Oeiras e a imagem que cada um carrega
03/12/2025 - 16:51Oeiras é uma cidade antiga, moldada por séculos de práticas que se repetem com naturalidade.
Por Carlos Rubem
Numa noite de janeiro de 1981, estava sentado nas calçadas da minha casa, quando vi, ao longe, a prima Cinthya Campos, ultrapassando a Baixa do Cururu. Outra moçoila estava ao seu lado a caminhar. À medida em que dupla se aproximava, fui dominado por uma força sentimental, atrativa, pela desconhecida. Dirigiam-se à pracinha como se chamava o complexo urbano do Café Oeiras. Ambas contavam 15 aninhos.
Por esta época estava enrabichado por uma garota de tradicional família, que se insurgia contra o nosso “affaire”. A gente namorava escondido, inclusive numa fazenda dos seus avós situada nos arrabaldes da cidade. Preconceitos medonhos nos separava.
Lá pelas 22h fui à casa do vovô Joel onde estavam hospedadas as duas aludidas adolescentes. Entrei num quarto. Conversavam deitadas em suas redes. Preparavam-se para dormir. Embora tenha sido expulso dali pela Mãe Ó, minha tia, severa solteirona, ainda houve tempo para segredar à visitante que havia dela me afeiçoado, pelo que ficou assustada a princípio.
No dia seguinte houve um festa de arromba no BNB Club oportunidade em que a tirei para bailar. Muito nos divertimos.
Ela usava uma calça pantacourt verde oliva e uma brilhosa blusa tomara-que-caia. Fiquei arrebatado por aquela graciosa pequena. Foi a maior dificuldade para lhe roubar o primeiro beijo. Tive que usar diversas técnicas que “audiovisual nenhum ensina”.
Vida que passa... O certo é que no dia 14.12.1985, houve um grande acontecimento na minha vida. Casei-me com a Dirce Silva Lopes Reis. E o chato é que não estou arrependido!
Interessante: não muito raro sou indagado quantas vezes já me divorciei. Parece que não mais se acredita na longevidade da união conjugal. Esclareço que se a minha mulher me abandonar, sem nenhum pejo, irei atrás dela. Escandalosamente, não largo a minha consorte.
O nosso matrimônio ocorreu na Igreja de N. Sra. de Fátima, em Teresina, entre amigos e parentes. O Padre Tony Batista foi o celebrante. Na hora em que noiva adentrou a nave daquele templo, acompanhada do seu pai, fiquei deveras emocionado. Estava mais linda do que em sonhos! Com a voz embargada, nem sei mesmo se fiz o juramento direito.
Há 35 anos mantemos a nossa convivência conjugal marcada por muita renúncia, dissensões e aconchegos. A nossa família é formada por três filhos (Laís, Gérson e Letícia) e três netos (as gêmeas Helena e Olívia e Joaquim Miguel) que muito os estimamos. Verdadeiros presentes de Deus!
Sou feliz! Começaria tudo outra vez...
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