
‘’Queremos levar a Assembleia para perto do povo’’, destaca Severo Eulálio sobre Avança Alepi em Oeiras
30/04/2025 - 10:00O evento contará com a presença de parlamentares estaduais, lideranças locais e do governador Rafael Fonteles.
Quase um mês após o rompimento da Barra-
gem Algodões I, no município de Cocal, as pessoas que perderam tudo com a enchente ainda convivem com a incerteza. A maioria delas permanece nos abrigos, sendo que 99% dos atingidos são agricultores, que perderam a casa e a safra que garantiria o sustento de suas famílias. "Até o momento, só a ajuda emergencial está chegando ao município. Foram mais de 18 assentamentos rurais atingidos e os agricultores ainda não receberam indenização e nem ajuda para reconstrução das casas", disse o presidente da Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Piauí (Fetag), Evandro Luz.
Segundo ele, o sindicato que representa os trabalhadores rurais da região está tentando marcar uma audiência com o governador Wellington Dias para discutir essas questões. Enquanto isso, os agricultores permanecem de braços cruzados, esperando a ajuda do poder público. A maior parte das terras cultiváveis desta região teve sua cobertura vegetal arrastada pela água e se encontra improdutiva. "Em alguns trechos só ficou um grande banco de areia, que não serve para a agricultura. Outros trechos só poderão ser rea-proveitados se passarem por uma recuperação", disse.
De acordo com Evandro Luz, a cultivo de milho, mandioca, feijão e caju eram mais comuns na região próxima à barragem. Segundo ele, muitos ainda se dedicavam à criação de bodes e ovelhas, que acabaram ficando sem pasto após o ocorrido. Isso sem falar dos inúmeros animais que morreram levados pela água da barragem. "Os agricultores estão angustiados sem saber de onde vão tirar seu sustento a partir de agora. Além disso, há inúmeros casos de pessoas com dengue entre os desabrigados", afirma.
O representante do sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cocal, José Maria Siqueira, afirmou que 1,8 mil pessoas permanecem nos abrigos coletivos, enquanto 200 pessoas estão em casas alugadas. "O restante continua na casa de parentes. Até o momento, estamos sem resposta, sem nada concreto", completou. De acordo com José Maria, uma equipe da Agência de Desenvolvimento Habitacional- ADH foi ao município e está negociando dois terrenos, onde devem ser construídas novas casas para as famílias desabrigadas.
No entanto, ele diz que o projeto inicial não reserva uma área para o plantio. "Iremos nos reunir para discutir o assunto", concluiu.
Diário do Povo