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Dia mundial de combate a aids. em oeiras nenhuma atividade p
Por: Giselle Silva em 01/12/2008 - 00:00
Hoje é o dia Mundial de Combate a AIDS. E uma triste realidade é que Oeiras é uma das cidades piauienses com alto índice de portadores desta doença. São cerca de 40 casos confirmados. E hoje ao que se sabe não existe nenhum tipo de atividade organizada pelas Secretarias de Saúde (Estadual e Municipal) para alertar sobre a doença. Transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi uma decisão da Assembléia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas - ONU. A data serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/Aids. A escolha dessa data seguiu critérios próprios das Nações Unidas. No Brasil, a data passou a ser adotada a partir de 1988. O preconceito e a discriminação contra as pessoas vivendo com HIV/Aids são as maiores barreiras no combate à epidemia, ao adequado apoio, à assistência e ao tratamento da Aids e ao seu diagnóstico.
O melhor remédio contra a Aids ainda é a prevenção!
OMS prevê queda de mortes por aids nos próximos anos
O número de mortes por Aids no mundo deve cair até 2030, de acordo com informações de relatório divulgado esta semana pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A previsão é que a doença deixará o sexto lugar no ranking das doenças que levam morte e passará para a décima posição. Os óbitos por aids, hoje em 2,2 milhões de pessoas por ano, deverão aumentar até 2012. A partir daí, haverá queda brusca e serão 1,2 milhão de vítimas por ano até 2030. A previsão anterior era de 6 milhões anuais.
Em 2004, 2 milhões de pessoas morreram de aids. O número deve atingir 2,4 milhões em 2012. Com as campanhas, o acesso a remédios e os programas de ajuda, segundo a OMS, essa tendência será revertida.
No momento atual, a aids já não aparece entre as dez principais causas de morte nos países ricos e nos de renda média, como o Brasil. Já entre os mais pobres é a quarta maior causa.
O relatório da OMS sobre as doenças no mundo é publicado a cada cinco anos. Os dados são de 2004, último ano em que a OMS levantou informações de 193 países. Naquele ano, foram 58,8 milhões de mortes. Um quinto delas foi de crianças de até cinco anos.
Atualmente, na liderança absoluta das causas de morte estão os ataques cardíacos, responsáveis por 12% das vítimas, seguidos por acidentes vasculares cerebrais (AVC), com 9,7%. Em terceiro lugar estão as doenças respiratórias. Em 2030, porém, a situação será diferente. A mortalidade deve cair, em especial para doenças transmissíveis, como aids e malária.
O QUE É TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV?
Denomina-se transmissão vertical do HIV a situação em que a criança é infectada pelo vírus da aids durante a gestação, o parto ou por meio da amamentação.
No entanto, a criança, filha de mãe infectada pelo HIV, tem a oportunidade de não se infectar pelo HIV. Atualmente, existem medidas eficazes para evitar o risco de transmissão, tais como: o diagnóstico precoce da gestante infectada, o uso de drogas anti-retrovirais, o parto cesariano programado, a suspensão do aleitamento materno, substituindo-o por leite artificial (fórmula infantil) e outros alimentos, de acordo com a idade da criança.
Durante o pré-natal, toda gestante tem o direito e deve realizar o teste HIV. Quanto mais precoce o diagnóstico da infecção pelo HIV na gestante, maiores são as chances de evitar a transmissão para o bebê. O tratamento é gratuito e está disponível no SUS.
Sinais e sintomas
A maioria das crianças nascidas de mãe soropositiva para o HIV não apresenta sinais ou sintomas de infecção pelo HIV quando do nascimento.
Toda criança nascida de mãe soropositiva para o HIV deve fazer o acompanhamento recomendado pelo Ministério da Saúde, até comprovar sua situação sorológica (infectada ou não).
Exames
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por meio de testes realizados a partir da coleta de uma amostra de sangue.
Esses testes podem ser realizados em unidades básicas de saúde, Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em laboratórios particulares. Nos CTA, o teste anti-HIV pode ser feito de forma anônima e gratuita.
Todos os testes devem ser realizados de acordo com uma norma definida pelo Ministério da Saúde e com produtos registrados e controlados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Além dos cuidados durante a coleta e execução dos testes, é fundamental que o processo de aconselhamento, antes e depois do teste, seja feito de forma cuidadosa. Este procedimento facilita a correta interpretação do resultado, tanto pelo profissional de saúde como pelo paciente.
O teste deve ser oferecido a todas as gestantes, independente da situação de risco para o HIV. O teste deverá ser sempre voluntário e confidencial.
Formas de transmissão
A transmissão vertical do HIV pode acontecer durante a gestação, parto e pela amamentação da criança por mãe ou outra mulher HIV+.
Prevenção
Quanto mais precoce o diagnóstico da infecção pelo HIV na gestante, maiores são as chances de evitar a transmissão para o bebê.
O uso de medicamentos anti-retrovirais (AZT) em gestante e recém-nascido, a cesariana programada e a substitução do aleitamento materno podem reduzir o risco de transmissão do HIV da mãe para o filho.
Transmissão vertical em números
A taxa de transmissão vertical do HIV pode chegar a 20%, ou seja, a cada 100 crianças nascidas de mães infectadas, 20 podem tornar-se HIV+. Com ações de prevenção, no entanto, a transmissão pode reduzir-se para menos de 1%.
No ano de 2004, estimou-se que cerca de 12.000 parturientes estavam infectadas pelo HIV+ no Brasil.
Foram notificados ao Ministério da Saúde, de janeiro de 1983 a junho de 2006, 10.846 casos de aids em menores de 13 anos de idade devido à transmissão vertical. Este número vem reduzindo ano a ano com a adoção de medidas de prevenção.
Sexo não tem idade, proteção também não
Incidência entre os maiores de 50 anos preocupa
Índice passou dos 7,5 casos por 100.000/hab em 1996 para 15,7 em 2006
A análise da série histórica da epidemia mostra que a taxa de incidência entre pessoas acima dos 50 anos dobrou entre 1996 e 2006. Passou dos 7,5 casos por 100 mil habitantes para 15,7. A maioria dos casos de aids, porém, ainda está na faixa etária de 25 a 49 anos.
Dos 47.437 casos de aids notificados desde o início da epidemia em pessoas acima dos 50 anos, 29.393 (62%) foram registrados de 2001 a junho de 2008. Desse último grupo, 37% são mulheres e 63%, homens.
Segundo Mariângela Simão, os preconceitos que cercam a vivência da sexualidade em pessoas acima dos 50 anos limitam e dificultam a abordagem sobre o HIV. "A aids sempre foi vista como uma doença de jovens e adultos, como se a população mais velha não fosse sexualmente ativa. Mas os números mostram que a epidemia cresceu nessa população, principalmente nos últimos anos", afirma.
O recorte regional mostra que a incidência vem crescendo em todas as regiões nessa faixa etária. Em 1996, existiam três casos da doença para cada 100 mil habitantes no Norte. Em 2006, a taxa subiu para 13. No Nordeste, o acréscimo foi de 2,8 para 7,6, no Sudeste de 10,9 para 18,3, no Sul de 7,1 para 22,9 e no Centro-Oeste de 6,8 para 14,1.
Taxas de incidência de aids (por 100 mil hab.) segundo região de residência e ano de diagnóstico em pessoas com 50 anos e mais. Brasil, 1996 e 2006
1996 2006
Brasil 7,5 15,7
Sul 7,1 22,9
Norte 3,0 13,0
Centro-Oeste 6,8 14,1
Sudeste 10,9 18,3
Nordeste 2,8 7,6
Fonte: MS/SVS/PN-DST/AIDS
* dados preliminares
Como uma resposta a tal realidade, o Programa Nacional de DST e Aids fará campanha de direcionada a essa população, a ser lançada no Dia Mundial de Luta contra a Aids (1º de dezembro). Utilizando o slogan "Sexo não tem idade. Proteção também não", o objetivo é despertar nos adultos maduros e nos idosos a importância do uso do preservativo nas relações sexuais.
Sexo e faixa etária - Da população geral diagnosticada com aids desde o início da epidemia até junho de 2008, foram identificados 333.485 (66%) casos de aids em homens e 172.995 (34%) em mulheres. A razão de sexo no Brasil diminui ao longo da série histórica - em 1986 eram 15 casos no sexo masculino para um no sexo feminino. Desde 2000, há 15 casos entre eles para 10 entre elas. Essa aproximação na razão de sexo reflete a feminização da epidemia.
Alguns fatores que contribuem para a vulnerabilidade das mulheres à aids são: desigualdade nas relações de poder; maior dificuldade de negociação das mulheres quanto ao uso de preservativo; violência doméstica e sexual; discriminação e preconceito relacionados à raça, etnia e orientação sexual; além da falta de percepção das mulheres sobre o risco de se infectar pelo HIV.
A forma de transmissão predominante é por via heterossexual tanto no sexo feminino (90,4% dos casos) como no masculino (29,7% dos casos). Entre os homens, a segunda principal forma de transmissão é homossexual (20,7% dos casos), seguida de usuários de drogas injetáveis (19%). Nas mulheres, a segunda forma de transmissão é entre usuários de drogas injetáveis com 8,5% dos casos.
Fonte.: http://www.aids.gov.br/