através dela podemos aproximar a base das principais discussões do mundo sindical, fortalecendo assim a nossa entidade.
2- De que forma sua chapa pretende fortalecer a atuação do sindicato junto aos trabalhadores da rede estadual nos municÃpios que integram a Regional de Oeiras?
Nossa chapa compreende que a realidade atual do nosso núcleo, semelhante à de outras regionais, é marcada por escolas com um número reduzido de profissionais efetivos, sendo a contratação precária predominante em muitas unidades, especialmente nos municÃpios.
Diante disso, já protagonizamos lutas importantes, como o enfrentamento junto ao governo e denúncias aos órgãos de controle, que resultaram na conquista do tão aguardado concurso público, previsto para o segundo semestre deste ano.
Com isso, espera-se não apenas aumentar o número de servidores efetivos, mas também integrar e acolher os novos profissionais que ingressarão na rede, especialmente nas cidades jurisdicionadas à nossa regional, onde a carência é mais acentuada,  fortalecendo, assim, a atuação sindical. E mais uma vez, acreditamos que é por meio da formação sindical da base, levando formação para os municÃpios e criando condições para a participação ativa dos(as) trabalhadores(as), que podemos despertar ainda mais o sentimento de pertencimento, a mobilização e o fortalecimento do nosso sindicato em toda a região.
Além disso, nossa chapa propõe aproximar esses municÃpios por meio da criação de um calendário anual com visitas periódicas, bem como pela descentralização de algumas ações do núcleo, a fim de estarmos mais presentes nas cidades jurisdicionadas.
Como exemplo, propomos viabilizar, em cada municÃpio, um momento anual de confraternização com os sócios, considerando que poucos conseguem participar da nossa tradicional festa em homenagem ao Dia do Professor e do Servidor Público, realizada na sede.
3- O que você propõe para garantir uma maior aproximação do sindicato com os filiados das diversas cidades da região, considerando os desafios de comunicação e de presença efetiva nas bases?
Reconhecemos que a comunicação é um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo sindicato nos próximos anos, especialmente quando se trata de alcançar com efetividade os filiados das diversas cidades da nossa região. Para superar essa barreira e garantir uma maior aproximação com a base, nossa chapa propõe a modernização e ampliação dos canais de comunicação do sindicato, otimizando os que já existem e criando novas ferramentas que facilitem o diálogo e o acesso às informações.
Entre as nossas propostas está a informatização do sindicato, com a implantação de um sistema que permita o cadastro atualizado, completo e detalhado dos(as) sócios(as). Isso permitirá conhecer melhor o perfil e as necessidades da base, além de facilitar a oferta de serviços de forma online, como a própria filiação, emissão de documentos e acompanhamento de ações sindicais.
Também propomos a criação de uma ouvidoria virtual, onde os(as) trabalhadores(as) possam expressar opiniões, sugestões, crÃticas e demandas diretamente ao sindicato, fortalecendo a escuta ativa e o sentimento de pertencimento.
4- Como sua gestão pretende atuar no acompanhamento das condições de trabalho, da carga horária, dos direitos e deveres dos profissionais da rede estadual nos municÃpios da região?
Nossa gestão compreende que o acompanhamento das condições de trabalho, da carga horária e dos direitos e deveres dos(as) profissionais da rede estadual deve ser constante, próximo e articulado com a base. Para isso, pretendemos intensificar a presença do sindicato nas escolas da nossa região, com visitas periódicas para escuta das demandas, verificação das condições de infraestrutura, acompanhamento de casos individuais e orientação sindical.
Além disso, reforçaremos a atuação integrada com a direção estadual e com os representantes do SINTE nos conselhos de controle social,  como os de alimentação escolar, transporte e FUNDEB, garantindo que as pautas da educação e dos(as) trabalhadores(as) estejam sendo acompanhadas de perto e recebam a devida visibilidade.
Nossa proposta também inclui a criação de canais diretos e acessÃveis de comunicação com os profissionais, como uma ouvidoria sindical e atendimento remoto, para facilitar encaminhamento de denúncias, dúvidas e reivindicações.
5- Quais são suas propostas para estimular uma maior participação dos filiados nas atividades sindicais, como assembleias, reuniões e mobilizações?
Como já destacamos, a formação sindical está entre as nossas prioridades. Acreditamos que, se a base não conhecer e compreender as pautas de luta da sua instituição, dificilmente terá interesse em participar ou deixará de cobrar de forma coletiva para buscar soluções individuais. É fundamental entender os processos para saber onde, como e por que cobrar.
Um exemplo claro foi a greve deste ano. Mesmo sem uma grande adesão da categoria, conseguimos avançar em pautas que estavam paradas há anos. Isso se deve a mudanças estratégicas, como o fortalecimento da comunicação e a criação de uma equipe de negociação permanente, que atua com base em estudos e levantamentos de dados antes de cada reunião com o governo.
Nosso compromisso é ampliar essas estratégias: investir na formação contÃnua, tornar os canais de comunicação mais acessÃveis e ativos, além de promover momentos de escuta e diálogo nos municÃpios. Assim, buscamos despertar o sentimento de pertencimento, mobilização e protagonismo dos(as) filiados(as) nas decisões e lutas do sindicato.
6- A valorização dos profissionais da educação não se dá apenas no aspecto financeiro, mas também nas condições de trabalho, formação continuada e saúde laboral. Quais propostas sua chapa tem nesse sentido?
A valorização dos profissionais da educação vai muito além do aspecto financeiro. Ela envolve a garantia de condições dignas de trabalho, formação continuada de qualidade e, fundamentalmente, a promoção da saúde laboral e mental.
Nesse sentido, nossa chapa tem propostas concretas para atuar em várias frentes. Além da presença constante dos nossos representantes nos conselhos que fiscalizam e denunciam as péssimas condições enfrentadas por muitos colegas, e das cobranças firmes em todas as mesas de negociação e debate em que o Sinte está presente, propomos um esforço ampliado para fortalecer a luta contra qualquer tipo de preconceito e discriminação dentro da categoria.
Além disso, uma das nossas propostas é a atenção à saúde mental dos(as) profissionais da educação. Em parceria com a Direção Estadual, propomos implementar ações permanentes de cuidado à saúde mental e ações que promovam o bem-estar emocional dos trabalhadores.
Acreditamos que com a soma de todas as ações conseguiremos garantir a verdadeira valorização dos trabalhadores da educação.
7. Diante dos desafios enfrentados pela categoria, como estrutura precária em algumas escolas, excesso de turmas ou carga horária e condições de trabalho muitas vezes adversas, quais estratégias sua gestão pretende adotar para fortalecer a unidade e a mobilização dos trabalhadores na região?
.Nosso núcleo regional é muito carente de formação na área sindical, o que se reflete no baixo número de participações da categoria quando precisamos realizar mobilizações de rua aqui na sede. Apesar de haver adesão ao movimento, muitos não comparecem fisicamente aos atos, o que, em parte, atribuÃmos a um comodismo que se consolidou também pela falta de insistência da nossa parte em promover essas ações.
Diante disso, nossa estratégia será retomar os processos de formação sindical como ponto de partida para despertar a consciência crÃtica da base e, a partir daÃ, estimular a mobilização e participação ativa nos atos de rua, quando forem necessários, tanto aqui em Oeiras quanto em Teresina, onde se concentram os principais movimentos. Também é nossa proposta garantir condições para que um número maior de filiados possa estar presente nessas mobilizações na capital.
8. Como sua gestão pretende garantir que os aposentados e aposentadas da rede estadual estejam devidamente assistidos e representados na pauta e nas ações da Regional?
Tanto a nossa gestão no núcleo regional quanto a da professora Paulina, na Direção Estadual, temos dado atenção especial ao público aposentado, que representa a maioria nos eventos promovidos pelo SINTE. Este segmento tem sido duramente atingido pelas polÃticas do governo desde a reforma da previdência de 2019.
Nossa luta continua sendo pela retirada do confisco das aposentadorias, junto à Direção Estadual, além da batalha jurÃdica que travamos para garantir todos os direitos que foram negados ao longo dos anos.
Também buscamos manter os(as) aposentados(as) inseridos no mundo sindical por meio de ações sociais e de acolhimento. Um exemplo é a Festa da Melhor Idade, promovida mensalmente, e a proposta de utilizar as piscinas do nosso clube para a implementação de um programa regular de atividade fÃsica, como a hidroginástica, voltado à melhoria da qualidade de vida desse público tão importante para a história da nossa luta.
Além disso, temos garantido suporte contÃnuo por meio de atendimento presencial no escritório da Regional, com o trabalho da nossa secretária, que está preparada para tirar dúvidas, orientar e atender as demandas dos(as) aposentados(as) com escuta atenta e responsabilidade. Essa presença e acolhimento fazem parte do nosso compromisso com a valorização de quem tanto já contribuiu com a educação pública do nosso estado.
9. Os profissionais técnicos e de apoio da rede estadual muitas vezes se sentem à margem das pautas sindicais. O que sua gestão propõe para fortalecer a representatividade desses trabalhadores?
Os funcionários administrativos sempre estiveram presentes nas nossas pautas de negociação com o governo, inclusive no último movimento grevista, no qual reivindicamos o mesmo percentual de reajuste para toda a categoria: professores, funcionários administrativos e aposentados. Infelizmente, não conseguimos alcançar esse objetivo porque ainda não existe um piso salarial para esse segmento, como já existe para o magistério.
No entanto, conquistamos um reajuste de 5,35%, além da criação de uma comissão paritária, composta por representantes do SINTE e do governo, com a finalidade de reformular o Plano de Cargos e Salários dos servidores da educação do Estado do PiauÃ. O maior desafio dessa comissão, da qual tenho a honra de fazer parte,  é elaborar um novo plano que atenda à s necessidades de toda a categoria, incluindo os funcionários administrativos, que, embora estejam contemplados no atual plano, ainda não têm uma carreira estruturada e garantida.
Diante disso, dentro do nosso programa de propostas temos a luta pela aprovação de um piso salarial para os funcionários administrativos da educação, como forma de assegurar a valorização e o reconhecimento para esses profissionais.
10. Por que os trabalhadores e trabalhadoras da educação da rede estadual na Regional de Oeiras devem acreditar que sua gestão é a mais preparada para conduzir o sindicato no próximo mandato?
Porque temos experiência, conhecimento sindical, compromisso e coragem de luta. Acreditamos que um dirigente sindical não se forma da noite para o dia — é preciso tempo, dedicação e vivência concreta das batalhas da categoria. E é exatamente isso que me credencia, junto à equipe da Chapa 1, a seguir representando com responsabilidade o nosso núcleo regional.
Minha trajetória no movimento sindical começou como suplente da Direção Regional ao lado da professora Paulina. Em seguida, assumi a vice-presidência do núcleo e, posteriormente, a presidência, cargo que ocupo atualmente. Paralelamente, também estive à frente do sindicato municipal da minha cidade de origem, Colônia do PiauÃ, o que ampliou ainda mais minha visão sobre os desafios e necessidades da nossa categoria, tanto na esfera regional quanto local.
Nossa gestão é pautada na democracia e no diálogo. Tenho plena consciência de que a função de um presidente é coordenar e liderar uma equipe — e foi com muito cuidado e responsabilidade que formamos essa chapa, com pessoas comprometidas, experientes e representativas. Defendemos decisões construÃdas coletivamente, ouvindo a base e respeitando cada voz.
Coloco à disposição da categoria toda a experiência adquirida, o conhecimento acumulado e, sobretudo, a coragem de nunca ter fugido da luta. Mesmo diante das maiores dificuldades, sempre estive presente, firme, dialogando, denunciando e propondo soluções reais para os problemas enfrentados pelos(as) trabalhadores(as) da educação.
A Chapa 1 é a mais preparada porque tem história, tem atuação concreta, tem conquistas e tem um compromisso verdadeiro com o futuro da nossa categoria. Queremos, junto com cada trabalhador e trabalhadora, seguir fortalecendo um sindicato presente, combativo, participativo e sensÃvel à s realidades de todas as cidades da nossa regional,  defendendo os direitos da ativa e dos aposentados, lutando por valorização profissional, melhores condições de trabalho, formação sindical contÃnua e ações voltadas para o bem estar da categoria.
Por isso, no dia 17 de junho, reafirme sua confiança. Vote Chapa 1!
 A luta continua com quem tem coragem, experiência e compromisso real com a educação e com os(as) trabalhadores(as)!

