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Consumo de álcool por menores em oeiras é preocupante
Por: em 11/03/2009 - 00:54
Os dados apurados pelos mais variados institutos, grupos e centros de pesquisas sobre o elevado consumo de bebidas alcoólicas por jovens menores de idade são preocupantes. De acordo com esses números, entre os anos de 1970 e 1996, o consumo de álcool por adolescentes no Brasil cresceu 74,53%, enquanto em outros países, no mesmo período, esse número caiu. Apesar de o álcool ser proibido para menores por lei desde 1941, a facilidade de aquisição dessas bebidas em bares e similares colabora para o crescimento do consumo entre pessoas dessa faixa etária. A própria pressão do grupo, como avaliam alguns psicólogos e psicanalistas, corrobora a disseminação desse mal por nossos jovens.
O consumo de álcool é uma característica milenar da humanidade. Conforme dados arqueológicos, os primeiros registros do uso de bebida alcoólica pelos homens datam de aproximadamente 6 mil anos a.C. O fato de ser considerada uma bebida divina nos relatos mitológicos justificaria o hábito da humanidade de consumir bebidas alcoólicas. No começo, as bebidas tinham teor alcoólico relativamente baixo, pois o vinho e a cerveja eram fabricados pelo processo de fermentação. Na Idade Média, porém, a Europa passou a desenvolver bebidas pelo processo de destilação, elevando assim o teor alcoólico do produto. Foi quando surgiram o uísque e a vodka, por exemplo.
De uma forma ou de outra, mesmo sendo um hábito histórico, não podemos permitir que nossos jovens desvirtuem-se pelo mundo da bebedeira. Dados da Secretaria de Estado da Segurança dão conta de que o maior índice de mortes em acidentes de trânsito e até mesmo brigas em bares ou em outros estabelecimentos são decorrentes do uso excessivo da bebida alcoólica, tanto por adultos como por adolescentes.
Em Oeiras é muito comum a presença de menores em bares consumindo bebidas alcoólicas livremente, sem que haja a devida preocupação dos proprietários dos locais com este fato. Da mesma forma, que em festas e danceterias álcool, cigarros e outras drogas são consumidas sem que haja a menor proibição.
Lembremos que o álcool é considerado uma droga psicotrópica, ou seja, ele atua também no sistema nervoso central, produzindo uma série de transformações neurológicas no usuário, como perda dos reflexos e mudança de comportamento, podendo causar a dependência química.
A punição de dois a quatro anos de detenção mais multa a quem vende, fornece, ministra ou entrega produtos que gerem dependência a crianças ou adolescentes, conforme prevê o artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), parece não intimidar os comerciantes em relação à venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos.
O resultado da facilidade em se adquirir bebidas alcoólicas é que o brasileiro está bebendo cada vez mais cedo. Dados do 1º Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, pesquisa encomendada em 2007 pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), aponta que 13% dos adolescentes têm padrão alto de consumo de álcool. Ou seja, bebem uma vez por semana ou mais, podendo consumir cinco ou mais doses em ao menos uma dessas ocasiões. O resultado é que o adolescente que tem predisposição ao vício se tornará dependente muito novo. O vício leva dez anos para se instalar. Se o menino começar a beber com 13 anos, com 23 ele já vai necessitar de tratamento.
Além dos danos à saúde do próprio adolescente (o consumo precoce e excessivo pode levar a uma série de outras doenças no futuro, como câncer, cirrose hepática, entre outras), o acesso de crianças e adolescentes a bebidas também expõe outras pessoas ao risco. Tudo por causa do comportamento de risco. Alcoolizada, a pessoa pode causar um acidente de carro, fazer sexo sem preservativo, entre várias outras atitudes que impõem perigo a terceiros.
O consumo inadequado do álcool é um importante problema de saúde pública, portanto o Estado tem a obrigação de fiscalizar, bem como a sociedade.