
Após 17 dias internada, jornalista Eli Lopes deixa hospital em Teresina
14/02/2025 - 11:57Eli Lopes recebeu alta hospitalar na manhã desta sexta-feira (14)
 Se Cordel Encantado permanecesse com as mesmas locações, cenografia e produção de arte do primeiro capÃtulo, certamente seria uma trama para entrar na história da TV brasileira. Aliás, se todas as novelas tivessem ao menos 50% do esmero dos dois primeiros capÃtulos, fatalmente teriam maior audiência. A nova trama das seis da Globo, de Thelma Guedes e Duca Rachid, seduziu pela opulência dos belos cenários da França para mostrar o encantado reino de Seráfia do Norte e Seráfia do Sul, com personagens que mais pareciam sair de contos de fadas, como a rainha Cristina, interpretada com firmeza e talento na rápida participação da dedicada Alinne Moraes. Com uma atuação densa e precisa, Alinne trouxe o universo lúdico das princesas para abrir a história.
Em meio a uma impecável produção de arte com objetos alugados na Europa, tomadas irretocáveis com lutas entre batalhões de figurantes ou em jantares opulentos e delicadamente enquadrados pelas lentes sensÃveis do diretor de núcleo Ricardo Waddington, a trama chega a hipnotizar nas tomadas europeias. Para entremear e dar o respiro necessário a estas cenas, nada como pinceladas com luzes e matizes em tons quentes em grandes ações rodadas no sertão brasileiro, mostrando o cangaço através do competente trabalho do capitão Herculano, de Domingos Montagner. Pai do protagonista JesuÃno, de Cauã Reymond, que é filho de Benvinda, da rústica e segura Cláudia Ohana, que está bem à vontade no papel campestre, Domingos passa veracidade com seu temÃvel cangaceiro desde as primeiras cenas em que aparece.
Quem também tem convencido em sua estreia como protagonista é a bela Bianca Bin, que vive a princesa Aurora, herdeira do trono de Seráfia do Norte. A personagem foi deixada no Brasil e criada por pais adotivos com o nome de Açucena. Apaixonada por JesuÃno, ambos nem pensam que ela é a futura rainha de um reino distante ¿ como num tÃpico conto de cordel que parece traçado entre rimas e acordes de violas.
Nesse clima, que mescla o mais puro sertão com o refinamento europeu, se destaca a comicidade da dupla Úrsula e Nicolau, de Débora Bloch e Luiz Fernando Guimarães. A atriz chega a convencer como a duquesa malvada, que prende o marido Petrus, de Felipe Camargo, em uma máscara de ferro para articular o plano de fazer com que sua filha Carlota, de Luana Martau, vire rainha. Já Luiz Fernando ainda está se adaptando em sua volta às novelas. Mas os embates da dupla maquiavélica ainda prometem ser um dos pontos altos da trama que tem os ingredientes certeiros para o horário ao exaltar um universo tão tipicamente brasileiro, mas que conquistou apenas razoáveis 24 pontos de média em sua estreia.